As melhores leituras de 2023

Ano passado eu previ que detestaria a ideia de furar a lista de melhores leituras e exatamente conforme havia previsto, eu realmente xinguei muito meu eu de janeiro de 2023 que achou que seria uma boa ideia transformar meu post de melhores leituras em uma thread de twitter. Pois voltei aqui dia desses e minha mente voou para outro tipo de lista, mas hoje eu prometo que não vou dormir até falar quais foram meus dez livros favoritos de 2023.

Para surpresa de zero pessoas que acompanham minhas leituras através de comentários aleatórios por aí,1 foi mais um ano com mulheres dominando a lista de autores e como sempre digo: não é de propósito, é só que de um tempo para cá o que tem atraído minha atenção. Mas se você acha que precisa colocar mais mulheres nas suas listas de leituras, ficam aí sugestões. Então vamos lá para os melhores, sem uma ordem definida. Continue lendo “As melhores leituras de 2023”


  1. como eu disse há uns tempos, naquele meme de “com qual personagem de série que você se identifica” apesar de responder coisas tipo Princess Carolyn e outras personagens descaralhadas das ideias, mas cool, sou o Dado da Malhação (circa 1995), famoso pelo bordão “bonito isso, né? eu li num livro” 

Cinquenta Tons Mais Escuros (E. L. James)

Sim, eu traí o ~movimento~, continuei a ler a trilogia Cinquenta Tons de Cinza de E.L. James. Passei para o segundo volume, Cinquenta Tons Mais Escuros (a ser lançado no Brasil pela Intrínseca em setembro deste ano) e, embora tenha quase desistido no começo, fui até o fim por conta de uma série de motivos, entre os quais: a) tenho TOC com séries, não consigo abandoná-las sem ler todos os livros; b) ainda não conseguia entender a quantidade apavorante de leitoras apaixonadas por um cretino como o Christian Grey (não, a resposta “ele é rico, bonito e pauzudo” não serve para mim) e c) não queria ser injusta com a série, tentei observar o todo. Vai que. Então respirei fundo e resolvi observar a história apenas quanto à diversão que pode proporcionar, já que pelo primeiro volume sabia de antemão que a parte da escrita era sofrível mesmo. A saber, continua sofrível no segundo livro, assim como também continua a chatíssima repetição de expressões/verbos (alguém por favor ensina esta mulher a procurar sinônimos na internet, sim?).

Poréééém, é fato que Cinquenta Tons Mais Escuros é bem mais tolerável do que o primeiro volume. Por tolerável quero dizer: não é bom, mas também não é mais tão ruim. A começar que a dona E.L. James resolve criar um enredo de fato. Isso faz toda a diferença, porque se for observar bem, a estrutura de Cinquenta Tons de Cinza era praticamente uma colagem de micro-contos eróticos, repetindo sempre a mesma sequência de criar a base para o momento em que Grey e Ana transariam e o ato em si, e o livro meio que é só isso, o que é obviamente chato (motivos explicados no meu post anterior). Mas, como disse, no segundo livro temos algo além disso. E. L. James lança mão de vários clichês de livros para mulherzinha, mas consegue criar uma situação de antagonismo e um pouco de mistério, que faz com que o leitor consiga chegar até o final (apesar de um certo mal uso de uma poesia linda de Emily Dickinson). Um pouco do passado de Grey aqui, a ex-sub louca acolá, um acidente com helicóptero, uma tentativa de estupro e vamos indo. Continue lendo “Cinquenta Tons Mais Escuros (E. L. James)”