The Discreet Pleasures of Rejection (Martin Page)

Virgil um dia chega em casa (a saber, um apartamento em uma região de prostituição de Paris) e percebe que a secretária eletrônica está piscando. Vai ouvir a mensagem, na qual uma moça chamada Clara diz de forma bastante precisa que não pode mais continuar o relacionamento com Virgil, e que está tudo acabado entre os dois. O detalhe: Virgil não conhece, ou pelo menos não lembra de nenhuma Clara, que dirá de ter em algum momento namorado a menina.

Este é o ponto de partida do romance The Discreet Pleasures of Rejection, de Martin Page, que chegou aqui no Brasil pela Rocco como Talvez uma história de amor. Assim como em sua obra mais famosa, Como me tornei estúpido, Page parte de uma premissa amalucada para mergulhar fundo nos pensamentos de sua personagem principal, e explorá-los de tal forma que por mais doido e cheio de manias que seu protagonista possa parecer, ainda assim ele lembra muito do próprio leitor, ou de pessoas conhecidas do leitor.

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Como me tornei estúpido (Martin Page)

Há tempos ouço falar de Como me tornei estúpido do francês Martin Page. Pela premissa (jovem decide se tornar estúpido, como o título indica) eu já tinha mais ou menos ideia do que encontraria, mas mesmo assim minha surpresa com esse livro foi enorme, e muito positiva. Enquanto lia a história de Antoine ficava pensando “Por favor, que o Page já tenha escrito mais coisas porque depois desse vou querer ler mais!”. Tudo é cativante. O jeito de contar a história, as sacadas geniais de Page, o protagonista… É daqueles casos em que o único aspecto negativo que você pode encontrar para o livro é o fato de ele ser muito curto (só 158 páginas, em um formato quase do tamanho de livro de bolso).

Em Como me tornei estúpido temos Antoine, um rapaz de seus vinte e tantos anos que se dá conta que é infeliz por causa de seu senso crítico e inteligência. A primeira saída que encontra para o problema é o alcoolismo – esse momento é o que Page usa para já alertar o leitor que seu livro é cheio de humor, e principalmente humor nonsense: Antoine não consegue se tornar alcoólatra porque com meio copo de cerveja já entra em coma. Ele busca então o suicídio, e um curso para tal, mas logo acaba deixando de lado a ideia. É aí que começa o projeto de se tornar estúpido.

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