Pôster motivacional

Eu não sei dizer ao certo quando começou a moda do pôster motivacional – aqueles quadros com fundo preto, uma imagem supostamente bonita e uma mensagem qualquer, só sei que é bem comum encontrá-los em escritórios e consultórios (e no meu caso, é mais comum ainda não sacar a motivação do pôster). E como tudo que começa sério acaba chegando na internet como piada, com essa idéia também não foi diferente. Já tem algum tempo que é uma verdadeira febre criar paródias dos posts, na maioria das vezes utilizando alguma imagem que está fazendo relativo sucesso na web.

Por exemplo, a Despair,INC. vende pôsteres “des”motivacionais, com mensagens do tipo “PERSISTÊNCIA: Acabou, cara. Deixe-a ir.” e também oferecem a opção de criar um calendário com essas mensagens, sendo possível comprar pronto ou criá-lo escolhendo entre as opções que eles já têm no site (btw, o site é hilário. vende até caneca do pessimista).

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Um pouco de ultraviolência (com leitinho, é claro!)

Hoje cedo enquanto tomava café vi a notícia sobre o tal do grupo de skinheads que espancou um policial lá em São Paulo. A violência foi tamanha que dizem que tinha até um deles pulando sobre o rosto da vítima, que obviamente ficou completamente desfigurada. E mais uma vez, são os bem nascidos filhos da classe média brasileira, carregando consigo todas as incoerências típicas. A começar, eles têm educação, mas são ignorantes. Não falta qualquer necessidade básica para eles, mas ainda assim se comportam como animais.

Eu fui dar uma pesquisada sobre o tal do movimento para não falar qualquer bobagem, e aparentemente há uma parcela do grupo que não se envolve com esse tipo de barbárie. Por outro lado, temos os casos de grupos que pregam o ódio aos negros, nordestinos (wtf?!) e homossexuais. É sobre esses que falo daqui para frente.

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Chá de ayahuasca

Desde o início do mês, quando o Ministro Gilberto Gil encaminhou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) processo para transformar o uso do chá de ayahuasca em patrimônio da cultura brasileira, não sai da minha cabeça um trecho de Deus, um Delírio (do Richard Dawkins) que citei aqui no Hellfire em novembro do ano passado. Acredito que vale a pena ler de novo:

“No dia 21 de fevereiro de 2006, a Suprema Corte dos Estados Unidos determinou, de acordo com a Constituição, que uma igreja do Novo México deveria ser isentada de cumprir uma lei, a que todo mundo tem que obedecer, que proíbe o uso de drogas alucinógenas. Os integrantes do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal acreditam que só conseguem compreender Deus tomando chá de ayahuasca, que contém a droga alucinógena ilegal dimetiltriptamina. Perceba que basta que eles acreditem que a droga aumenta sua compreensão. Eles não têm de fornecer provas. Por outro lado, há muitas provas de que a maconha alivia a náusea e o desconforto dos doentes de câncer submetidos a quimioterapia. Mesmo assim, novamente de acordo com a Constituição, a Suprema Corte determinou em 2005, que todos os pacientes que usarem maconha com fins medicinais estarão sujeitos a indiciamento federal (até na minoria dos estados em que esse uso especializado foi legalizado).”

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Quem mexeu no meu queijo?

Eu não era muito de acreditar nessas coisas de inconsciente coletivo (ou algo que o valha) mas o fato é há alguns meses que leio pessoas falando de mussarela. Toda vida escrevi assim, com dois ‘s’. Vou ao Angeloni e compro lá 200g de mussarela. Como pizza com mussarela. Etc. Aí esses sujeitos da mídia (provavelmente os que compraram briga com a expressão “risco de vida”) começam a escrever muçarela.

Gente, muçarela é muito feio. É tão grotesco quanto corassão. Ou ainda, páçaro. E aí os que usam essa grafia horrenda dizem que nenhum dicionário carrega esse sentido. Para o inferno o dicionário! Pelo menos nesse caso, visto que nenhum dos “dicionaristas” aparentemente vai ao mercado para ver como é que o negócio tem sido grafado.

