Heath Ledger e indagações

heath_ledger.jpgOntem à noite quando vi a notícia da morte do Heath Ledger1 (que saiu do esquema ‘gatinhos das adolescentes’ com filmes como Brokeback Mountain) confesso que fiquei tão surpresa quanto ficaria se anunciassem que um OVNI apareceu aqui em Curitiba.

Pessoas talentosas, bonitas, vivendo um bom momento na carreira profissional e especialmente JOVENS como ele, não deveriam morrer. Não é natural (embora saibamos que sim, é). Ver a imagem da polícia retirando o corpo dele do prédio é aquele tapa na cara que nos faz lembrar que mortais somos todos nós.

Mas enquanto você ainda está pensando sobre esse tipo de coisa, aparece em uma notícia de jornal que um grupo homofóbico anunciou que fará piquete no enterro do ator. Se homofobia já é patética por si só, não respeitar um momento como esse porque o cara INTERPRETOU uma personagem gay, beira ao absurdo.

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  1. Bastante gente ficou preocupada sobre como ficaria o filme Batman, especialmente porque Ledger interpreta “O” Coringa. A produtora já anunciou para geral que a morte dele não influirá em nada, uma vez que eles já tinham terminado de gravar o filme. Eu tenho certeza que será uma das experiências mais bizarras que terei no cinema 

Senhoras e senhores, Richard Dawkins

Quando eu tinha lá meus quinze anos de idade eu ainda sonhava em cursar jornalismo, e mantinha uma lista de pessoas as quais gostaria de entrevistar (Del Piero e Damon Hill inclusos, mas os quinze anos explicam). Depois que larguei a faculdade de jornalismo, adaptei a lista para algo como ‘pessoas com quem gostaria de bater um papo’ (metodicamente subdividida em pessoas mortas e pessoas vivas, é claro).

Recentemente uma figura que entrou em minha lista foi o Richard Dawkins. Já falei dele anteriormente aqui, na realidade, sobre um dos livros dele (Deus, um delírio). Mas a cada livro tenho o admirado cada vez mais. Agora, aproveitando a onda do sucesso de Deus, um delírio, saiu uma nova edição de O Gene Egoísta, que comecei a ler há dois dias.

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Vergonha

Então que hoje cedo eu estava no busão porque tinha que aplicar prova oral e bem, como de costume, fico lá ouvindo conversas alheias. Na minha frente, duas senhoras discutiam qualquer coisa a respeito da imagem que os estrangeiros fazem de nós, brasileiros. Eu peguei o bonde andando (háhá), mas no meio da conversa surgiu algo assim “Eu tenho vergonha de ser brasileira!

E sabe, tive muita vontade de dizer: “Minha senhora, o sentimento que o brasileiro tem que ter não é o de vergonha, mas o de culpa. Culpa por não saber votar e permitir que a idéia de que político é corrupto seja encarada como um fato. Culpa por ficar indiganado e não fazer nada para mudar. Mais culpa ainda tem de ficar sentindo vergonha de político corrupto, mas achar super normal ‘molhar a mão do guarda’ para escapar de uma multa, ou ter tv à gato em casa.”

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Deus, um delírio

Quem costuma ler o Hellfire há algum tempo sabe meu posicionamento sobre religião. Sou uma fanática pela defesa da liberdade de credo, independente de eu mesma não ter um. Então, quando comecei a ler “Deus, um delírio” do Richard Dawkins, achei que odiaria o livro do começo ao fim (especialmente por causa dos comentários que tinha lido sobre a obra), mas surpresa, é um livro muito bom.

Quando um livro desses cai em minhas mãos, começo a achar que estamos vivendo uma nova “idade das trevas” (há quem diga que essa seria a primeira). Alguns conflitos soam ainda mais sem sentido e, o que é pior, tantos avanços são adiados por causa do que acreditam alguns (ainda fossem todos…).

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It’s always sunny in Philadelphia

Então, continuando a saga televisiva (quem vê pensa que estou com tempo e falta do que fazer vazando pelos ladrões…), conferimos o primeiro episódio do primeiro ano de “It’s always sunny in Philadelphia“, comédia que está sendo bastante comentada por aí e que no segundo ano tem o Dany DeVito no elenco.

