Orange is the New Black

orangeisSeguindo o mesmo modelo de outras de suas produções originais como Hemlock Grove e House of Cards, o Netflix lançou em julho deste ano a primeira temporada da série Orange is the New Black. Aquela coisa: todos os treze episódios disponíveis de uma vez só, e caso você tivesse tempo e vontade de embarcar numa maratona, dava para ver tudo em um dia só. Eu me enrolei para começar a ver porque não estava achando que seria minha praia, mas elogios após elogios e algumas cenas que foram pipocando no tumblr acabaram me convencendo a dar pelo menos uma conferida. E aí já vem com essa abertura, com música de Regina Spektor composta especialmente para a série.

Então começa a história. Primeiro episódio (como sempre) serve para apresentar personagens, e aqui conhecemos a protagonista Piper, que por conta de um crime que cometeu na juventude agora precisará passar 15 meses em uma prisão. Fica nítido que a Piper que ajudava no contrabando de drogas não tem mais muito a ver com a Piper que está ido para a cadeia: a versão mais velha é uma figura caseira que está prestes a se casar com o namorado com quem já está morando. Leva uma vida no estilo meio dondoquinha, com os pais bancando as contas sempre que ela não consegue, fazendo dietas da moda só porque bem, são da moda. Aí você pensa que Orange is The New Black será sobre o choque de realidade criado com a chegada da americana rica, bem educada e branca em uma cadeia cheia de minorias. O engraçado é que com o tempo você vai percebendo que isso é o de menos ali. Sim, há um choque inicial, e Piper leva alguns episódios para se adaptar à nova vida, mas depois de um tempo você começa a perceber que ela já é parte daquele lugar, e que a história é sobre todas as mulheres que estão ali, não só Piper.

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True Blood: Sexta temporada

Hmkay. Será um post estranho, porque até o ano passado eu ainda costumava comentar os episódios de dois em dois, e este ano acabei preferindo deixar um comentário para o começo e outro para o fim da série e bom, deu no que deu. Vamos ver o que dá para fazer com isso. Considerando que este post comentará todos os episódios da temporada, acho que não preciso dizer que isso aqui está cheio de spoilers, certo? Ok, brulululur viagem no tempo, aqui temos as impressões sobre o primeiro episódio da temporada:

Mas divago. Importante é que eu estava com medo do que representaria a saída do Alan Ball para a série, mas aparentemente foi bom. Mas ok, meio cedo para comemorar. Mas relendo aqui o que escrevi sobre os primeiros episódios das temporadas anteriores, esse é by far o melhor de toda a série. Aliás, entrou na seleção de um dos melhores episódios da série como um todo, não só como inicial. Negócio é torcer para que o ritmo continue bom e que por favorzinho com queijo, sejam infundados esses boatos que andam se espalhando por aí de que essa temporada seria a última. Muita sacanagem acabar logo quando fica bom.

Negócio é: considerando todas as temporadas de True Blood, todas MEEEEESMO, esta tinha sido a melhor. Acho que foi um episódio mais ou menos para todos os outros bem legais, cheios de momentos marcantes, wtfs, e tudo o mais. De fazer você se empolgar mesmo com a história, e cada episódio ter um cliffhanger digno de season finale. Único ponto negativo era o drama Alcide/Sam, mas convenhamos, foi tão rápido que nem deu tempo de pensar “Ei, peraí, o Sam acabou de perder o amor da vida dele e já tá apaixonado de novo? O que colocam na água de Bon Temps?!”. Ok, deu tempo, mas eu sou chata com o plot dos lobisomens e shifters, então deixa pra lá. No final das contas, não cheirou e nem fedeu e, o mais importante, o tempo de tela foi beeeeeeeem mais breve do que costumava ser.

