Balanço Literário: Março

Livros lidos: Cabelo Doido (Neil Gaiman e Dave McKean), Falling Angel (William Hjortsberg), The Book of Lost Books: An Incomplete History of All the Great Books You’ll Never Read (Stuart Kelly), Vampiro Secreto (L.J. Smith), The Shining (Stephen King), Mortalha para uma enfermeira (P D James), Oscar Wilde (Daniel Salvatore Schiffer), There Once Lived a Woman Who Tried to Kill Her Neighbor’s Baby (Ludmilla Petrushevskaya), You Might Be a Zombie and Other Bad News (Cracked.com), Tequila Vermelha (Rick Riordan), I’m Not Hanging Noodles on Your Ears and Other Intriguing Idioms From Around the World (Jag Bhalla) e O Império dos Vampiros (Nazarethe Fonseca).

Leituras em andamento: What Alice Knew: A Most Curious Tale of Henry James and Jack the Ripper (Paula Marantz Cohen) e Ficção de Polpa V.2 (Vários)

Livros que chegaram: Cabelo Doido (Neil Gaiman e Dave McKean), O Mundo das Sombras (L.J. Smith), Mortalha para uma enfermeira (P.D. James), Absolute Sandman V.1 (Neil Gaiman), Oscar Wilde (Daniel Salvatore Schiffer), Tequila Vermelha (Rick Riordan), Intermitências da Morte (José Saramago), Ficção de Polpa V.2 (Vários), Ficção de Polpa: Crimes! (Vários) e Trsite Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto).

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Alma e Sangue: O Império dos Vampiros (Nazarethe Fonseca)

Dando continuidade à saga iniciada com O Despertar do Vampiro, Nazarethe Fonseca continua apresentando a vida de Kara e Jan Kman em O Império dos Vampiros. Como o próprio título já dá a entender, muito mais da mitologia do mundo inventado por Fonseca é apresentado para o leitor, com isso novas personagens e muitas outras subtramas, tornando a história de Kara e Jan ainda mais complexa do que era inicialmente no primeiro livro da série.

Recapitulando o evento mais importante do volume anterior, Kara foi transformada em vampira – o que já é uma grande diferença na maior parte das histórias de vampiros que tem sido publicadas atualmente, quando a “mocinha” sequer passa pela transformação, ou quando isso acontece, é mais próximo da conclusão da série. Chegamos então a’O Império do Vampiro com Kara escrevendo um manuscrito contando muito dessa vida de vampira, o problema é que esse é roubado, podendo expor segredos da sociedade secreta dos vampiros.

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I’m Not Hanging Noodles on Your Ears

“Pode tirar seu cavalinho da chuva!”,  “Abra seu coração”,  “Fiquei com a pulga atrás da orelha” ou “Ele é um amigo da onça” são expressões que aqui no Brasil ninguém (a não ser talvez uma criança se familiarizando com as palavras) tentaria entender de forma literal. Por outro lado, tente traduzir isso para um estrangeiro. Obviamente você terá que deixar de lado o tom informal que essas expressões dão para a conversa, de modo a usar palavras que digam exatamente a mensagem que você tenta passar. “Pode desistir”, “Conte tudo para mim”, “Fiquei desconfiado” ou “Ele é um falso amigo”, provavelmente.

As expressões idiomáticas talvez sejam o ponto mais difícil de dominar para aqueles que estão aprendendo uma segunda língua, até por causa do perigo de uma tradução literal que pode não fazer sentido algum no contexto. A pessoa que pretende conhecê-las precisa se aprofundar também na cultura da língua falada, para ficar familiarizado com essas frases.

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Tequila Vermelha (Rick Riordan)

Rick Riordan é mundialmente conhecido como o autor da série juvenil Percy Jackson e os Olimpianos. Agora chega ao Brasil a tradução de seu primeiro livro voltado para o público adulto, Tequila Vermelha, apresentando ao público a personagem Tres Navarre, que lá fora aparece em uma série que já conta com seis títulos. E esta foi minha primeira oportunidade de conferir o trabalho do escritor, o que resultou em um saldo bastante positivo.

Lembra dos filmes de antigamente da Sessão da Tarde? Aquela dose certa entre o divertido e a ação, sem necessariamente ser idiota? Tequila Vermelha segue esse caminho. O ritmo da narrativa é ágil, e a história se divide em capítulos curtos que vão sendo devorados sem que o leitor sequer perceba que o tempo está passando, tamanha a diversão que o livro oferece.

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There Once Lived a Woman who Tried to Kill Her Neighbor’s Baby

There Once Lived a Woman who Tried to Kill Her Neighbor’s Baby chegou nos Estados Unidos em 2009, através de uma tradução de Keith Gessen e Anna Summers publicada pela Penguin. O livro traz uma coletânea 19 de contos da escritora russa Lyudmila Petrushevskaya, selecionados pelos tradutores e divididos em quatro categorias:  Song of the Eastern Slavs, Allegories, Requiems e Fairy Tales; todos englobados pelo subtítulo “contos de fadas assustadores”.

