Melhores leituras de 2020

É estranho. Passei quase todo o ano passado falando que a pandemia tinha esculhambado minhas leituras, afetado o ritmo, etc e aí fechou o ano, fui ver as contagens lá do Goodreads e meio que bateu com minha média de sempre. Mas eu sei que afetou algumas escolhas de leitura (tendi para leituras mais leves, por exemplo), e tenho total noção que afetou a experiência de leitura também. Tenho certeza que já coloquei esse link do texto do Julián Fuks em vários lugares, mas vou citá-lo mais uma vez porque descreve exatamente meu sentimento enquanto leitora:

(…) me sinto menos capaz de me entregar por completo à leitura, de deixar que ela tome a minha mente inteira. O momento que vivemos é estridente demais, a cada instante convoca os meus pensamentos. Sinto falta, então, de uma literatura plena – e sinto falta de um passado e de um futuro que se deixem ler sem a lente do presente.

No fim das contas não é tanto sobre a quantidade de páginas ou de livros lidos, é mais como estava minha cabeça quando foram lidos. E por causa disso, fica aquela promessa de revisitar em outro momento alguns títulos, mesmo os que não apareceram entre os dez favoritos. E é isso. Então toca o play para a trilha sonora do post e vamos para a lista de 2020, que ficou assim (lembrando, títulos com link é porque já falei do livro aqui):

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Such a Fun Age (Kiley Reid)

Emira Tucker é uma garota de 20 e tantos anos convencida de que perdeu o bonde para a fase adulta: todas suas amigas já estão trabalhando na área em que estudaram, algumas até comemorando promoção. E Emira, mesmo formada, não sabe muito bem o que quer fazer da vida. Por conta disso, paga as contas com trabalhos que não oferecem grandes vínculos (nem benefícios), entre eles babá de uma família de ricos, os Chamberlain.

Em uma noite especialmente ruim para Emira (comemorando o aniversário de uma amiga e percebendo justamente o quanto está ficando para trás), os Chamberlain pedem que ela venha correndo ajudá-los a distrair a filha mais velha enquanto lidam com uma janela quebrada. Emira leva a pequena Briar para um mercado da região e em determinado momento é abordada pelo segurança: uma cliente achou estranho uma menina tão pequena em um mercado naquela hora, e sugere que ela tenha sido sequestrada. Ah, sim, claro: Emira é negra, Briar é branca.

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