O interessante é que tudo vai sendo revelado aos poucos, através das palavras da narradora-protagonista Lillian. Como uma pessoa que já tomou algumas bordoadas na vida, confiança não é exatamente uma característica que ela possui, então é evidente que não entregará o jogo rapidamente. São algumas páginas para revelar que talvez Madison nem seja mais sua amiga (o que tornaria o pedido estranho). Segue um pouco mais para contar a razão para a dúvida sobre a amizade. E lá vão umas trinta páginas quando ficamos sabendo as reais condições da proposta de Madison: seus enteados simplesmente pegam fogo quando estão nervosos. O pai das crianças está em um momento crucial da carreira e precisa ficar longe de qualquer tipo de escândalo, por isso Lillian deve garantir que as crianças não causem problemas durante o verão.
Autor: anica
Meet Me in the Bathroom: Rebirth and Rock and Roll in New York City 2001-2011 (Lizzy Goodman)
Com a fama, os atritos entre personalidades fortes e egos gigantes passam a ser mais constantes, piorados pelo abuso de drogas e bebidas. Surgem projetos paralelos e ciúmes, algum membro acaba resolvendo ir embora ou acaba morrendo. A banda acaba. Ou continua, mas resignada que aquele momento de explosão é único e não se repete.
Dito isso, é óbvio que Meet Me in the Bathroom de Lizzy Goodman não fugirá da regra ao falar de bandas do começo dos 2000, como The Strokes, Interpol e Yeah Yeah Yeahs. Mas o charme do livro não está nas coisas que todo fã saberia, mas em como ao usar várias vozes, a jornalista consegue fazer um retrato tão preciso do momento em que essas bandas estiveram no auge.
Os melhores filmes de 2019
Em 15 anos até o modo como acompanhava cinema mudou. A minha lista de 2004 e 2005 tem muitos filmes que… ALUGUEI EM UMA LOCADORA. Em 2004, minhas principais fontes de informação ainda eram a revista SET (sim, de papel) e o site Cinema em Cena. Mas já estava começando a seguir recomendação dos amigos lá do Fórum Valinor (a mania das listas começou lá, diga-se de passagem).
Dois anos antes lembro que tinha saído o segundo filme da trilogia nova de Star Wars (agora já não mais nova), e o Uglúk mandou link para baixar pelo emule (!!!!!) um spot de tv do Yoda lutando contra o Dooku, que simplesmente não estava acessível para os brasileiros ainda. Agora com A Ascensão de Skywalker a Disney não deu um espirro sem que todas as redes sociais no mundo inteiro fossem atualizadas. Continue lendo “Os melhores filmes de 2019”
As melhores leituras de 2019
O negócio é que em 2019 fiquei cozinhando na cabeça um problema que há tempos tenho percebido: de como abrimos mão do controle do conteúdo que criamos ao publicá-los em redes sociais. Eu continuo falando de livros como sempre falei, mas lá no twitter é vago, é breve e, o principal: não fica histórico, não fica registro. Quem me acompanha não tem uma real garantia de que lerá o que postei, porque tudo se perde numa timeline infinita e uma ferramenta de busca péssima.
Séries em 2019
Eu ri muito porque está aí algo que eu provavelmente responderia. Não que eu assista muita Netflix, eu assisto muitas séries. Fiz uma lista aqui e só de títulos novos foram 20. E mesmo assim, aquela angustiazinha de não estar vendo tudo o que todo mundo vê (como conseguem? do que se alimentam?), por exemplo, The Mandalorian eu resolvi assistir através dos gifs de Baby Yoda nas redes sociais mesmo2.
E aí por causa do tanto de coisa nova que está saindo eu pensei “uou, dá até para fazer uma lista de favoritos de 2019, como eu já faço com filmes e livros”. Então cá estou, um ano depois de prometer que ia atualizar o blog com maior constância, mas como tenho feito há anos, constantemente não cumprindo a promessa. De repente em 2020.
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o livro é Would Like to Meet da Rachel Winters. Eu sei que comédia romântica britânica não é a vibe de todo mundo, mas é meio que meu cope mechanism nesses tempos loucos, quando a nuvem em cima da cabeça está começando a ficar preta, pego logo um romancezinho para me animar. E esse é hilário demais, e eu adoraria ver um filme dele e que mais pessoas conhecessem. Eu tinha esquecido como é bom rir no meio da madrugada por causa de um livro ↩
as pessoas estão assistindo de outro jeito? ↩
State of the Union
Esse poderia ser um resumo de State of the Union, série com roteiro de Nick Hornby (autor de Alta Fidelidade) e dirigida por Stephen Frears (diretor da adaptação para o cinema de Alta Fidelidade, hehe). Interpretando o casal Tom e Louise temos Chris O’Dowd (de The IT Crowd, e vá lá, depois de Juliet, Naked virou minha referência para protagonista do Hornby) e Rosamund Pike (de Garota Exemplar). Ou seja: um monte de gente bacana no projeto, não tinha como dar errado.