Por contos de fadas é importante ressaltar que esse não é um livro indicado para o público infantil. O tom predominante das histórias é o horror, mostrando como a história de um país acaba se refletindo na obra de um escritor, aqui Petrushevskaya (nascida em 1938) traz consigo a herança do pós-guerra (extremamente forte na cultura russa), com todo o pessimismo e melancolia desses tempos.  Pense nos contos de “There once lived a woman…” como se Crime e Castigo virasse contos de fadas, e então você terá uma boa ideia de como se apresentarão enredo e personagens ao longo das histórias.

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Daquela história que já contei mil vezes

Ontem chegou aqui em casa o quarto volume do Ficção de Polpa (o tema da vez é “Crimes”). Eu já sabia que tinha citação do Meia Palavra porque a Izze e o Pips tinham comentado, e aí fui correndo procurar. E lá no finalzinho estava:

E deu uma sensação tão boa ler isso! É como se ficasse o registro de que as coisas estão realmente acontecendo, que o blog do Meia Palavra está de fato crescendo. É a mesma coisa quando vemos os links lá no Blog da Companhia, ou quando fechamos uma parceria nova com alguma editora, por exemplo. É um retorno, uma pista de que estamos seguindo pelo caminho certo.

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Oscar Wilde (Daniel Salvatore Schiffer)

Vigésimo título da coleção Biografias da editora L&PM, Oscar Wilde de Daniel Salvatore Schiffer apresenta uma pesquisa completíssima sobre a vida do autor britânico. Trechos de cartas de Wilde e seus amigos, biografias de pessoas que conheceram o escritor, depoimentos de seus filhos, etc. tudo foi utilizado para montar um retrato fiel do que foi esse grande homem, que de certa forma dá até para dizer que foi maior do que sua própria obra.

Antes da “era paparazzi” isso acontecia com poucos artistas: ter a vida pessoal tão esmiuçada pelo público, ser de fato artista e celebridade. Wilde criou uma personagem que serviria como uma máscara protetora para quando passou a frequentar a sociedade inglesa, que tão ferinamente criticava em suas peças e em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray. É justamente por ter a difícil tarefa de separar o homem da personagem que Schiffer merece destaque entre os biógrafos de Wilde.

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Mortalha para uma enfermeira (P.D. James)

P.D. James escreveu o livro do qual foi adaptado o excelente filme Filhos da Esperança. É membro da câmara dos Lordes britânica, tem um título de baronato, já recebeu a Ordem do Império Britânico e é membro da Royal Society of Literature. E agora o mais divertido: P.D. James é uma simpática senhora na casa dos 90 anos de idade, bastante conhecida por seus livros que apresentam histórias com o policial Adam Dalgliesh.

Para quem ainda não conhece a obra de P.D. James, uma boa porta de entrada é Mortalha para uma enfermeira (publicado originalmente em 1971 e ganhando tradução agora pela Companhia das Letras). Nesta história Adam Dalgliesh vai até um casarão vitoriano que funciona como escola de enfermagem e hospital para investigar a morte de duas enfermeiras, descobrindo aos poucos os segredos sobre as vidas das pessoas que trabalham e vivem na dita mansão Nightingale.

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O Iluminado (Stephen King)

Todo hotel tem fantasma, diz uma personagem de O Iluminado (do escritor norte-americano Stephen King) em determinado momento. O problema é que diz sem saber quais são os fantasmas que andam pelos corredores do Overlook, localizado em uma região que fica completamente isolada em tempos de nevasca. Jack Torrance e sua família (a esposa Wendy e o filho Danny) vão passar o inverno no hotel, de modo a cuidar dessse para que quando chegasse época de receber hóspedes novamente, ele estivesse impecável.

A questão é que King vai montando aos poucos uma bomba relógio. O que acontecerá no Overlook durante o frio não é mistério para o leitor, que a todo momento recebe elementos de uma tragédia que está por vir: o homem contratado para o mesmo serviço de Jack em um inverno anterior matou mulher e filhos. Jack tem problemas com a bebida, e mais do que isso, simplesmente surta do nada – incluindo no histórico o fato de ter quebrado o braço do filho uma vez. E somando a tudo isso, temos Danny, o “iluminado”, que consegue ler mentes, ver fantasmas e prever o futuro.

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Catfish

Lá vai, mais um daqueles casos de quanto menos você souber melhor é, então eu aviso desde já que se você ainda não viu, talvez seja melhor primeiro assistir ao filme e depois continuar lendo aqui. Honestamente não acho que faça taaaaaanta diferença assim na experiência toda, mas isso é porque eu já sei o que acontece. Hum, difícil explicar. Na dúvida não leia se ainda não viu, mas volte aqui amanhã porque estarei comentando sobre o livro do Stephen King, O Iluminado, hehehe.

Então vamos ao Catfish. A história começa com uns caras fazendo um documentário sobre Nev, que tem uma amizade com uma garotinha (Abby) que faz quadros a partir de fotos que ele tira por aí. O registro que se faz é de Nev recebendo quadros da menina, cartas, presentes e afins, e conhecendo membros da família de Abby, como a mãe e a irmã mais velha. Se você foi teimoso e continuou lendo aqui mesmo sem ter assistido ao filme, essa é sua segunda chance de parar, heim.

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