NOS4A2 (Joe Hill)

nos4a2Eu falo bastante da semelhança entre a obra do Joe Hill e do Neil Gaiman, eu sei. Mas ler NOS4A2 (o mais recente livro do autor, ainda sem tradução no Brasil) logo depois de O Oceano no Fim do Caminho e não estabelecer uma relação entre os dois é praticamente impossível. Não que o Joe Hill vá te fazer chorar copiosamente como Neil Gaiman fez, mas parte do horror construído em seu novo romance tem como base a mesma ideia do livro de Gaiman, de ser criança e se ver sozinho em uma situação difícil, principalmente porque os adultos que deveriam apoiá-lo (ou ainda, protegê-lo) não acreditam em você, ou estão preocupados demais com suas próprias vidas para perceber o que está se passando com você. O efeito causado por esse tipo de situação é interessante porque, mesmo falando de fantasmas, vampiros e assassinos seriais, ainda assim o que mais assusta não é a ficção, mas a realidade.

De qualquer modo, comparações ficando de lado, vamos ao NOS4A2 (pronuncia-se “nosforatchu” ou, como é a intenção do dono do carro que apresenta esta placa, “nosferatu”). Eu me enrolei um pouco para começá-lo (saiu no final de abril lá fora) porque as 700 páginas me desanimavam um tanto. Calma, não é preguiça de ler livro grande. É só que eu estava achando que o Hill acabaria pegando uma mania chata do pai dele de escrever livros desnecessariamente prolixos, que estragam muito o clima do horror. Não vou dizer que não exista um tico de “gordura” em NOS4A2 (aquelas divagações de personagens secundárias que te fazem rolar os olhos e pensar em pular algumas páginas, por exemplo), mas logo entendi o motivo para o tamanho do livro: ele segue a história de Vic “The Brat” McQueen desde a infância, quando descobre que tem um dom especial para “encontrar” objetos perdidos.

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Locke & Key (Joe Hill/ Gabriel Rodriguez)

Lembro que quando me perguntavam sobre A estrada da noite, eu costumava dizer que era algo como Stephen King meets Neil Gaiman: há o terror, sem dúvida, mas também aquele jogo de referências que o autor britânico tanto gosta de fazer. Considerando esta definição, é até curioso que Joe Hill tenha trilhado um novo caminho em sua carreira, escrevendo histórias em quadrinhos (fazendo a trilha de Gaiman ao contrário). Então é claro que fiquei com a curiosidade atiçada e quis ir atrás da série Locke & Key, escrita por Hill e ilustrada por Gabriel Rodriguez.

Reza a lenda que a IDW Publishing tinha procurado o Hill para publicar uma versão em quadrinhos da coletânea de contos Fantasmas do Século XX, mas então o autor ofereceu o título até então inédito, e a editora acabou publicando. O que pessoalmente acho muito inteligente da parte da IDW, porque Fantasmas do Século XX é só “meh”, mas Locke & Key é muito legal – das coisas escritas pelo Hill que eu já li, fica só atrás de A estrada da noite.

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Horns (Joe Hill)

Chegando pela Sextante agora no fim de outubro como O Pacto (título escolhido pelo público), Horns de Joe Hill não deixa de ser boa diversão. O problema principal é que a associação Joe Hill – filho – Stephen King – pai é quase inevitável, e aí do filho do “Mestre do Horror” você espera horror também, certo? Mas Horns não é exatamente uma história do horror, tende mais para o fantástico.

O mote é excelente: sujeito acorda depois de uma bebedeira com um par de chifres na testa. Literalmente. Essa primeira parte do livro me conquistou completamente, porque enquanto o protagonista (Ignatius Perrish) começa a ter contato com as pessoas, a reação delas para os chifres é simplesmente genial: não chegam a notá-lo, e ainda por cima começam a confessar para ele seus maiores segredos.

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Top5 Livros de 2007

Depois de publicar minha lista de melhores filmes de 2007, achei que era hora de fazer algo semelhante para os livros. O que complica um pouco nesse caso é que custa mais caro, digamos assim, manter uma lista com mais de 50 títulos lançados este ano (no caso de filmes é zilhões de vezes mais simples). Por isso o Top10 vira um Top5. E eu prometo que ano que vem tentarei ler mais lançamentos!

Então vamos lá, para o top5…

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