Night of the Creeps (1986)

Quando não está correndo atrás dos filmes do momento, é até engraçado o jeito que outros títulos chegam até você. De repente sai uma referência em um artigo de jornal, uma lista de favoritos, uma imagem de uma cena aleatória. É como se todo mundo estivesse falando dele sem nem se dar conta disso. Eu sempre tomo isso como um sinal de que está na hora de conferir, e foi o que aconteceu com Night of the Creeps, produção de 1986 que pode ser encontrada nas locadoras nacionais como A noite dos arrepios (mas como eu duvido muito que alguém ainda frequente locadoras, fiquemos com o título original que será mais fácil de localizar, sim?). Sabia pela sinopse que teria como elementos alienígenas invasores de corpos que transformavam as pessoas em zumbis, então já esperava alguma tosqueira mas nada, digo NADA me preparou para uma cena de abertura assim:

ETs cor-de-rosa pelados com um laser tipo Star Wars antes das mexidas do George Lucas, basicamente.
ETs cor-de-rosa pelados com um laser tipo Star Wars antes das mexidas do George Lucas, basicamente.

Aí você percebe pelos olhinhos brancos de um deles que ele é um zumbi, e ele consegue fazer com que um experimento seja lançado para fora da nave. Boooom! Corta, eis que começa uma musiquinha dos anos 50, imagem em preto e branco. Somos apresentados a alguns elementos típicos de filmes de terror com jovens: a fraternidade, a gatinha, o capitão do time que namora a gatinha, a galera namorandinho num lugar onde não deveria estar e bem, o básico, né: um louco fugitivo do hospício. Confesso que achei esses primeiros minutos meio estranhos (a legenda que confirmou que estava tudo ok e que as cores eram propositais, para começar), fiquei pensando “ué, louco com machado? Mas o filme não é de zumbis ets?”. Eis que uma estrela cadente aparece e os jovens (que nunca viram Scooby Doo e não sabem as implicações disso) resolvem ir investigar.

Então eu entendi: essa primeira cena (que fica bem legal, diga-se de passagem) é só para montar o cenário. Logo temos um outro corte e somos levados para a década de 80, para a mesma universidade que aparece no primeiro momento. Logo somos apresentados aos heróis do filme: dois nerds losers. Um mais idiota e tímido, o outro mais engraçado e desinibido. O idiota e tímido logo se apaixona por queeeem? Sim, a gatinha da universidade. O que acaba fazendo com que ele tente entrar em uma fraternidade para se aproximar da garota. A saber, nada tira da minha cabeça que o Bill Pullman é um dos membros dessa fraternidade.

Mas no IMDb não consta nada, então é só uma coincidência que dispersou minha atenção por alguns segundos e agora está dispersando a sua.

Enfim, encurtando a coisa toda, para entrar na fraternidade eles precisam passar por um trote que sim (FINALMENTE) libera o tal do experimento que vimos na sequência inicial. São umas lesminhas nojentas que entram pela boca da pessoa e faz com que elas se transformem em zumbis, caminhando até um ponto onde liberarão mais lesminhas para infectar mais pessoas. E são zumbis mesmos, mortos-vivos e tudo o mais, só que agora com o elemento alienígena no meio. Problema é que o ritmo de infecção inicial é beeeeem lento, então passa da metade do filme e você só viu uns três zumbis, e nada muito apavorante (tem o zumbi-zumbi, o cientista zumbi, o zelador zumbi. Quatro se você contar o gato zumbi). E com isso junta aí mais o subplot do policial que era apaixonado pela garota que aparece na parte em preto e branco e a história do doido do machado e aí nos surpreendemos com a fala da personagem, que bate exatamente com o que estamos pensando no momento:

Ou, alternativamente: quede apocalipse zumbi?

Sabe, não faz muito sentido: o modo de contágio faria com que os zumbis tomassem conta daquela universidade muito mais rápido. Mas aí você lembra da cena de abertura e bem, é melhor não levar à sério e só se divertir. E é realmente um filme bem engraçado, naquele estilo que só os filmes de horror toscos dos anos 80 conseguem ser: as atuações canastronas (thrill me!), a cena de nudez gratuita (segundo Fábio “não é filme de horror se não aparece alguma garota pagando peitinho”) e mesmo os diálogos (com frases como a que usaram bastante para a divulgação do filme “The good news is your date is here! The bad news is he’s dead!“). Resumindo, quase um terrir. Digo “quase” porque não sei se era a real intenção (embora no IMDb conste como “Comedy/Horror/Sci-Fi” o que aponta que provavelmente estou certa). Se ainda não ficou claro o que quero dizer, pense na imagem que aparece já na conclusão do filme para entender:

É uma nave. Sobrevoando um cemitério. E lembre que os ETs cor-de-rosa pelados estão pilotando essa nave. BUUU!

Para quem ficou curioso, a boa notícia é que o filme está disponível no (limitadíssimo) catálogo de terror do Netflix. A notícia ruim é que não é em HD, então se você está acostumado com alta definição talvez estranhe um pouco os minutos iniciais, mas nada que não dê para se acostumar. Ah, sim: pelo que andei sondando o final da versão que tem no Netflix é o alternativo. Se alguém achar o original, por favor, compartilha aí. Ah, sim, segue o trailer (atenção especial para a expressão do motorista do ônibus, heim):

2 comentários em “Night of the Creeps (1986)”

  1. Nossa,eu adoro este filme!Assisti pela primeira vez em 1996,quando passou na TV,mas sem esse final com a nave!Gravei ele em 96 e tenho até hoje!Agora fiquei curioso nessa cena da nave sobrevoando o cemitério…O curioso deste filme são os nomes dos personagens:Todos têm nomes de diretores de filmes B famosos!Perfeito para uma “Sessão da Tarde” gore!

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