Supernatural S06E04, S06E05 e S06E06

Ok, eu não serei a telespectadora ranzinza o tempo todo. Tenho que reconhecer que os três últimos episódios deram alguma esperança de que essa temporada não vá ser uma completa perda de tempo. Parece que estão se reencontrando, acertando a mão sobre o que são as personagens novamente, embora ainda ache que falte um pouco do senso de humor que fez com que eu gostasse tanto de Supernatural. Mas hum, parece que já está dando uma pinta de reaparecer também.

Weekend at Bobby’s (S06E04) foi muito bem sacado por tirar o foco dos Winchester e mostrar um dia na vida de Bobby. Aquelas coisas que sempre assistimos como Bobby confirmando que eles são do FBI, ou simplesmente ajudando em alguma pesquisa sobre um monstro novo, o episódio deu a oportunidade de conferir que a coisa não é tão simples assim, afinal, o sujeito dedica-se a isso em tempo integral. Somando a isso o fato de que Crowley aparece de novo, eiii, já gostei do episódio. Aliás, espero que ele volte outras tantas vezes, especialmente com essa história (meio Sandman, não?) do Inferno estar um Inferno (hehe) desde que Lúcifer foi preso novamente.

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A ascensão do romance (Ian Watt)

Não há dúvidas de que A ascensão do romance de Ian Watt é leitura fundamental para quem estuda literatura, e justamente por isso a notícia do lançamento agora em outubro da edição de bolso pela Companhia de Bolso é tão bem-vinda. Focando principalmente nas obras de Daniel Defoe, Samuel Richardson e Henry Fielding, Watt mostra em seus estudos como foi que se criou um dos gêneros mais populares de todos os tempos.

Entretanto, até pela linguagem simples e direta que utiliza, o livro pode ser interessante também para aqueles que apenas gostam de literatura. Especialmente se tomarmos a ideia principal do livro, não deixa de ser curioso pensar que autores do século XVIII são apontados como os responsáveis pela dita ascensão do romance. Nossa visão moderna do gênero dá como certa a existência desse desde que o homem resolveu contar histórias, então até por nos lembrar que não foi bem assim a leitura já vale a pena. Continue lendo “A ascensão do romance (Ian Watt)”

Então você gosta de bacon

Outra coisa que não estou podendo consumir agora durante essa fase de amamentação. Bacon. Já não podia na gravidez (um dia me rebelei, comi e depois passei mal hehe). O engraçado é que de uns anos para cá tenho percebido como várias pessoas acabam listando o bacon como comida favorita, achava que era algo que ninguém desse tanta importância assim. Mas depois de ver elogios até em blogs como o Coma com os Olhos, bem, parece que essa gostosura está ganhando seu devido reconhecimento.

E é pensando em vocês, amantes do bacon (hehe) que resolvi deixar uma dica de viagem, para quando estiver em Londres. Vá na Harrods. Mas esqueça as firulinhas da loja e rapidamente busque a parte de comidas, indo direto até o balcão de bacon. Balcão de bacon, Anica? Sim. Lá você pode encontrar mais de quinze tipos diferentes de bacon. Olhe para essa foto e me responda:

É ou não é o paraíso? E você que achava que o máximo de variação sobre bacon era aquele que vinha cortado em cubinhos, ahn? ;D

Eu não ia falar de política

Não mesmo. O que não deixa de ser um sinal de como a política no Brasil tem me desanimado. Não é que eu seja alienada ou que eu não goste do assunto, mas sou tão descrente da tal democracia (embora concorde com Churchill que é o “menos pior” dos sistemas), que bem, não dá vontade de falar disso. Aí que agora em 2010 o circo todo tinha Dilma, Serra e Marina no picadeiro. E por alguma razão especialmente na internet o que se viu (especialmente no primeiro turno) foi uma discussão idiota que mais parecia coisa de torcida de time. Como comentei no twitter, o PT x PSDB virou o novo Fla-Flu.

Digo “discussão idiota” porque era tudo na base de “Se você vota ‘x’ você é burro” ou em “argumentos” repetitivos do tipo “X não tem experiência”, “X é corrupto” ou ainda “X está recebendo apoio de candidato com quem bateu boca na eleição passada”. Cansativo. Esta briga eu não comprei e vou continuar não comprando. Meu voto no primeiro turno foi para o que considerei o “menos pior”, mas foi um voto sem vontade e sem qualquer confiança. Voto de quem acha que no final das contas eles estão no picadeiro, mas nós é que somos feitos de palhaços.

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Um erro emocional (Cristovão Tezza)

Lembro de certa vez ter lido uma lista com os 10 começos de livros mais memoráveis, o que apresentava inícios de livros como Moby Dick, Neuromancer e a Bíblia. Está aí uma tarefa quase impossível: conquistar o leitor (ou pelo atiçar a curiosidade desse) já na primeira frase. A maioria absoluta dos meus livros favoritos não me conquistaram assim, acabaram me seduzindo apenas após a décima página para mais. Então imagine com que prazer (e surpresa!) eu acabei recebendo as primeiras linhas do novo livro de Cristovão Tezza:

Cometi um erro emocional, Beatriz se imaginou contando à amiga dois dias depois — foi o que ele disse assim que abri a porta, o tom de voz neutro, alguém que parecia falar de uma avaliação da Bolsa, avançando sem me olhar como se já conhecesse o apartamento, dando dois, três, quatro passos até a pequena mesa adiante em que esbarrou por acaso, depositando ali o vinho com a mão direita e a pasta de textos com a esquerda (e ela se viu desarmada no meio de três sinais contraditórios, o erro, o vinho, o texto, mais a espécie de invasão de alguém que está à vontade — o que ela havia sonha-do, Beatriz teria de confessar à amiga, e ambas achariam graça da ideia — à vontade, mas não do modo correto) e Beatriz fechou a porta devagar com um sorriso de quem se vê imersa na ironia, e isso é bom; e se virou para escutar o resto, agora vendo-o com as mãos livres, a silhueta contra a luz, os braços brevemente desamparados daquele homem magro:
— Eu me apaixonei por você.