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Ambrosia

Alguns dias (acho que já meses, a vida anda tão corrida que perdi até a noção do tempo) atrás o Salvador entrou em contato comigo aqui pelo Hellfire e trocamos alguns e-mails sobre um projeto dele, o Ambrosia. A idéia é unir notícias e artigos sobre cultura em um só lugar, de Cinema até HQs. E eu colaborei pela primeira vez ontem à noite, com o artigo que vocês leram aqui no Hellfire sobre aquela relação entre o 1984 e o caso dos diários do Guimarães Rosa.

Eu nem preciso dizer “modéstia à parte” porque até agora a única coisa que fiz por lá foi colocar esse texto, mas favoritem (e visitem!) o Ambrosia, não só porque daqui para frente pretendo fazer colaborações inéditas (hehe), mas também porque realmente vale a pena: conteúdo bom e variado, visual clean e bonito e pessoas realmente dispostas a informar sobre esse mundo tão bacana da cultura pop. Encontro vocês lá 😉

1984

Algo que me perturbou muito durante a leitura de 1984 era a questão da manipulação da História. Lembro que passei dias pensando naquilo, querendo falar disso com alguém, como se eu tivesse um espinho de peixe na garganta. É até por causa disso que acredito que dificilmente a obra do George Orwell sairá da minha lista de favoritos de todos os tempos (mas aí já é outra história).

Então, para quem não lembra, Winston (o protagonista) trabalhava no Departamento de Arquivos do Ministério da Verdade. E talvez até mesmo por trabalhar nesse departamento, ele ainda tinha uma visão diferente sobre o mundo no qual vivia. Ele sabia que o tempo estava distorcido, tanto que no começo do livro há uma passagem na qual ele escreve no diário e se questiona se de fato está no ano de 1984. Mas o pior, o que realmente aterroriza, é o que eles fazem com as pessoas que são contra o regime político:

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Muxtape, degustação e WordPress

Seguindo a dica do Knolex, resolvi dar uma olhada lá no Muxtape, site no qual você criar sua própria “fita” para compartilhar com os outros (em um máximo de 12 uploads, nenhum ultrapassando 10 megas). Parece bem batuta e obviamente voltei no tempo, mas desse assunto eu já falei no Hellfire anteriormente. Então fica a dica aí. Estou preparando uma fita só com músicas de trilha sonoras, assim que ficar pronta atualizo o post com o link.

Editado: Então aí vai minha fita de músicas de trilha sonora. Já aproveito para propor o desafio: em quais filmes essas músicas tocaram? Algumas são bem óbvias, mas acho que outras nem tanto assim, hehe.

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O Retorno da Revista MAD

Acabei de ler uma notícia no G1 falando que a Revista MAD voltará a ser publicada no Brasil, agora através da editora Panini. Na hora que li o título pensei “Ué, e em algum momento ela deixou de ser publicada?” Para minha surpresa, sim, desde 2006 ela não aparecia nas bancas. No final das contas, a falta de informação sobre o assunto é mais uma vez um sintoma de algo que está ficando cada vez mais comum: deixar de ler as revistas de papel para acompanhar notícias e artigos apenas pela internet.

Sobre o assunto o Sky já escreveu um ótimo post no blog dele, então voltemos à MAD. Pode parecer estranho, mas MAD é uma das minhas recordações mais fortes de infância no que diz respeito às revistas. Lembro que uma vez meu pai chegou em casa com um monte de MAD (e acho que depois meu irmão começou a comprar, não lembro bem, só sei que elas brotavam lá em casa) e aí me apaixonei.

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Liberdade na TV

Antes de mais nada, alguns esclarecimentos: primeiro, eu não assino tv a cabo (só vejo na casa dos sogros ou da minha mãe, hehe). Segundo, não costumo acreditar em abaixo-assinados (até hoje todos dos quais participei não deram em nada). Terceiro, sou uma defensora fanática da liberdade, por isso comentarei sobre um assunto que, levando em consideração os dois primeiros pontos, eu nem deveria estar falando.

A questão é que um projeto será votado em breve, impondo que a tv por assinatura seja composta por 50% de canais brasileiros e 10% dos canais estrangeiros apresentem programas nacionais1. Já imaginou o belo cocô que será a tv paga, certo? Uhum, igualzinha à tv aberta. Só que você pagará por isso, o que torna a coisa toda um pouco mais difícil de engolir.

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  1. Na realidade, na semana passada a proposta mudou de 50% para 25%