Demolidor (S01 e S02)

Lembro que comecei a ver a primeira temporada do Demolidor meio naquela desconfiança de “Ok, só um episódio para ver qualé”. E aí gostei e foram lá mais dois, três e quando vi já tinha assistido toda a primeira temporada e queria mais.

Tá bom, o fato de serem só treze episódios ajuda para a sensação, mas além disso o negócio é que no meio do cansaço de tanta coisa de herói saindo no cinema e na TV, Demolidor chegava como algo completamente diferente, trazendo um pouco da humanidade que os “super” – hiperbólicos em seus poderes e paixões – já tinham deixado para trás.

Até porque o Demolidor da primeira temporada ainda é um herói em construção, aprendendo sobre como “ser” e também se questionando bastante sobre o que faz. A dúvida de Matt Murdock não vem só por ser católico, mas também porque a partir do momento que veste sua roupa (preta) para combater o crime à noite, ele de certa forma está aceitando o fato de que a justiça não funciona.

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Jessica Jones

Antes de começar, dois alertas:
1. Meu teclado está uma caca, posso ter comido algumas letras sem querer. Volto para editar aqui em outro momento.
2. Ahmm… spoilers, spoilers everywhere.

Na época que começaram a sair as primeiras notícias sobre séries do Netflix com personagens da Marvel, minha animação sobre Jessica Jones estava mais baseada no fato de que estavam dando chance para mulheres protagonistas no universo Marvel, mas era meio que só isso.

Pouco sabia sobre Jessica Jones, fora o que já seria o básico do enredo dessa primeira temporada: a personagem atuava como heroína (uniformizada e tudo), até o momento em que o Purple Man (peixe pequeno das histórias do Demolidor se comparar com o Kingpin) começou a controlar sua mente. Quando finalmente consegue escapar do controle do vilão, deixa de lado a vida de vigilante e passa a ser uma detetive particular.

E então o material promocional aparecia falando tanto do Purple Man (que na série não chega a ser chamado assim, embora esteja sempre usando roupas em tons de roxo) que pronto, apitou lá meu maior medo: que a história de uma heroína Marvel acabasse virando uma história de um vilão Marvel1. Como dá para perceber, nada me preparou para o que eu de fato veria assim que a série ficou disponível no Netflix em 20 de novembro.

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  1. eu tinha outro medo também, o de não conseguir esquecer da Shitagi Nashi enquanto assistisse, mas aí já é coisa minha, não da série 

Orange is the New Black

Seguindo o mesmo modelo de outras de suas produções originais como Hemlock Grove e House of Cards, o Netflix lançou em julho deste ano a primeira temporada da série Orange is the New Black. Aquela coisa: todos os treze episódios disponíveis de uma vez só, e caso você tivesse tempo e vontade de embarcar numa maratona, dava para ver tudo em um dia só. Eu me enrolei para começar a ver porque não estava achando que seria minha praia, mas elogios após elogios e algumas cenas que foram pipocando no tumblr acabaram me convencendo a dar pelo menos uma conferida. E aí já vem com essa abertura, com música de Regina Spektor composta especialmente para a série.

Então começa a história. Primeiro episódio (como sempre) serve para apresentar personagens, e aqui conhecemos a protagonista Piper, que por conta de um crime que cometeu na juventude agora precisará passar 15 meses em uma prisão. Fica nítido que a Piper que ajudava no contrabando de drogas não tem mais muito a ver com a Piper que está ido para a cadeia: a versão mais velha é uma figura caseira que está prestes a se casar com o namorado com quem já está morando. Leva uma vida no estilo meio dondoquinha, com os pais bancando as contas sempre que ela não consegue, fazendo dietas da moda só porque bem, são da moda. Aí você pensa que Orange is The New Black será sobre o choque de realidade criado com a chegada da americana rica, bem educada e branca em uma cadeia cheia de minorias. O engraçado é que com o tempo você vai percebendo que isso é o de menos ali. Sim, há um choque inicial, e Piper leva alguns episódios para se adaptar à nova vida, mas depois de um tempo você começa a perceber que ela já é parte daquele lugar, e que a história é sobre todas as mulheres que estão ali, não só Piper.

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