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Os (não) casais favoritos

Eu não vou entrar nos méritos de definições e afins, tenho certeza que já falaram muito sobre shipping por aí (se você não faz ideia do que estou falando, pula na wiki e depois volta para cá). A questão é que de uns tempos para cá percebi o quanto eu sou azarada nessa coisa de shippar. Tão azarada que dia desses, ao perceber que mais uma vez torcia por um casal que nunca ficaria junto, até cantarolei no twitter:

O que acho engraçado é que isso não acontece tanto com filmes ou livros, meu lado noveleira só fala mais alto quando estou assistindo séries (e quando eu era mais nova, com o X-Men, hehe). Pensando aqui, acho que desde Brenda e Dylan em Barrados no Baile, minha torcida nunca deu certo. NUNCA. E nem é só questão de dois personagens que eu achava que tinham algo a ver nunca ficarem juntos, porque até quando finalmente engatavam um relacionamento, acontecia algo e pans, eles se separavam/morriam/insira aqui um outro final infeliz. Quer ver como sou pé frio? Está aí o meu top5 que não me deixa mentir.

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Black Books

Eu sei que o esqueminha de sugestões do Netflix normalmente não funciona (ou você acha que um perfil assim surgiu por nada?), mas logo que acabei The IT Crowd sugeriram Black Books, também uma série cômica britânica. E vendo a premissa básica (o dia a dia de um dono de uma loja de livros super mal humorado), meu lado book nerd falou mais alto e lá fui eu conferir. Criada por Dylan Moran (que também interpreta o protagonista Bernard Black) e por Graham Linehan (um dos nomes por trás de The IT Crowd), a série foi ao ar em 2000 e terminou em 2004, com um total de três temporadas, com seis episódios de cerca de 25 minutos cada.

Confesso que achei os dois primeiros episódios engraçadinhos, mas não via muito bem onde aquilo poderia parar. Neles são apresentados além de Bernard os outros dois personagens principais, Manny Bianco (um contador que um dia surta e passa a trabalhar para Black) e Fran Katzenjammer, dona da loja ao lado da Black Books. Hmkay, nada espetacular, fui para o terceiro por pura teimosia. E aí que começou a ficar bom, “Grapes of Wrath” é simplesmente hilário.

O negócio é que como quase sempre acontece em sitcoms, Black Books não nos prende por causa de algum segredo não revelado ou uma trama elaboradíssima: é porque vamos nos apegando às personagens, começando a prever reações e, no caso dessa série em específico, saber que o negócio é realmente esperar o inesperado. O estilo de humor é completamente nonsense, com mini-bares embaixo de mesas de restaurantes até um funcionário sendo contratado por uma empresa e quase chegar em cargo de gerência sem ter a menor ideia do que tinha que fazer lá. Ah, sim, ao contrário do que se imagina, não é o mundinho literário que é o principal foco de zoação, mas simplesmente o cotidiano em uma cidade grande.

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(MTV) A menina sem qualidades

Já tem mais de um mês que o primeiro episódio de A menina sem qualidades estreou. Chegou junto com uma série de notícias nebulosas anunciando o que seria o fim da MTV, é verdade, mas naquela segunda-feira de estréia não se falava de outra coisa nos cadernos culturais. Se era mesmo o fim da MTV, a adaptação de Felipe Hirsch para o livro da alemã Juli Zeh seria o canto do cisne. Confesso que nem tanto a premissa mas mais o nome de Hirsch que fizeram com que eu ficasse bastante curiosa. Sabe como é, o sujeito ganhou meu coração para toda a vida com as peças da Sutil, então eu tinha que ver o que ele faria na tv. Anunciaram a estreia para às 23h, fiquei lá esperando, ansiosa e… e aí que meio em cima da hora jogaram o horário para meia noite e meia. Fuééém… Esse negócio de ter que acordar cedo no dia seguinte estraga um pouco as coisas.

Mas, felizmente, a MTV faz um negócio bacana (e que contraria completamente o argumento de que ela está acabando porque não soube acompanhar a “revolução digital”): no dia seguinte, na página do canal, lá estava disponível bonitinho o primeiro episódio para quem perdeu poder assistir. Comecei a acompanhar, episódio por episódio (bastante curtos, diga-se de passagem, cada um não passava de 20 minutos) e terminei a primeira semana já completamente encantada, procurando lista de músicas que tocaram e, principalmente, as referências literárias (falo disso mais adiante).

