Mozipedia: The encyclopedia of Morrissey and The Smiths (Simon Goddard)

MozipediaPara quem viveu os anos 80 ou mesmo para quem gosta da cultura daquela década, é impossível falar de música sem citar a banda The Smiths. Formada em 1982 e liderada por Steven Patrick Morrissey (mais conhecido pelo sobrenome, Morrissey), o grupo apresentava muitos dos elementos principais das músicas mais populares daquela época, com letras bastante melancólicas falando sobre solidão e inadequação. Mesmo quem não consegue relacionar o nome à música, provavelmente já ouviu em algum momento hits como Heavens Knows I’m Miserable Now, How Soon Is Now?Bigmouth Strikes AgainPanic eAsk.

Mas como é bastante comum na história de muitas bandas de rock, um desentendimento entre Morrissey e o guitarrista Johnny Marr acabou levando ao fim da banda cinco anos após sua formação original. A partir daí Morrissey seguiu uma (muito bem) sucedida carreira solo, com músicas ainda bastante similares ao estilo dos Smiths e outros grandes hits, como Everyday is Like Sunday e Suedehead – carreira essa que continua até os dias de hoje, sendo que o último álbum do músico (Years of Refusal) saiu em 2009.

Continue lendo “Mozipedia: The encyclopedia of Morrissey and The Smiths (Simon Goddard)”

Morango Sardento e o valentão da escola (Julianne Moore)

Você provavelmente já viu Julianne Moore em algum filme. A atriz atuou em produções famosas como Minhas Mães e Meus PaisEnsaio sobre a cegueiraAs HorasMagnólia e O grande Lebowski, um currículo certamente invejável. O que pouca gente sabe é que Moore também já se aventurou pelo mundo das letras, escrevendo para crianças a série de livros com a personagem Morango Sardento (Freckleface Strawberryno original), que começou a ser publicada aqui no Brasil no ano passado, pela Cosac Naify com o primeiro título, Morango Sardento (com tradução de outra atriz, Fernanda Torres, e texto da quarta capa escrito por uma conhecida sardentinha brasileira, Debora Bloch).

Agora chega por aqui o segundo livro da série, também pela Cosac Naify: Morango Sardento e o valentão da escola, agora com tradução de Denise Fraga e texto da quarta capa por Mario Bortolotto. Continuando a parceria com a artista vietnamita LeUyen Pham, o livro traz uma história sensível e alegre sobre um tema que costuma ser bastante difícil, o bullying.

Continue lendo “Morango Sardento e o valentão da escola (Julianne Moore)”

Retalhos (Craig Thompson)

O leitor desavisado que pega um volume de Retalhos, do artista norte-americano Craig Thompson, provavelmente levará um susto. O livro tem quase 600 páginas, um número atípico quando se fala em graphic novels. Se você tem algum medo ou preguiça sobre catataus, saiba já de antemão que Retalhos vale a pena, com uma história simples Thompson agarra a atenção do leitor que só deixa o livro de lado quando já chegou ao fim, que vem mais rápido do que se espera.

Retalhos é uma HQ autobiográfica, na qual Thompson retrata um pouco de sua infância e adolescência em Wisconsin, focando principalmente em sua relação com o irmão e com uma garota que conhece em um acampamento religioso, Raina. Aliás, talvez mais importante que a relação dele com essas pessoas, seja a relação dele com a religião: Thompson aparece como um menino extremamente devotado, que não sabe situar ao certo o que é pecado em sua vida e parece estar sempre carregando esse tipo de culpa. A chegada de Raina parece levar esse sentimento ao máximo, até o momento em que Thompson finalmente encara de frente a religião e o que pensa dela.

