O azar do Moore (parte I)

vendetta.jpgCom os comentários sobre as filmagens de Watchmen, fica difícil não voltar ao assunto do azar que o Alan Moore tem com as adaptações feitas a partir dos trabalhos dele. O azar é tamanho, que ele simplesmente decidiu passar o dinheiro que ganha pelos direitos autorais direto para o desenhista da obra – mas em alguns casos até isso deu errado.

De qualquer forma, o mais interessante é que normalmente as adaptações só são ruins para aqueles que leram as HQs. E antes que os fãs mais exaltados das películas joguem pedras nos pobres nerds, venho aqui em defesa desses apontar quais são os problemas que obviamente quem não leu, não consegue reconhecer.

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Os Filhos de Anansi

anansi_uk.jpgA Anica de 2002 tinha um problema particularmente sério: ela endeusava seus autores preferidos, não se permitindo admitir que algumas obras desses são simplesmente uma bosta. Neil Gaiman se aplica ao caso. Eu não conseguia conceber a idéia de que o mesmo sujeito que escreveu Sandman poderia falhar nas letras.

E aí Deuses Americanos entrou no baú dos livros lidos como um uma colherada de xarope: tive que engolir. Sempre apontava um erro aqui ou acolá (inclusive o tom praticamente idêntico ao do Stephen King), mas dava de ombros e pensava “É Gaiman.”

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A sessão da tarde dos outros

pbpose.JPGTempos atrás desenvolvi uma teoria de que cada qual tem sua própria sessão da tarde. Sabe, aquela coleção de filmes que lembram os momentos que você podia passar a tarde toda esparramado no sofá sem qualquer preocupação a não ser a lição de casa que você faria perto da hora do jantar (ou simplesmente não faria, dependendo do teor de brabeza da professora).

Já tinha reparado isso anteriormente, quando falava de filmes como aquele da carta de amor que circulava por um monte de gente, causando a maior confusão e as pessoas levantavam a sobrancelha. Isso para não falar daqueles que estranham quando cito a dança do tamanduá africano! E que são dos anos 80, como eu!! *olhos arregalados*

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Faço trabalhos de literatura de graça!

chardin_mae_e_filha_lendo.jpg…NOT!

Tenho ficado alarmada com a cara de pau de algumas pessoas na internet. “Pessoas” é modo de dizer, já que tratam-se de adolescentes com hormônios à mil e vontade nenhuma de fazer a lição de casa. :mrpurple:

Hoje cedo fui dar uma olhada nos scraps do meu orkut e tinha lá: (sic)”Por favor,achei sua opiniao muito interessante sobre um conto de Machado de Assis falando sobre a MISSA DO GALO.Vc poderia me fazer uma parafrase sobre esse conto?“. Criaturinhas ardilosas! Nos bajulam para que façamos a lição de casa deles!!

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Tc d onde, gata?

Achei esse video bacaninha do Festival do Minuto do ano passado no youtube e resolvi compartilhar com vocês. Acredito que nem precise comentar nada sobre ele, além do velho “para bom entendedor…”

Assassinos sob holofotes

bornkillers.jpgO fascínio das pessoas por casos não resolvidos (e resolvidos também!) de assassinatos em série sempre me deixa com uma pulga atrás da orelha, porque costumo lembrar de Mickey e Mallory Knox do filme do Oliver Stone, Assassinos Por Natureza. No filme, Mickey e Mallory fogem da cidade onde vivem e deixam para trás um rastro de assassinatos, roubos e afins.

A “surpresa” no filme é como Oliver Stone trata com sublime ironia a distorção que a mídia provoca, transformando em queridinhos da América uma dupla de assassinos loucos. A entrevista entre Mickey e o repórter Wayne Gale chega a um dos pontos máximos quando Mickey diz que “Frankenstein teve que matar o Dr. Frankenstein“.

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Pan pan pan!

pan-americano-ouro.jpgTodos acompanhando empolgadíssimos a disputa entre Brasil e Cuba pelo segundo lugar no Pan, e eu fico cá pensando: tem gente mais conformada do que nós? Por que ninguém comenta sobre o fato de o Estados Unidos estarem com quase o dobro de medalhas de ouro (de prata também)?

Porque se alguém comenta, lembrarão que lá nos Estados Unidos há um real investimento nos esportes, relacionando o treinamento com educação desde cedo. E bem, ninguém quer de fato investir, né? É mais fácil patrocinar um talento que já está ‘pronto’, do que mudar todo o sistema educacional de forma que o esporte seja mais valorizado (e educação física não seja sinônimo de recreio).

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Cheiros da infância

jasmim2.jpgÉ engraçado, mas sempre nos atemos aos fatos da infância quando queremos explicar o que somos hoje. Deixamos completamente de lado o modo como os cheiros que sentíamos de certa forma também nos modelaram, pelo menos na busca do que seria uma paisagem ou momento ideal para nós.

Exemplo? Quando começa a chover, a primeira coisa que penso é “Quero fazer um bolo!” e sabe, nem é pelo bolo em si. É que casa com cheirinho de bolo assando em dias de chuva é simplesmente tudo de bom para mim. Melhor do que isso, só se somar o cheiro do chá mate quentinho.

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Esta é uma mensagem automática:

jogomusica.jpgOlá. Neste momento, a Anica está feliz da vida comendo pieroguis e lendo SuperInteressantes lá na Bettegolândia. Mas, preocupada com o tédio que um sábado julino pode provocar nas pessoas que estão online, ela resolveu agendar um post contendo link para a segunda parte da tortur… digo, para a segunda parte do joguinho de música de filmes. Se estiver pronto para arrancar os cabelos tentando lembrar do nome do filme nos quais essas músicas tocaram, clique aqui.

(Dica: fiquem atentos, em alguns casos a letra da música entrega qual é o filme)

Sombras de Goya

goyas-ghosts-2006.jpgMilos Forman é um diretor muito bom, que tem no currículo filmes como O Povo Contra Larry Flint e, um dos meus favoritos de todos os tempos, Amadeus. Então, era natural uma certa expectativa (e curiosidade) sobre o mais recente trabalho dele, Sombras de Goya. E como sempre dizem, expectativas são uma droga…

Não dá para dizer que o título é enganoso, porque pela opção “sombras” (em inglês seria “fantasmas”), fica claro que o foco não será o Goya. O pintor (Stellan Skarsgård) aparece no filme para unir a vida de uma personagem com outra, é mais uma desculpa. A história mesmo não é dele, mas de pessoas retratadas por ele.

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