E foram todos para Paris (Sérgio Augusto)

E-foram-todos-para-ParisAntes de tudo, um relato pessoal. Antes de conhecer Paris, eu pensava na cidade como um clichêzão, não tinha lá muita curiosidade para conhecê-la. Lembro que, ao contrário de Londres, sobre a qual já tinha lido tanto, tanto que já parecia conhecer as ruas que ainda nem visitara, cheguei na Cidade Luz tendo em mente dois destinos: o cemitério Pere Lachaise (meta ainda mais definida: túmulo de Oscar Wilde) e a óbvia Torre Eiffel (seguindo a dica do 1001 lugares para conhecer antes de morrer, de ser a última visita ao local). Sei que no final das contas foram poucos dias, mas serviram para eu compreender porque a cidade é um clichê. Ela é de fato apaixonante. Não dá para visitar Paris e sair ileso. Fica um pouco de você ali, aquela vontade de voltar, de rever lugares que parecem ter saltado da tela de um filme.

E muito dessa saudade que sinto da cidade fez com que eu me encantasse perdidamente por Meia Noite em Paris, filme de Woody Allen lançado no ano passado. Misturando figuras populares da década de 20, de Fitzgerald até Hemingway, a mescla entre figurinhas carimbadas do universo literário e a cidade dos sonhos inevitavelmente tinha que ser encantadora. E creio que não só para mim, já que o filme foi um sucesso (que se refletiu nas livrarias, com leitores procurando os autores que aparecem na história). E é na esteira do sucesso desse filme que o jornalista Sérgio Augusto lança seuE foram todos para Paris: um guia de viagem nas pegadas de Hemingway, Fitzgerald e cia. Continue lendo “E foram todos para Paris (Sérgio Augusto)”

Viajando pelo olhar do outro: Londres e Paris

Semana passada começou a rolar pela internet um vídeo bem legal mostrando alguns lugares mais conhecidos de Londres. Hum, ok, eu sei que falando assim fica parecendo que não há nada de legal, já que o Discovery Travel já deve dar conta de muitos videos com imagens de Londres. O negócio é que esse é um video de 1926. Sim, quase 90 anos atrás. E mais bacana ainda é que ele é um video COLORIDO de Londres. A história por trás da gravação é de que o cineasta Claude Friese-Greene utilizou as imagens para o que seria uma espécie de “diário de viagem” de sua jornada cruzando a Grã-Bretanha chamada “The Open Road“. O video foi preservado mas esquecido, sendo que em 2007 ele foi completamente restaurado.

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Meia Noite em Paris

Novo Woody Allen na praça, e lá vamos nós ao cinema conferir Meia Noite em Paris. A história tinha todos os elementos para me ganhar logo de cara: Paris, Nostalgia, referências mil à arte da década de 20. E realmente me conquistou, foi como se por pouco mais de uma hora e meia eu tivessa a mesma sorte da personagem Gil (interpretada por Owen Wilson) e pudesse viajar no tempo e viver um pouco naquela época maravilhosa, um prato cheio para qualquer amante da arte. Pense em nomes como Ernest Hemingway, T.S.Eliot, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Man Ray, Scott Fitzgerald, Cole Porter… enfim, todos reunidos.

É por isso que dá para entender esse desejo de Gil de viver aqueles tempos. Porque deve ter sido simplesmente um daqueles momentos únicos para a arte, com tantas mentes brilhantes cruzando caminhos e trocando informações. O sujeito que sonha em produzir algo que faça diferença certamente deseja estar nesse meio, recebendo conselhos de pessoas que vê como mestres, exemplos. Somando a isso tem também o fato de que o presente de Gil era simplesmente chato: uma esposa que simplesmente não compreende suas vontades e com quem tem em comum o fato de gostarem de comida indiana. Preso entre viver na roda viva, escrevendo roteiros para Hollywood (o que dava dinheiro) ou desenvolvendo seu romance (o que daria satisfação pessoal).

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Coleção “Isto é…” (M. Sasek)

Lembro de uma campanha de incentivo à leitura cujo slogan era “Quem lê viaja”, o que acaba destacando uma qualidade forte do hábito de ler, o de nos transportar para outro tempo e outro lugar durante aquele breve momento em que passamos os olhos pelo texto. Para a criança essa característica é ainda mais forte, já que ela ainda tem o vínculo com o fantástico, aquela capacidade de se deixar surpreender e de acreditar em coisas que nós adultos acabamos considerando impossíveis após determinada idade.

E é por isso que uma coleção como a “Isto é…” de M. Sasek tem tudo para agradar ao público infantil. Com ilustrações lindíssimas, somos apresentados às grandes cidades do mundo, como que se estivéssemos andando por suas ruas e vendo suas principais atrações e características. O livro foi criado por Sasek com a ideia de servir como um guia turístico para as crianças, mas com o tempo ele se revela muito mais do que isso, já que ele foi escrito no final da década de 50, e então revela também informações que já são históricas (como o fato de ter existido um vagão de primeira classe no metrô de Paris). Continue lendo “Coleção “Isto é…” (M. Sasek)”

Paris

Há alguns dias estava curiosa sobre o filme Paris. Fiquei lembrando de quando assisti Catacombs, que era um thrillerzinho chimfrim mas que eu acabei gostando só porque eu via Paris e reconhecia lugares onde tinha estado (Catacumbas inclusas, hehe). Então pensei “Ah, dane-se. Se for ruim, pelo menos mato tempo e as saudades de Paris”. Mas de uma forma meio estranha Paris acabou me envolvendo já no começo, sem ser por causa da cidade, mas pelas histórias.

Sim, histórias. Dirigido por Cédric Klapisch (de quem eu nunca tinha ouvido falar, hihihi), Paris começa com a história de um dançarino profissional que descobre estar com um problema no coração que pode ser fatal. Já no começo a personagem conversa com sua irmã sobre o que faz para passar o tempo agora que não está trabalhando, revelando que gosta de observar as pessoas que passam, imaginando quem elas são, para onde vão. Tornando-os heróis de suas histórias.

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