Continue lendo “Retalhos (Craig Thompson)”

Supernatural S07E04: Defending Your Life

Mais um episódio que lembra bastante o começo da série, naqueles moldes de monster of the day. Acho que um dos irmãos diz algo como “Se Bobby achar algo sobre os leviatãs nos avisará”, e é isso aí, um hunter não pode parar. O que não faz sentido é pararem a perseguição dos leviatãs, que conseguiram a lista de todos os pseudônimos dos Winchester sabe-se lá como no episódio anterior, estavam obviamente na cola dos irmãos e pans, simplesmente não apareceram nesse episódio. Eu acho que isso é um pouco de relaxo com a linha narrativa principal, não custava fornecer algum elemento extra, que fosse os Winchester despistando os leviatãs sem querer ou algo que o valha, mas mostrar que hey, eles ainda estão sendo perseguidos.

Mas sobre o episódio em si, gostei muito principalmente do começo. Eu adorava quando Supernatural trazia histórias de fantasmas, mesmo que a solução seja sempre razoavelmente simples (queimar os ossos, parece simples na tv, né? mas eu não sei se conseguiria sequer começar a cavar a cova, haha). Então fiquei bem animada com os minutos iniciais de Defending Your Life (S07E04), na realidade gostei bastante até aparecer o cara falando sobre o tal do julgamento e descobrirmos que não era exatamente uma história de fantasma.

Continue lendo “Supernatural S07E04: Defending Your Life”

A Gangue do Pensamento (Tibor Fischer)

Pense em um livro que em dado momento tem o seguinte parágrafo:

“Há um momento na vida em que se precisa sair de um carro que contém um criminoso imperdível, e, trajando um uniforme zunindo de ridículo, entrar à força num empório de azeitonas, numa tentativa de resgatar um assaltante à mão armada maneta, e tombar morto a tiros.”

A citação acima é do livro A Gangue do Pensamento, do escritor britânico Tibor Fischer, e representa muito bem o que o leitor terá em mãos ao começar a ler o romance. Não é um livro comum em diversos sentidos. Mas a insanidade da trama é certamente para poucos até porque Fischer não é sutil: quem pensa que o trecho citado é um momento máximo da loucura da história, é bom já saber que desde o começo é assim.

Continue lendo “A Gangue do Pensamento (Tibor Fischer)”

O anel mágico da minha tia Tarsila (Tarsila do Amaral)

A pintora Tarsila do Amaral é bastante conhecida em aulas que falam do movimento modernista no Brasil – é uma obra dela, Abaporu, presente da artista para o escritor Oswald de Andrade, que inaugura o  movimento antropofágico. Foi uma mulher que conquistou seu espaço na história das artes plásticas brasileiras, tendo seus quadros mais famosos reconhecidos até por aqueles que não são estudiosos de arte. Além deAbaporuAntropofagia e A Negra, por exemplo, revelam muito do seu estilo e são bastante famosos não apenas no Brasil.

Quando a artista faleceu, sua sobrinha tinha apenas oito anos. A menina recebera o mesmo nome da tia, Tarsila do Amaral, e é ela que escreveu o livro infantil O anel mágico da minha tia Tarsila, que traz consigo a óbvia (e ótima) proposta de apresentar para uma geração de crianças brasileiras as obras mais importantes dessa pessoa que ela tanto admirava. O resultado é um excelente livro que mescla uma história fantástica (que certamente atrairá a atenção das crianças) com obras de Tarsila (a tia) e outras ilustrações. Continue lendo “O anel mágico da minha tia Tarsila (Tarsila do Amaral)”

The Discreet Pleasures of Rejection (Martin Page)

Virgil um dia chega em casa (a saber, um apartamento em uma região de prostituição de Paris) e percebe que a secretária eletrônica está piscando. Vai ouvir a mensagem, na qual uma moça chamada Clara diz de forma bastante precisa que não pode mais continuar o relacionamento com Virgil, e que está tudo acabado entre os dois. O detalhe: Virgil não conhece, ou pelo menos não lembra de nenhuma Clara, que dirá de ter em algum momento namorado a menina.