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True Blood Season Premiere

Demorou mas a espera acabou, finalmente comeeeeça a nova temporada de True Blood. Se você nunca viu True Blood clica aqui. Se já assistiu ao primeiro episódio da sexta temporada ou não tem medo de spoilers (nem do Bilith) clica aqui e vem comigo _o/

Tchan!

Assistindo ao primeiro episódio da sexta temporada (Who Are You, Really?) fiquei pensando que ele poderia ser o terceiro da quinta, sabe? Que todo aquele blablablabla político e religioso de Lilith e Authority poderiam ter ficado com uns dois episódios, para chegarmos nesse momento. Porque esse começo de temporada foi melhor do que toda a quinta temporada, com certeza. As coisas finalmente acontecendo, mesmo que de um jeito meio wtf, mas convenhamos, você não chega na sexta temporada de True Blood sem se acostumar com a wtfuckness da série, certo? Então, recapitulando:

  • Os seguidores de Lilith destruíram todas as fáricas de True Blood
  • Os vampiros que queriam só viver de boas entre os humanos ficam loucões com a falta de sangue sintético
  • Bill fica loucão depois de beber todo o sangue de Lilith

É nesse ponto que começa o episódio, com a fuga de Sookie e companhia do QG da Authority. Os minutos iniciais que marcam a fuga são bem rápidos, mas trazem por exemplo a Pam como eu sempre gostei da Pam (melhor ainda porque já chegou odiando a Nora), Jason daquele jeito meio sonso e engraçado dele e a certeza de que tem muita coisa para acontecer com essa temporada, já que logo ficamos sabendo que Warlow não só é o carinha que em teoria é ‘dono’ da Sookie, mas ele também é, upz, cria de Lilith. Já mencionei que ele é interpretado por Rutger Hauer?

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Dr. Horrible’s Sing-Along Blog

Quem assiste séries de tv deve lembrar ainda da greve dos roteiristas, que começou em novembro de 2007 e seguiu até fevereiro de 2008. A coisa foi séria, ao ponto de arruinar completamente séries que tinham algum potencial (como Heroes) e mexer com o calendário de premiações. A lembrança pode não ser boa, mas foi por causa dessa greve que Joss Whedon teve a oportunidade de criar a ótima web série Dr. Horrible’s Sing-Along BlogNas palavras do próprio Whedon: “Once upon a time, all the writers in the forest got very mad with the Forest Kings and declared a work-stoppage. The forest creatures were all sad; the mushrooms did not dance, the elderberries gave no juice for the festival wines, and the Teamsters were kinda pissed. (They were very polite about it, though.) During this work-stoppage, many writers tried to form partnerships for outside funding to create new work that circumvented the Forest King system.” Ou seja: Dr. Horrible foi um jeito de não fazer parte do sistema dos grandes canais, provar que era possível fazer algo novo, diferente.

O musical tragicômico cujo protagonista é um vilão no melhor esteriótipo das histórias em quadrinhos foi dividida em três atos, cada um com pouco mais de quinze minutos. Cada ato foi ao ar em um dia diferente naquele ano, sendo disponibilizado para todos de graça (pelo que eu entendi, ficaram no ar até o dia 20 de julho daquele ano, quando então foram retirados do site). É um modelo que hoje em dia pode já até não ser mais novidade, mas naquele momento era bastante original e chamou atenção (valendo até premiações, vale ressaltar).

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How I Met Your Mother (S08E11 até Season Finale)

Se o grande evento é o casamento dele, então essa temporada foi…

No episódio anterior de Anica fala da oitava temporada de How I Met Your Mother

Certo, não parece muito animador. De qualquer forma, uma boa notícia: o episódio da semana que vem durará uma hora (daquele tipo “dois episódios em um”). E, segundo a notícia que eu li, uma coisa muito importante acontece. E parece que parte da equipe chorou em algumas cenas . Parece promissor. Negócio é esperar pelo dia 17, que poderá marcar o momento em que a série voltou aos trilhos.

