Antichrist

anticDe tempos em tempos chegam aos cinemas (ou NÃO chegam, se considerar Curitiba) filmes que causam tanta polêmica que acabam chamando a atenção do público mais pela controvérsia do que pelo filme em si. Acredito ser o caso de Anticristo, de Lars von Trier. O que tem sido comentado por aí mais do que qualquer coisa são as “cenas fortes” e extremamente explícitas. E aí as pessoas correm para o cinema para saber o que é a tal da cena da tesoura, e esquecem que para um minuto de “cena da tesoura” tem pelo menos uma hora e meia de filme sem isso.

Os primeiros 10 minutos de Anticristo são geniais. A cena em preto e branco com o casal (sem nome) fazendo sexo enquanto o filho acorda e acaba caindo da janela do apartamento é bem forte – mas aqui não por ser explícita (e o é, acreditem), mas forte por ser bem montada, conduzindo os sentimentos de quem está assistindo, mesclando a beleza com o horror da situação (eu não tenho filho, mas fiquei agoniada com o moleque se aproximando da janela). Continue lendo “Antichrist”

Supernatural S05E01: Sympathy for the Devil

Então que como quem acompanha o Hellfire deve saber, no final de junho comecei a assistir Supernatural, desde a primeira temporada. A série me fisgou e me acostumei a todo dia acompanhar um tico da história dos irmãos Dean e Sam Winchester, e muito embora a quarta temporada não tenha me agradado tanto, estava morrendo de curiosidade de ver o que aconteceria na quinta. Contava os dias para finalmente ouvir o Kansas com Carry on my Wayward Son e eis que finalmente chega o dia. E bem, o episódio Sympathy for the Devil NÃO começa com a música que embalou o início das outras temporadas. Dessa vez vem com Thunderstruck, do AC/DC.

Parece meio um aviso: vem surpresa por aí. E a verdade é que conseguiram fazer um começo de temporada impecável: estabeleceram as novas regras do jogo sem matar o telespectador de tédio, colocaram alguns momentos “chutando bundas” com nossos personagens favoritos e ainda usaram muito bem o velho truque do “vamos matar vocês de susto mas calma que é só o começo da temporada”, ehehe. Gostei muito – é o tipo de episódio que faz com que eu torça pela sexta temporada.

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and in the end…

Eu não jogo video game, eu não curto muito ficar postando videozinhos aqui no Hellfire, mas acabei de ler um tweet do @inagaki linkando para uma animação de The End dos Beatles, feita para o Rock Band, e ahhhh, muito legal. Então vou compartilhar, né? Até porque eu acho os versos dessa música geniais: and in the end, the love you take is equal to the love you make.

A Órfã

Aproveitando a promoção da UCI (Amigo assina embaixo), milagrosamente fui assistir a um segundo filme em duas semanas (ótima média para quem estava indo ao cinema duas vezes por ano no total, hehe). Dessa vez conferi o lançamento dessa semana, A Orfã. Eu meio que já sabia o que encontraria por ali (ou pelo menos achava que sabia), qualquer coisa tipo Joshua, agora com uma menininha. E olha só a coincidência: a atriz que interpreta a mãe adotiva de Esther (a órfã), também interpreta a mãe de Joshua. Uou. Dá até para colocar no currículo “Especialista em papéis de mães que sofrem o diabo nas mãos de crianças psicopatas”.

As histórias são mais ou menos parecidas mesmo, pelo menos alguns elementos se repetem. A criança aprontando um monte (e por aprontando não estou falando em fazer sujeira no quarto, não) e ninguém acreditando na figura adulta que já sacou o nível de maldade da criança. O que é AGONIANTE. Sério, eu tinha vontade de entrar no filme e falar para todo mundo EI, ESSA GURIA É O CAPETA!! Ou algo que o valha. Continue lendo “A Órfã”

Kiss of Life (Daniel Waters)

Antes de mais nada, caso tenha passado batido, não deixe de conferir o 10 Perguntas e Meia com o Daniel Waters que publicamos mês passado no blog do Meia Palavra. Foi uma entrevista bem legal, na qual deu para perceber o ótimo senso de humor que o autor tem e que consequentemente transfere para seus livros. O primeiro que li, Generation Dead, me surpreendeu positivamente como uma história de zumbis que, no final das contas, falava sobre preconceito e intolerância.

Então é natural que eu estivesse com muita vontade de ler Kiss of Life, continuação do primeiro livro, publicada em maio desse ano. Aqui ficamos sabendo o que aconteceu depois dos eventos na Casa Mal Assombrada (não vou entrar em detalhes para não estragar a surpresa de quem ainda não leu Generation Dead), e de como Phoebe, a protagonista, está lindando com isso. Continue lendo “Kiss of Life (Daniel Waters)”

Grace

Grace é um filme estranho. Estranho no bom sentido, daqueles que você não sabe bem para que veio, para onde vai e quando se dá conta já estão subindo os créditos (e você nem notou o tempo passando). O IMDb o classificou como Drama/Horror/Thriller, embora eu ache que a parte “Horror” da história é extremamente sutil, é mais aquela situação que faz você ficar pensando após assistir ao filme como seria se você estivesse no lugar da protagonista, ou ainda: até que ponto somos capazes de ir, nós que achamos que somos tão humanos.

