Fight Club (Chuck Palahniuk)

Qual a graça de ler Fight Club (de Chuck Palahniuk) depois de já ter assistido ao filme de 1999 com Brad Pitt e Edward Norton? Eu digo: toda graça do mundo. Sim, é óbvio que o enredo é basicamente o mesmo, mas há algo na experiência de leitura que torna Fight Club no papel algo diferente do que se vê nas telas. Aquelas frases que todo mundo tanto adora repetir estão lá, mas o livro permite um aprofundamento que o cinema infelizmente ainda não pode oferecer.

O que falarei sobre isso se baseia em um spoiler, então se você ainda não assistiu ou leu Fight Club, faça um favor para você mesmo e vá atrás disso agora. MESMO. AGORA. Vale muito a pena. Ok, agora que quem não teve contato com o clube já saiu daqui, vamos aos comentários sobre a diferença principal entre um e outro.

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Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (J.K. Rowling)

Ok, confesso: desta vez eu me enrolei mais na leitura e até coloquei em risco minha meta de terminar a série Harry Potter antes de chegar aos 30 anos. Mas foi um pouco pelo fato de eu estar lendo depois que todo mundo já leu: não só os spoilers estragaram um pouco a leitura, como também uma vez que quase todo leitor da série ama dei paixão o terceiro livro, minhas expectativas estavam lá no alto. E o começo do livro não foi assim essas maravilhas, então fui deixando para trás entre outras coisas que lia no momento.

O negócio de o começo não ser “essas maravilhas” é porque achei meio enrolado. Se no primeiro e no segundo livro tínhamos aquela sensação quase de jogo de video game, passando de fases (ou seja, de aventura para aventura), aqui tudo é mais parado porque o grande risco que Harry enfrenta inicialmente são os dementadores (lembrando que estou lendo a edição inglesa então não faço ideia se traduzi certo os nomes).

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Amuleto (Roberto Bolaño)

Um dos meus tipos preferidos de livros são aqueles que rendem mais histórias mesmo depois de fechado. E descobri com prazer que Amuleto de Roberto Bolaño é um desses. Ao “romancear” a história, mesclar personagens com pessoas reais ou ainda, transformar pessoas reais em personagens, o que temos em mãos é quase um livro-jogo, que não só nos oferece uma excelente prosa mas como também o tempo de entretenimento buscando mais informações sobre o que Bolaño nos conta.

Amuleto é o relato de Auxilio Lacouture, figura inspirada em Alcira Scaffo, uma uruguaia que ficou conhecida por ficar escondida no banheiro da Faculdade de Letras e Filosofia, quando da invasão da Universidade Autônoma Nacional do México em 1968.1 O estilo da narrativa lembra em muitos momentos o que já pude conferir em Putas Assassinas e 2666: algo entre o delírio e a realidade, aquele registro da fala de quem conta uma história perdendo a noção de tempo. Continue lendo “Amuleto (Roberto Bolaño)”

Vrum vrum!

Eu ando meio sumida porque estou fazendo autoescola e porque quando não estou cumprido a carga horária absurda de aulas teóricas, estou dando atenção para o Arthur, que fala mais do que o homem da cobra, acreditem. Ok, não fala. Faz “Aguuuu, aguiiii”, mas acho de uma falta de educação tremenda não respondê-lo. E nisso passamos o dia todo numa conversa meio sem pé nem cabeça. Anyway, para não juntar pó aqui no Hellfire, deixo essa Evolução Geek, que eu posso jurar que foi o @efurbino que postou lá no Twitter. Clique na imagem para ampliar.

(Sinceramente não sei onde me enquadro. Muitas alternativas O_o)

Supernatural S06E07 e S06E08

“Oi, sou a única coisa que presta nesta temporada.”

