Night of the Creeps (1986)

Quando não está correndo atrás dos filmes do momento, é até engraçado o jeito que outros títulos chegam até você. De repente sai uma referência em um artigo de jornal, uma lista de favoritos, uma imagem de uma cena aleatória. É como se todo mundo estivesse falando dele sem nem se dar conta disso. Eu sempre tomo isso como um sinal de que está na hora de conferir, e foi o que aconteceu com Night of the Creeps, produção de 1986 que pode ser encontrada nas locadoras nacionais como A noite dos arrepios (mas como eu duvido muito que alguém ainda frequente locadoras, fiquemos com o título original que será mais fácil de localizar, sim?). Sabia pela sinopse que teria como elementos alienígenas invasores de corpos que transformavam as pessoas em zumbis, então já esperava alguma tosqueira mas nada, digo NADA me preparou para uma cena de abertura assim:

ETs cor-de-rosa pelados com um laser tipo Star Wars antes das mexidas do George Lucas, basicamente.
ETs cor-de-rosa pelados com um laser tipo Star Wars antes das mexidas do George Lucas, basicamente.

Aí você percebe pelos olhinhos brancos de um deles que ele é um zumbi, e ele consegue fazer com que um experimento seja lançado para fora da nave. Boooom! Corta, eis que começa uma musiquinha dos anos 50, imagem em preto e branco. Somos apresentados a alguns elementos típicos de filmes de terror com jovens: a fraternidade, a gatinha, o capitão do time que namora a gatinha, a galera namorandinho num lugar onde não deveria estar e bem, o básico, né: um louco fugitivo do hospício. Confesso que achei esses primeiros minutos meio estranhos (a legenda que confirmou que estava tudo ok e que as cores eram propositais, para começar), fiquei pensando “ué, louco com machado? Mas o filme não é de zumbis ets?”. Eis que uma estrela cadente aparece e os jovens (que nunca viram Scooby Doo e não sabem as implicações disso) resolvem ir investigar.

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Guerra Mundial Z e Meu namorado é um zumbi: ou, “Das adaptações”

Nem vou entrar nos méritos da obviedade de uma adaptação cinematográfica de um livro não ser exatamente igual ao livro (consigo pensar em poucos casos em que isso de fato ocorreu), mas estava pensando aqui sobre dois lançamentos de 2013 que têm zumbis no enredo, e em como essa questão da adaptação pareceu trabalhar de formas diferentes para cada um.

Vamos começar com Meu namorado é um zumbi (estreia prevista para 8/2), que é baseado no livro Sangue Quente. Pelas primeiras notícias, quando ainda achava que o título aqui no Brasil seria Sangue Quente também, pensei: “O conto é genial, o livro é maizomeno, o filme será um cocô”. Aí apareceu um trailer que fez com que eu mudasse de ideia, esse aqui: Continue lendo “Guerra Mundial Z e Meu namorado é um zumbi: ou, “Das adaptações””

Sangue Quente (Isaac Marion)

A primeira vez que li Isaac Marion foi em uma tradução do conto I am a zombie filled with love que li no blog Jesus Me Chicoteia. Foi paixão a primeira leitura, entrou naquela seleta lista dos contos favoritos. Marion mostra ali um estilo bastante introspectivo mas ao mesmo tempo tão cativante, com passagens como “Não há um motivo real para nada disso mas, como eu disse, o mundo foi simplificado. O amor foi simplificado. Tudo é fácil agora. Ontem minha perna caiu, e eu nem liguei.“. E justamente por ter gostado tanto do conto é que fiquei muito feliz quando soube que Marion o transformou em um romance chamado Warm Bodies, e mais feliz ainda quando vi que a Leya trouxe para o Brasil a tradução desse livro, chegando aqui com o título Sangue Quente.

Mas aí caímos no velho problema das altas expectativas. É evidente que com Sangue Quente finalmente em mãos eu simplesmente devorei o livro, porque precisava ver o que Marion tinha feito daquela história que eu tanto gostara. A questão é que, infelizmente, o romance não fica a altura do conto, talvez justamente por ter que apresentar mais elementos que justifiquem o gênero (mais longo). Então por mais que o livro seja bom e valha a pena conferir, para quem conheceu I am a zombie filled with love fica um gostinho um pouco “agridoce”, digamos assim.

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The Walking Dead S01E02: Guts

that’s the way, uh-huh uh-huh, I like it, uh-huh, uh-huh!