Este é o ponto de partida do romance The Discreet Pleasures of Rejection, de Martin Page, que chegou aqui no Brasil pela Rocco como Talvez uma história de amor. Assim como em sua obra mais famosa, Como me tornei estúpido, Page parte de uma premissa amalucada para mergulhar fundo nos pensamentos de sua personagem principal, e explorá-los de tal forma que por mais doido e cheio de manias que seu protagonista possa parecer, ainda assim ele lembra muito do próprio leitor, ou de pessoas conhecidas do leitor.

Continue lendo “The Discreet Pleasures of Rejection (Martin Page)”

House S08E01 e S08E02

Se você assistia House mas largou os béts na temporada anterior, fica o conselho: volta, meu filho. Pelo menos se for levar em consideração os dois primeiros episódios desta nova temporada, que lembraram em muito os bons tempos da série, prendendo a atenção do começo ao fim, com tiradas ótimas de House (senti saudades!) e pouco espaço para drama novelesco sentimentalóide como vimos desde que resolveram juntar o médico com Cuddy.

Por falar em Cuddy, eles resolveram da forma mais simples possível a saída de Lisa Edelstein do elenco: House vai para a cadeia por ter jogado o carro na sala de Cuddy, passa meses lá sem qualquer contato com pessoas de fora, e quando volta, uou, o mundo já não é mais como era. Foreman é o novo diretor do hospital, a equipe de diagnóstico foi desmantelada e inclusive a sala de House já foi ocupada pela ortopedia. Essa estranheza dos primeiros contatos de House com a nova realidade já renderam momentos que por si só já foram melhor do que todos da sétima juntos.

Continue lendo “House S08E01 e S08E02”

Pergunte ao Pó (John Fante)

Em Literatura, como em qualquer outra arte, influência é sempre uma constante. Às vezes sem nem ter consciência disso, o autor escreve algo que de certa forma lembra a obra de outro escritor, como se existisse um DNA que fosse passado de geração a geração através de novos livros. Um “DNA” bastante recorrente na literatura contemporânea é o de John Fante, mais especificamente com seu livro Pergunte ao Pó. Procure um pouco e não será difícil encontrar nomes que se dizem influenciados por essa obra, como por exemplo Charles Bukowski.

É ele quem abre a edição da José Olympio, com uma ótima introdução que representa muito bem o encontro de um leitor com uma obra que o modificará, que entrará na lista dos favoritos e por lá ficará muito tempo. É quase como mágica, as frases simplesmente vão aparecendo em um ritmo único, como se fosse uma canção feita para hipnotizar uma pessoa. É difícil chegar a uma resposta sobre o que especificamente encanta, mas Pergunte ao Pó é simplesmente apaixonante.

Continue lendo “Pergunte ao Pó (John Fante)”

Supernatural S07E03: The Girl Next Door

Êêê, lasquêra, não dá para elogiar muito que pans, já erram a mão. Ok, The Girl Next Door (S07E03) não foi de todo ruim, mas é chato quando você percebe que poderia ser milhões de vezes melhor. Contrariando o que eu tinha comentado no post anterior, o episódio realmente segue a linha monster of the day mas não ignora por completo o que tinha acontecido antes. A primeira parte é toda dedicada à fuga dos Winchester do hospital cheio de Leviatãs.

Problema: foi muito rápido. Isso era coisa que poderia ter rendido um episódio inteiro, e seria foda. Mas não sei porque diabos resolveram economizar tempo para isso, e aí o Bobby reaparece (do tipo “ei, eu não morri”, quando podiam ter deixado o suspense no ar para pelo menos uns dois episódios a mais), pega o Sam super rápido e o Dean consegue escapar de muletinhas e pronto, tudo ok. Sério, esse negócio do hospital ter Leviatãs tinha tudo para ter rendido uma ótima história, mas fazer o que, segue lá para o monstro do dia, uma kitsune (raposa).

Continue lendo “Supernatural S07E03: The Girl Next Door”