O bandido que sabia latim

Na noite de sábado para domingo comecei a ler a biografia Paulo Leminski – O bandido que sabia latim (escrita por Toninho Vaz), mas foi ontem à noite que a leitura engrenou de um modo que eu simplesmente não conseguia deixar o livro de lado (o que rendeu bastante reclamação do Fábio sobre a luz, hehe). Eu sei que não basta uma personagem interessante sem talento para se contar a história, só que, não desmerecendo o trabalho do Vaz (que é excelente, diga-se de passagem), Leminski parece uma daquelas pessoas que renderam histórias que nem o mais inapto dos escritores conseguiria tirar o brilho.

O que eu acho engraçado é que quando comecei a ler me dei conta que na realidade nunca fui fã do Leminski, mas da obra dele. E isso é raro, visto que sempre que me apaixono por algum trabalho quero logo fuçar a vida do autor (vide Wilde, Voltaire e Poe, por exemplo). Sabia pouco dele, pelo menos comparado com o que há para se saber.

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1984

Algo que me perturbou muito durante a leitura de 1984 era a questão da manipulação da História. Lembro que passei dias pensando naquilo, querendo falar disso com alguém, como se eu tivesse um espinho de peixe na garganta. É até por causa disso que acredito que dificilmente a obra do George Orwell sairá da minha lista de favoritos de todos os tempos (mas aí já é outra história).

Então, para quem não lembra, Winston (o protagonista) trabalhava no Departamento de Arquivos do Ministério da Verdade. E talvez até mesmo por trabalhar nesse departamento, ele ainda tinha uma visão diferente sobre o mundo no qual vivia. Ele sabia que o tempo estava distorcido, tanto que no começo do livro há uma passagem na qual ele escreve no diário e se questiona se de fato está no ano de 1984. Mas o pior, o que realmente aterroriza, é o que eles fazem com as pessoas que são contra o regime político:

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Guimarães Rosa

Ontem chegou minha Bravo! de fevereiro, com o tio Rosa na capa. Eu já tinha achado bacana o fato de ter uma matéria sobre ele, mas eu nem imaginava qual seria. Abro a revista e vejo: trata-se da publicação de trechos do diário do escritor dos tempos em que ele esteve na Alemanha. Que tempos são esses, você me pergunta. Bom, nada mais nada menos do que a Segunda Guerra Mundial.

Para quem não sabe, nesta época Guimarães Rosa era cônsul-adjunto em Hamburgo. Foi mais ou menos isso que o meteu numa roubada de presenciar uma guerra, mas que por outro lado lhe rendeu uma segunda esposa. De qualquer forma, antes que me prolongue: corre para a banca e compre a Bravo. Não só pelos trechos do diário, mas pelo perfil do escritor, é aquele tipo de revista para ter guardada em casa.

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Meia Palavra

Na semana passada divulguei aqui a criação de um fórum de RPG, o Matar! Pilhar! Destruir! Pois hoje estou aqui, toda orgulhosa e serelepe, para divulgar a inauguração do Meia Palavra, para todos aqueles devoradores de livros que adoram falar sobre o assunto. Mas vejam bem, a idéia não é fazer desse um clubinho de leitores, longe disso. A idéia é divulgar a Literatura aqui no Brasil, falar de gente nova que manda muito bem mas que ainda não ganhou o destaque merecido, compartilhar o que nós escrevemos para os outros, falar de eventos relacionados que ocorrerão no país inteiro, enfim, tirar a Literatura de estante e colocá-la no sol.

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Arnaldo Jabor partiu meu coração

Em uma manhã de segunda-feira, durante uma aula de Técnicas de Reportagem e Entrevista. Lembro como se fosse ontem: passei na biblioteca da PUC e por acaso peguei “Eu sei que vou te amar”, aquela edição com a Fernanda Torres e o Thales Pan Chacon na capa. Eu estava em uma fase preciso-ler-muito-para-esquecer (e aí você pergunta “Esquecer o quê?” e eu digo “Dos amores não resolvidos, ué”).

E aí ele partiu meu coração, porque ao invés de esquecer, eu lembrei. E foi de alguma forma tão marcante, que não só eu lembro até hoje do exato momento em que ele partiu meu coração, como ainda lembro do que senti na hora (e de quantas vezes fiquei relendo trechos dos livros para quem quer que eu encontrasse na frente).

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Budapeste (Chico Buarque)

Bom, eu devo confessar que “Lista dos Mais Vendidos da Veja” normalmente tira qualquer vontade minha de ler um livro, já que é como se ele perdesse mais da metade do charme. É aquela história: isso é livro para qualquer um ler.Mas eu não consigo resistir ao nome “Chico Buarque” escrito embaixo do título. Comecei a ler pelo Chico, pensando “Nossa, para quem já escreveu tanta coisa linda, vai ver é um dos poucos casos que o sujeito figura na lista dos mais vendidos por sua qualidade, e não só pela propaganda”.

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Paulo Leminski

“ Faço uma proposta, frase feito por via de uma dúvida: alguém pensou aqui e não fui eu. O mundo não quer que eu me distraia. Distraído, estou salvo. Essa necessidade não é só física, é a necessidade da verdade, a carência de informações, a pobreza de dados. Não é agradável ser olhado por nós, saí da geografia por meio da história.”

Paulo Leminski

Bairrismo? Provalvemente não. Mesmo que Paulo Leminski não fosse curitibano tenho certeza que admiraria seu trabalho com a mesma paixão.É inovador até mesmo para os dias de hoje, e em alguns casos tão bem… “confeccionado”, que não tem como não reconhecer o mínimo de valor literário. Continue lendo “Paulo Leminski”

Eu sei que vou te amar

Só Deus sabe o que estou fazendo acordada a essa hora, se eu já fechei msn, fórum e tudo mais há mais de uma hora… Fiquei mexendo em uns textos aqui e lembrei do filme do Jabor, o Eu Sei que Vou te Amar. Tem trechos tão fodas, mas tão fodas que… poxa. Deu vontade de ver de novo.

Eu sei que você sabe que eu sei de tudo que você era e que teu único tesouro é o que eu não sei mais…

Disso eu sei hoje… mas aconteceu alguma coisa na nossa vida que as almas se misturaram… a gente não pode ficar junto porque morre… morre a vida morre tudo… só fica a gente… eu me separei de você porque te amava demais… Continue lendo “Eu sei que vou te amar”

Eu sei que vou te amar

Só Deus sabe o que estou fazendo acordada a essa hora, se eu já fechei msn, fórum e tudo mais há mais de uma hora… Fiquei mexendo em uns textos aqui e lembrei do filme do Jabor, o Eu Sei que Vou te Amar. Tem trechos tão fodas, mas tão fodas que… poxa. Deu vontade de ver de novo.

Eu sei que você sabe que eu sei de tudo que você era e que teu único tesouro é o que eu não sei mais…

Disso eu sei hoje… mas aconteceu alguma coisa na nossa vida que as almas se misturaram… a gente não pode ficar junto porque morre… morre a vida morre tudo… só fica a gente… eu me separei de você porque te amava demais… Continue lendo “Eu sei que vou te amar”