Eu achei que já estava atrasada com The Walking Dead também, mas acabei de ver que o terceiro episódio só vai ao ar hoje, então ufa, vamos que vamos. Depois do impacto do primeiro episódio (simplesmente perfeito), acho natural ver o segundo episódio como algo mais morno, mas acho que o “morno” aqui é bem relativo, só se realmente for comparar com o anterior. A qualidade continua, a tensão continua, está tudo lá – mas não mais com aquele efeito da novidade pesando, digamos assim.

O primeiro episódio acabou com Rick numa furada, preso em um tanque com um monte de zumbi ao redor. Começamos o segundo episódio (Guts) com ele sendo salvo por um adolescente, que o apresente para um grupo de sobreviventes. A história foca principalmente na tentativa deles de abandonar o prédio onde estão, agora que Rick fez a besteira de atrair todos os zumbis ali para perto com a esperteza de sair atirando feito um louco (vamos lembrar que ele já sabia que isso não era a coisa mais sabida a se fazer, certo, meninos?).

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The Walking Dead

Uou. Se minhas séries continuarem fraquinhas, já tenho uma nova substituta a favorita: The Walking Dead. Já tem algum tempo que leio notícias sobre a produção, adaptada de HQs que eu (como fã de histórias de zumbi) vergonhosamente (ainda) não li. Até cheguei a comentar aqui sobre a bola dentro da FOX, que lançou o primeiro episódio no Brasil apenas dois dias após o lançamento na gringolândia (mas ao que parece, depois o canal deu uma bola fora picotando o episódio que foi ao ar ontem). Enfim, eu estava curiosa mas não tão curiosa que não conseguisse esperar vazar um episódio com mais qualidade, hehe. E valeu a pena.

O cuidado com a série chama a atenção logo de cara – parece filme, e filme bem feito. The Walking Dead vai contra muito do que é feito com zumbis hoje em dia. Não tenta “modernizar” o conceito, inovando ou apresentando alguma teoria de como eles chegaram. Lembra muito Romero nos melhores tempos. A série também não usa o gore como desculpa para ser tosca, e disso falo sobre o cuidado que tiveram, rendendo imagens que ficam entre as melhores que já vi quando se fala em horror, não só em histórias de zumbis.

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Quão perigoso é um zumbi?

Acabei de ver lá no Graph Jam: How Dangerous is a Zombie? Gráfico para os fãs de filmes de zumbi ;D

(clique na imagem para ampliar)

Edit: Esqueci disto aqui -> 7 Razões Científicas pelas quais uma epidemia de zumbis falharia rapidamente. Já tem um tempo que vi no Cracked, mas enfim, já que estamos falando de zumbis…

Louras Zumbis (Brian James)

Já vão aí uns dois anos em que o que mais se tem visto sobre lançamentos para o público jovem são histórias de amor entre uma garota e alguma figura sobrenatural (o segundo normalmente sendo vampiro, certo?). A fórmula básica se repete exaustivamente, com pequenas variações que não chegam a de fato fazer diferença porque no fim é tudo sobre o sujeito diferentão que atrai a menina para sua vida, que apresenta supostos perigos. No final das contas, quem ainda busca esses livros atrás de diversão acaba se desapontando e simplesmente deixando de lado títulos novos, pensando que será mais do mesmo.

E é por isso que li com certo alívio Louras Zumbis, de Brian James lançado aqui no Brasil pela Galera Record. Quando fiquei sabendo sobre o título, pensei que lá vinha outra história com uma heroína desajeitada perdidamente apaixonada, só que dessa vez por um zumbi. Bem, as coisas são diferentes com Louras Zumbis, porque não se trata de um livro romântico, mas de ação (ou, sendo mais específica, de horror). Continue lendo “Louras Zumbis (Brian James)”

Deadgirl

Já tinha um bom tempo que estava curiosa sobre esse filme, até porque li várias resenhas extremamente favoráveis. Aquela coisa de “não é só um filme de terror” e blablabla. Bom, talvez Deadgirl fosse um filme bacana se fosse um filme de terror. Até porque qualquer tentativa de leitura alegórica do que é visto ali acaba esbarrando em questionamentos básicos – para não falar que eu ainda acho que a narrativa foi extremamente mal montada.

Mas ok, do começo. Deadgirl começa com dois amigos do barulho passando uma tarde batutinha em um hospício fazendo coisas que até… ok, sem narração de Sessão da Tarde. Enfim, os amigos estão lá no hospício e por acaso descobrem no subsolo uma garota algemada em uma cama. E bem, ela é a garota que dá título ao filme, portanto você conclui antes dos amigos que apesar de respirar e se mexer, ela está morta. Um deles volta para casa, o outro decide que seria uma boa ideia transformar a zumbizinha em uma escrava sexual.

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