O que dizer? Aparentemente é como se a rapaziada do South Park virasse dona de bar. Humor negro e sem noção e situações ultrapassando longe as bordas do politicamente correto. E ei, isso é muito legal! 😀

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Patetas

Um dos argumentos mais utilizados por aqueles que defendem a venda de armas é o de que “carros matam muito mais, também são armas e estão por aí“. Eu sempre questionei esse argumento, mas de um tempo para cá – embora ainda seja completamente contra a idéia de um civil ter uma arma em casa – até que já não acho o tal argumento tão incoerente.

Só agora em outubro já foram dois acidentes no mínimo revoltantes. No primeiro, um irresponsável de 49 anos de idade, com o carro cheio de bebidas alcóolicas, cocaína e maconha, ao disputar um racha em Brasília acabou colidindo com um carro, e matando 3 passageiras. Continue lendo “Patetas”

Thank you for smoking

Ser criança nos anos 80 e adolescente nos 90 significa, de certa forma, ter se livrado do lodaçal do politicamente correto. Um bom exemplo disso são as propagandas de bebidas e cigarros, que bombardeavam as mídias em qualquer horário, sem restrições.  Ok, eu entendo o motivo das restrições atuais, de qualquer forma, pela falta das restrições, eu tive acesso a alguns comerciais batutas anos atrás.

Tinha Hollywood ao som de Pain Lies on the Riverside (por que seu apelido é Lagartixa?), por exemplo. Hollywood se deu mal logo na primeira parte dos 90 porque associava o cigarro com gente praticando esportes, nessa armadilha a patota não caía, não. Já lá para o final dos 90, o Luck Strike tentou embarcar na onda da internet com um comercial ao som de Fun For Me do Moloko (o video começa com uma propaganda do visa, mas espere que logo começa. Nham!) Mas aí, né, tinham os comerciais do Free.

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(Cansei do) Circo

Estava completamente de fora sobre esse movimento “Cansei”, que reuniu um monte de gente (mais a Ivete Sangalo) lá em São Paulo. Reza a lenda que após o minuto de silêncio, as pessoas começaram a gritar Fora Lula. Hum. Certo. Dias atrás comentei sobre a escrotice da imprensa, agindo como vampiros e aproveitando a tragédia de Congonhas para vender mais. O ponto é: não é só para vender mais, é por politicagem. E sabe, isso fica ainda mais nojento.

Pior ainda é o próprio povo que fez o tal do minuto de silêncio não conseguir ver o que aquele pessoal do palco tem em mente. Não é um vamos melhorar o Brasil. É “vamos melhorar o Brasil para mim”. É, é. Vamos em frente, nesse circo sem pão. Pelo menos não perdemos o senso de humor: Tô cansadinho. Não deixem de ler.

Faço trabalhos de literatura de graça!

…NOT!

Tenho ficado alarmada com a cara de pau de algumas pessoas na internet. “Pessoas” é modo de dizer, já que tratam-se de adolescentes com hormônios à mil e vontade nenhuma de fazer a lição de casa. :mrpurple:

Hoje cedo fui dar uma olhada nos scraps do meu orkut e tinha lá: (sic)”Por favor,achei sua opiniao muito interessante sobre um conto de Machado de Assis falando sobre a MISSA DO GALO.Vc poderia me fazer uma parafrase sobre esse conto?“. Criaturinhas ardilosas! Nos bajulam para que façamos a lição de casa deles!!

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Pan pan pan!

Todos acompanhando empolgadíssimos a disputa entre Brasil e Cuba pelo segundo lugar no Pan, e eu fico cá pensando: tem gente mais conformada do que nós? Por que ninguém comenta sobre o fato de o Estados Unidos estarem com quase o dobro de medalhas de ouro (de prata também)?

Porque se alguém comenta, lembrarão que lá nos Estados Unidos há um real investimento nos esportes, relacionando o treinamento com educação desde cedo. E bem, ninguém quer de fato investir, né? É mais fácil patrocinar um talento que já está ‘pronto’, do que mudar todo o sistema educacional de forma que o esporte seja mais valorizado (e educação física não seja sinônimo de recreio).

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