A história é sobre uma mulher que tenta engravidar após já ter sofrido dois abortos naturais. Ela obviamente parece bastante desesperada para ter um bebê, e fica extremamente feliz quando finalmente consegue engravidar e levar a gestação para mais de seis meses. Mas em uma noite ela tem complicações e, ao voltar do hospital, sofre um acidente de carro. Como consequência, tudo indica que ela perdeu o bebê, porém…

Porém não é bem o caso. E eu acho que para ter alguma surpresa, caso não tenha visto é melhor não continuar lendo os parágrafos a seguir, mas acredite em mim: vale a pena assistir, embora não seja um filme imperdível (como o Arrasta-me para o Inferno, hehehe). Caso vá procurá-lo, não esqueça que esse é o de 2009, filmado depois que o curta de 2006 foi bem recebido pelo público.

Então, sobre o bebê…

… a verdade é que o bebê, como esperado, nasce morto. Mas quando a parteira vai dar um basta na cena mórbida da mãe embalando o bebê como se ele estivesse vivo, upz, ele está. Maizomeno. É um bebê zumbi. Alimenta-se inicialmente do sangue da mãe, que mais para frente vê na intromissão da sogra super controladora uma oportunidade para arrumar mais comidinha para a filha. Só que tudo isso começa a acontecer quase que na meia hora final do filme, antes são só situações que sugerem que Grace não é normal. O público vai percebendo junto com a mãe que a criança gosta de sangue, por exemplo.

Ou ainda, cenas em que contam mais a sugestão, como  o aparecimento de moscas perto do berço da criança e o fato de que a mãe em dado momento pensa que o cheiro ruim que sente é da areia do gato, mas então se dá conta que vem do próprio bebê. Imagine só. Mas como disse, no geral acaba sendo um filme meio estranho, porque não é daqueles de dar susto, mas dá medo. Porque ok, um bebê zumbi é bastante impossível de se ver por aí, mas uma mãe matando pessoas para alimentar o filho, não. Como falei, aquela história toda dos limites de nossa humanidade.

De qualquer forma, é bastante curioso. Na realidade agora fiquei curiosa sobre o curta. Pelo que eu vi, é bem mais gore que o longa, hehe. No mais, parece que foi lançado em Sundance e depois saiu direto em DVD, então não contem com a possibilidade de ver nos cinemas (ainda mais nos daqui).

Do fundo do baú: boneco do Fofão

Eu sinceramente não acredito que isso seja característica de apenas uma geração, mas às vezes prestando atenção na molecada fico pensando se o pessoal que foi criança nos anos 80 e começo dos 90 não tinha uma criatividade mais fértil, pelo menos no campo do coisas para sentir medo. Não bastava o monstro escondido no armário ou embaixo da cama. Nem o homem/velho do saco. Ou ainda, vilões de filmes de horror da época como Freddy Krueger (só de lembrar daquela musiquinha eu já fico com medo!) e Jason Voorhees.

Nããããão, isso não era tudo o que nossas cabecinhas conseguiam criar (e temer!). Um exemplo foi a quantidade de lendas urbanas que pipocavam em pátios de escola, inveriavelmente envolvendo elementos do nosso universo. As músicas da Xuxa que tocadas ao contrário era um hino ao diabo, ou mesmo o caso da boneca que matou (heim?) uma criança. E, talvez uma das lendas mais recorrentes, a do boneco do Fofão. Continue lendo “Do fundo do baú: boneco do Fofão”

True Blood S02E11: Frenzy

Penúltima vez escutando Bad Things do Jace Everett (indicada para melhor música no Scream Awards desse ano, já votou?), e o título do décimo primeiro episódio dessa temporada (Frenzy) resume bem o ritmo que a história está tomando. É aquele tipo de episódio que arruma tudo para a conclusão, como que colocando as peças em um tabuleiro de xadrez. Começamos com a conversa de Bill com a Rainha da Lousiana (interpretada por Evan Rachel Wood), tentando descobrir o que pode matar uma menade.

Em Bon Temps, Sookie e Lafayette tentam (em vão) manter Tara longe de Eggs (e por consequência, Maryann) – o que tomou mais tempo no episódio do que deveria, na minha opinião. Porém, a conclusão com Lafayette de olhos negros foi muito legal, parece final de conto de horror (e lógico que atiça ainda mais a curiosidade para o fim da temporada).

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Arrasta-me Para o Inferno

Primeiro a palhaçada: Arrasta-me para o inferno ganha pré-estreia em Curitiba. Não fui porque Fábio não estava aqui e eu obviamente queria assistir ao filme com ele, mas ok, eu aguento esperar mais uma semana. Só que então no que seria a semana de estreia, pans: o filme simplesmente não está em cartaz em Curitiba. Tem em Maringá e em Londrina. Mas não em Curitiba. Dá para entender uma coisa dessas? No final das contas do que adianta ter várias salas em toda a cidade se no final das contas estão passando as mesmas coisas sempre? Aí os filmes “diferentes” ou chegam com quase duas semanas de atraso, ou ficam apenas em salinhas de cinema de qualidade meio chinfrim. Enfim, fica registrado meu protesto aqui (pelo menos o Estação se redime com o cinema a 6 reais nas segundas, hehe).

De qualquer modo, FINALMENTE consegui conferir Arrasta-me para o inferno. E fico feliz que tenha feito isso no cinema, e não em casa: o som potencializa a tensão, trabalhando muito bem com alguns efeitos de sombras. Muito do horror fica na sugestão, na soma desses fatores – embora sim, tenha lá um punhado de cenas nojentas daquela de fazer você querer olhar para o lado (vermes, moscas, sangue… etc.). E é Sam Raimi, então é óbvio que tudo isso regado com muito humor.

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