Grace

graceGrace é um filme estranho. Estranho no bom sentido, daqueles que você não sabe bem para que veio, para onde vai e quando se dá conta já estão subindo os créditos (e você nem notou o tempo passando). O IMDb o classificou como Drama/Horror/Thriller, embora eu ache que a parte “Horror” da história é extremamente sutil, é mais aquela situação que faz você ficar pensando após assistir ao filme como seria se você estivesse no lugar da protagonista, ou ainda: até que ponto somos capazes de ir, nós que achamos que somos tão humanos.

A história é sobre uma mulher que tenta engravidar após já ter sofrido dois abortos naturais. Ela obviamente parece bastante desesperada para ter um bebê, e fica extremamente feliz quando finalmente consegue engravidar e levar a gestação para mais de seis meses. Mas em uma noite ela tem complicações e, ao voltar do hospital, sofre um acidente de carro. Como consequência, tudo indica que ela perdeu o bebê, porém…

Porém não é bem o caso. E eu acho que para ter alguma surpresa, caso não tenha visto é melhor não continuar lendo os parágrafos a seguir, mas acredite em mim: vale a pena assistir, embora não seja um filme imperdível (como o Arrasta-me para o Inferno, hehehe). Caso vá procurá-lo, não esqueça que esse é o de 2009, filmado depois que o curta de 2006 foi bem recebido pelo público.

Então, sobre o bebê…

… a verdade é que o bebê, como esperado, nasce morto. Mas quando a parteira vai dar um basta na cena mórbida da mãe embalando o bebê como se ele estivesse vivo, upz, ele está. Maizomeno. É um bebê zumbi. Alimenta-se inicialmente do sangue da mãe, que mais para frente vê na intromissão da sogra super controladora uma oportunidade para arrumar mais comidinha para a filha. Só que tudo isso começa a acontecer quase que na meia hora final do filme, antes são só situações que sugerem que Grace não é normal. O público vai percebendo junto com a mãe que a criança gosta de sangue, por exemplo.

Ou ainda, cenas em que contam mais a sugestão, como  o aparecimento de moscas perto do berço da criança e o fato de que a mãe em dado momento pensa que o cheiro ruim que sente é da areia do gato, mas então se dá conta que vem do próprio bebê. Imagine só. Mas como disse, no geral acaba sendo um filme meio estranho, porque não é daqueles de dar susto, mas dá medo. Porque ok, um bebê zumbi é bastante impossível de se ver por aí, mas uma mãe matando pessoas para alimentar o filho, não. Como falei, aquela história toda dos limites de nossa humanidade.

De qualquer forma, é bastante curioso. Na realidade agora fiquei curiosa sobre o curta. Pelo que eu vi, é bem mais gore que o longa, hehe. No mais, parece que foi lançado em Sundance e depois saiu direto em DVD, então não contem com a possibilidade de ver nos cinemas (ainda mais nos daqui).