Daisy Jones & The Six (Taylor Jenkins Reid )
Já vão aí mais de 20 anos e tenho poucas lembranças do documentário em si (lembro do Kirk chamando um táxi HEY OH TÁXI, HEY OH TÁXI e até hoje quando preciso acenar para um táxi a cena vem na memória), mas enfim, o essencial era trazer o fator humano. Aproximar um pouco mais, aquela espiada na vida dos caras que criaram músicas que você adora. E é nessa linha que meu coração se encheu de nostalgia ao ler Daisy Jones & The Six, de Taylor Jenkins Reid. Contando a história de uma banda fictícia dos anos 70 através de depoimentos de membros da banda e pessoas com quem conviveram e trabalharam, o livro se concentra exatamente nisso, lembrar que há pessoas atrás das suas músicas favoritas.
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Fleabag
Mês passado aproveitei que tinha recém-assinado Amazon Prime e resolvi dar uma conferida nas comédias disponíveis no catálogo. Você sabe: aquelas com episódios de 25 minutos e que está tudo bem se você resolver assistir a uns quatro seguidos, porque afinal, só 25 minutos. Nessas assisti toda a primeira temporada de Forever e depois saltei para Fleabag, sobre a qual já tinha lido uma coisa ou outra. Pois bem, eis-me aqui apaixonada por Fleabag.
Criada e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge, a primeira temporada saiu em 2016 e a segunda acabou de estrear (assim, mesmo: primeiro episódio foi semana passada). Não tem muito como vender o peixe descrevendo de forma geral: é a vida de uma guria (a Fleabag), tentando sobreviver à morte da melhor amiga e uma família bem disfuncional, basicamente. Mas se você está lá com seu espaço para séries de 25 minutos, reserva e vai com fé porque vale muito a pena.
Os melhores filmes de 2018
Quase final de janeiro, Globo de Ouro já passou, amanhã saem os indicados do Oscar e eu nem tchuns para minha lista dos melhores de 2018. Vá lá, a verdade é que vi pouca coisa no ano que passou. Um misto de preguiça e muita coisa para ler para as aulas (e o número absurdo de série nova que tem saído, tá loco). De qualquer forma, só para não ficar sem o registro, vou deixar minha listinha.
Aquela coisa de sempre, vale lançamentos no Brasil, com a chunchadinha básica do “lançamentos em festivais”. Sinais do tempo, coisa que nunca explicitei mas acho que vale a pena deixar claro: valem filmes lançados direto no catálogo nacional de serviços de streaming como a Netflix.
As listas dos outros anos estão aqui:
2004 | 2005|2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017
Um livro por ano (ou: Alguns livros que fizeram da Anica a Anica)
My heart’s made of parts of all that surround me
And that’s why the devil just can’t get around me
Maio do ano passado meu irmão fez aniversário e preparou uma lista no Spotify com músicas para cada ano em que ele esteve vivo. Achei a ideia ótima, até porque muitas vezes a história da nossa vida se confunde com a história da formação dos nossos gostos. E aí eu resolvi roubar a ideia na cara dura, mas com uma “pequena mudança”: será sobre livros.
Algumas explicações: obviamente, estou considerando o ano de publicação original e não o ano em que li o livro. Tentei equilibrar um tico o fator nostalgia para que a lista não seja só uma egotrip mas também uma lista de sugestão de leituras? Hmmm, o que mais? Ah, sim. Títulos em português quando tem tradução no Brasil, em inglês para livros ainda sem tradução. Se tiver link no título é porque eu falei do livro aqui no blog. Finalmente: única regra foi “não pode repetir o autor, menos quando é o Gaiman porque o Gaiman é o Gaiman”.
E olha, estou com o post nos rascunhos desde 21 de maio de 2017. Não é fácil elaborar uma lista desse tipo, e a verdade é que está quase chegando o segundo 18 de janeiro desde que comecei a escrever o post, o que colocou o ponto final no que eu não parava de editar. Talvez em um 18 de janeiro da próxima década eu volte com uma lista assim? Quando a gente chega aos 38 falar em década já é otimismo demais?
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