Depois de assistir aos episódios s06e07 (Family Matters) e s06e08 (All Dogs Go to Heaven) temos lá uma boa e uma má notícia sobre Supernatural. A boa é que deram um jeito de incluir Crowley na trama principal, ou seja, ele aparecerá bastante. A má é que essa trama ainda não deu liga como era para ter acontecido quase perto da metade da temporada. Aquela sensação de que há algo de errado e que não estão conseguindo “escrever” Dean e Sam continua lá, enchendo a paciência de quem ainda insiste em dar uma chance para a série.

Family Matters se concentrou principalmente no mistério do vovô Campbell, e de porque diabos ele andava tão interessado nos alphas. Apareceu uma personagem muito legal (o vampirão), mas ao mesmo tempo o episódio em si foi meio fraco porque tomou muito tempo explicando a trapalhada que é o fio principal da sexta temporada: Crowley tirou Sam e o vovô Campbell do inferno, para que os dois trabalhem para ele caçando alphas, de modo a conseguir tirar informações sobre onde fica o Purgatório. Hmm, okay.

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The Walking Dead S01E02: Guts

that’s the way, uh-huh uh-huh, I like it, uh-huh, uh-huh!

Eu achei que já estava atrasada com The Walking Dead também, mas acabei de ver que o terceiro episódio só vai ao ar hoje, então ufa, vamos que vamos. Depois do impacto do primeiro episódio (simplesmente perfeito), acho natural ver o segundo episódio como algo mais morno, mas acho que o “morno” aqui é bem relativo, só se realmente for comparar com o anterior. A qualidade continua, a tensão continua, está tudo lá – mas não mais com aquele efeito da novidade pesando, digamos assim.

O primeiro episódio acabou com Rick numa furada, preso em um tanque com um monte de zumbi ao redor. Começamos o segundo episódio (Guts) com ele sendo salvo por um adolescente, que o apresente para um grupo de sobreviventes. A história foca principalmente na tentativa deles de abandonar o prédio onde estão, agora que Rick fez a besteira de atrair todos os zumbis ali para perto com a esperteza de sair atirando feito um louco (vamos lembrar que ele já sabia que isso não era a coisa mais sabida a se fazer, certo, meninos?).

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Hell House (Richard Matheson)

Publicado em 1971 e sendo relançado agora no Brasil pela Editora Novo Século, Hell House foi escrito por Richard Matheson, o mesmo autor de Eu sou a lenda. E assim como Eu sou a lenda já ganhou versões para o cinema, eu só vi uma, mas bem, já nem lembro mais a razão, mas sei que não curti A Casa da Noite Eterna (1973), dei três estrelinhas só. Então não tinha lá muitas expectativas sobre o livro, apesar de várias pessoas estarem lendo e elogiando.

E o bom de não ter expectativas é que é possível se surpreender. Gostei muito do livro e colocaria fácil em uma lista de melhores histórias de fantasma que já li. Não só pelo fator assustador da história, mas pelo modo como Matheson desenvolve a narrativa, que foi muito bem sacado. Um grupo com quatro pessoas vai investigar uma mansão assombrada: um físico, a esposa dele, uma médium e um rapaz que conseguiu escapar da mansão anos antes.

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Horns (Joe Hill)

Chegando pela Sextante agora no fim de outubro como O Pacto (título escolhido pelo público), Horns de Joe Hill não deixa de ser boa diversão. O problema principal é que a associação Joe Hill – filho – Stephen King – pai é quase inevitável, e aí do filho do “Mestre do Horror” você espera horror também, certo? Mas Horns não é exatamente uma história do horror, tende mais para o fantástico.

O mote é excelente: sujeito acorda depois de uma bebedeira com um par de chifres na testa. Literalmente. Essa primeira parte do livro me conquistou completamente, porque enquanto o protagonista (Ignatius Perrish) começa a ter contato com as pessoas, a reação delas para os chifres é simplesmente genial: não chegam a notá-lo, e ainda por cima começam a confessar para ele seus maiores segredos.

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