O episódio em questão foi The Final Page (com parte 1 e 2). A coisa importante era o desenvolvimento do plano de Barney para pedir Robin em casamento, uma cena fofinha e toda nhooooum e bem legal porque brinca um pouco com a “mitologia” da série, já que o pedido envolve o famoso playbook do Barney. Mas a cena que fez parte da equipe chorar acho que foi a do Ted sozinho no final do grande evento. E cheesus, como o Ted sofreu nessa temporada – pelo menos a partir do rompimento com a Victoria. Não só por esse momento em The Final Page, mas com outros dois em episódios seguidos,  The Time Travelers (S08E20) e Romeward Bound (S08E21). Em Romeward Bound tem aquele baita xulépt que o Barney dá nele, dizendo “Eu vou casar com Robin, não você”. Aquilo foi tão seco, tão não-Barney que achei que iria repercutir de alguma forma nos episódios seguintes, mas ficou por aquilo mesmo.

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The IT Crowd

Clica aqui e vamos lá!

Uma mulher que entende lhufas sobre o universo geek por algum motivo aleatório passa a se relacionar com nerds. Não, eu não estou falando de The Big Bang Theory (que olha, até achava engraçadinha no começo, mas piiiiuf), mas de uma série britânica que foi lançada um ano antes, chamada The IT Crowd. Ok, paremos com as comparações aqui, porque The IT Crowd toma um outro rumo (e talvez por isso me agrade mais): não é só sobre ser nerd, e,  embora algumas piadas façam referência à cultura geek, a base do show não é essa, mas a relação entre Roy, Moss e Jen e seu cotidiano como empregados de uma grande empresa. E a graça é que os três são fantásticos, nenhum usa o outro de muleta ou brilha mais. Quando você pensa “Jen é minha personagem favorita”, vem um episódio impagável com o Roy, e aí depois o Moss e assim segue.

Como toda boa comédia britânica, muito do humor vem de situações completamente nonsense em que as personagens acabam se metendo, cito por alto aqui uma em que na empresa pensam que Jen morreu e um dos funcionários acaba achando que ela é um fantasma quando a vê, ou ainda um em que Moss fica preso dentro de uma daquelas máquinas de “pescar” brinquedos. Alguns episódios são claramente montados de modo a criar essas situações inusitadas, com acontecimentos aparentemente bobos que chegam em um momento completamente hilário, como quando no começo de um episódio Moss está assistindo a um comercial que informa que o número da emergência mudou de três dígitos para vários dígitos, e aí quando precisa ligar para a emergência um tempo depois, ele não consegue recordar do número.

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Hemlock Grove

É bem provável que a essa altura você já tenha ouvido falar de Hemlock Grovemas vale uma explicação. A série é uma produção original do Netflix, seguindo os moldes de House of Cards: o Netflix disponibiliza a temporada completa, o que eu acho excelente porque odeio aqueles intervalos das séries gringas que às vezes duram mais de um mês. Com as séries do Netflix (Arrested Development está chegando!) você define quando assistirá ao show e se um episódio terminar com um gancho daqueles extraordinários, não há qualquer necessidade de esperar no mínimo mais uma semana para saber como a história continua, basta um clique e lá vem outro episódio. Foi minha primeira experiência com o formato (ainda não vi House of Cards), e está aprovadíssimo. Não, eu não estou sendo paga pelo Netflix (em tempos de jabás para blogueiros é sempre bom lembrar, né) a real é que eu ultimamente me identifico muito com essa menina aqui.

Enfim, Hemlock Grove. Apesar de ser uma série de terror, eu não estava muito confiante. Primeiro porque o pôster de divulgação tinha um lobo, e vocês sabem, não suporto histórias com lobisomem fora Um lobisomem americano em Londres. Segundo porque a produção (e direção de alguns episódios) ficou por conta de Eli Roth – e o que eu vi de terror dele (Hostel), eu simplesmente detestei. Terceiro (e o mais importante): alguém já fez um levantamento de quantas sinopses de séries falam de “uma adolescente é brutalmente assassinada e começa a busca pelo assassino”? Pois é. Achei que seria tudo mais do mesmo e o pior, mais do mesmo com lobos. Mas como queria testar o formato Netflix (e sabia que logo começariam a chover spoilers nas redes sociais) resolvi começar a ver. Primeira imagem é essa aqui: Continue lendo “Hemlock Grove”