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House S07E02 e S07E03

Ainda há esperanças, ufa! Muita gente (inclusive meu aluno @edisonlsm, um viciado em House) comentou que o segundo episódio da sétima temporada (Selfish) era muito bom e que não tinha nada a ver com o primeiro. Como podem perceber, eu sou meio desconfiada e demorei horrores para conferir, já estou atrasada com os lançamentos lá fora, mas vamos que vamos, né. Então considerando essa opinião de que era diferente do primeiro, bem, é sim. E é melhor. Mas ainda não era o House que eu esperava estar assistindo.

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Pequena Abelha (Chris Cleave)

Algumas pessoas tem a ilusão de que o ato de ler implica apenas em “quebrar o código” que encontra impresso no papel. Entender as palavras e o que pode ter sido dito pelo autor, basicamente. É uma pena que não consigam enxergar a complexidade dessa ação que fazemos, de como ela envolve uma gama de fatores que combinadas explicam por qual motivo uma pessoa gosta muito de um livro e outra o acha ruim. Quem apresentou esse livro para você? Como apresentou? O que você esperava dele? O que você já sabe sobre o assunto abordado nele? São algumas das ‘n’ perguntas que estão relacionadas com o que você sentirá no momento que estiver lendo.

E eu comecei esse artigo comentando isso, porque no final das contas acredito que um fator externo acabou estragando minha leitura de Pequena Abelha (Little Bee no original). No caso, o problema foi a propaganda em torno do livro, justamente o primeiro contato que tive com o título através de um email da editora Intrínseca. Dizia lá: Continue lendo “Pequena Abelha (Chris Cleave)”

Lovely day for a Guinness

Eu sempre digo que se querem me ver feliz, é só adicionar livros e cerveja importada ao cenário. E a primeira cerveja “diferentona” que experimentei na minha vida foi a Guinness, uma stout irlandesa. Não vou mentir dizendo que se você provar vai amar, porque cerveja é um negócio complicado porque lida com paladar e bem, gosto.

Um exemplo disso é o que tive a oportunidade de conferir no bar que fica no topo da fábrica da Guinness. É o fim da tour (pense em Homer Simpson visitando a cervejaria Duff agora, hehe) e lá eles oferecem um pint (medida que equivale a uns 550mls) de graça. O balcão desse bar fica cheio de pints abandonados (e eu, pobrinha que sou, fico só calculando quantas centenas de reais estavam abandonadas ali, snif!), o que nos leva à conclusão que não, Guinness não é uma unanimidade. Mas eu goooostcho!

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Harry Potter e a Câmara Secreta (J.K. Rowling)

Sigo firme com minha meta de ler toda a série do Harry Potter antes de chegar aos 30.  Agora são mais 5 livros para ler em 3 meses, o que até daria conta com tranquilidade se as histórias não fossem aumentando exponencialmente, né? Aliás, já notaram como isso costuma acontecer com coleções de sucesso? Eu até consigo imaginar a conversa na editora, a escritora manda a primeira versão lá com suas 200 e tantas páginas e aí o sujeito pergunta “Mas não dá para colocar mais detalhes sobre o Quadribol? E por que não mais informações sobre os fantasmas de Hogwarts? O público vai adorar e nem vai se importar de pagar um pouco a mais em um livro maior! Todo mundo fica feliz!“.

De fato, Harry Potter e a Câmara Secreta é um tanto mais enrolado (ok, mais cheio-de-detalhes) do que o primeiro título da série, mas a estrutura é semelhante (e não faço ideia se vai se repetir nos próximos livros): um pouco da vida de Harry com os tios, chega à Hogwarts, um mistério se apresente, Harry quebra várias regras da escola para desvendar o mistério, Harry se dá bem, Harry volta para casa. O negócio é que por ter mais detalhes, parece que Rowling teve melhor oportunidade para desenvolver a parte do mistério, que na minha opinião ficou bem melhor do que em Harry Potter e a Pedra Filosofal.

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Supernatural S06E03: The Third Man

Olá, eu sou um roteirista idiota e vim aqui  para matar sua série favorita!

Ok, talvez eu esteja sendo precipitada mesmo mas gente, demitam esses roteiristas, tragam novos e tentem salvar o show, por favor. Esse terceiro episódio foi a maior prova de que as coisas não estão seguindo em um caminho certo: já estão apelando para supostas “pontas soltas” da temporada anterior. Ah, vão se catar.

Uma coisa que lembro que adorava em Supernatural nas temporadas iniciais era o entrosamento entre os atores e consequentemente entre as personagens que interpretam os Winchesters. Era um olhar, e quem acompanhava a série já entendia o que era dito ali. Agora um dos raros momentos que lembrou essa época foi quando Dean apostou corrida com Sam meio que para provar que o Impala era melhor.

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