Melhores (e piores) leituras de 2013

Então, sem mais enrolações, a listinha do ano. Clicando no link do título do livro você poderá ler minha resenha (trocentos anos escrevendo sobre livros e ainda não gosto de chamar post de blog de resenha, mas vá lá), por isso o comentário aqui no post é mais breve. Só ressaltando que a lista não conta só com livros lançados em 2013, por isso chamo de “melhores leituras” e não “melhores lançamentos”.  E quando eu vi que ia dar uma roubada descarada com mini-listas, resolvi fazer um top 10 mesmo (só para explicar a quebra de ~~tradição~~, já que normalmente faço só top5). Vamos lá, para a lista:

MELHORES LEITURAS DE 2013

1. Haunted (Chuck Palahniuk)

Eu sou da opinião que livro bom é livro que fica com você mesmo depois de muito tempo, e Haunted é exatamente o caso. Li em junho mas ainda não posso ver uma piscina e não lembrar da história do Saint Gut-Free e aí consequentemente de como esse livro mexeu comigo. E é isso: a galeria de personagens criada pelo Palahniuk acaba te assombrando, objetos ordinários fazem com que você lembre dos relatos extraordinários de cada um dos confinados. Mas mais do que os contos que mostram o que fez com que aquelas pessoas fossem ao “retiro de escritores”, o comportamento delas no tal retiro é bastante chocante também, e acaba trazendo bastante questões sobre a natureza humana. Saiu no Brasil como Assombro, pela Rocco.

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A Peculiar Tristeza Guardada Num Bolo de Limão (Aimee Bender)

peculiartristezaRose é uma garotinha que está prestes a completar nove anos de idade, quando experimenta um bolo de limão com calda de chocolate feito especialmente por sua mãe. Ao colocá-lo na boca, sente um gosto ruim, mas não um sabor de ingrediente estragado ou excesso de doce ou seja lá o que deixa um bolo de limão ruim. Não, o que Rose sente é a profunda tristeza da mãe. É ali que ela descobre que tem um “poder especial”, de sentir o sentimento das pessoas ao comer algo preparado por elas. E então você une essa ideia bacanérrima com um título bastante curioso (gente, tenho uma queda por “peculiar”), uma capa fofíssima e lógico que a curiosidade sobre a história faz com que ele pule algumas posições na infinita lista de livros para ler. E aí quando você termina, com o perdão do trocadilho, sente um sabor meio agridoce. Aquela sensação de “certo, eu até gostei do livro, mas ao mesmo tempo, poutz, que ideia boa jogada fora!”. Mas me apresso, vamos devagar.

O fato é que para Rose, ainda uma criança, o tal do “poder especial” acaba se apresentando como um fardo, e não como uma dádiva. Isso porque a protagonista (e narradora) vive em um lar bastante disfuncional: não basta a mãe deprimida, ela tem um pai que parece bastante distante e um irmão tratado como prodígio mas que tem óbvios problemas para lidar com outras pessoas (inclusive Rose). Sem poder contar com a família e sem muitos amigos, a garota acaba recorrendo ao amigo do irmão, George, que a ajuda a “testar” seu poder, ou ainda, compreendê-lo melhor. A aproximação obviamente acaba virando uma apaixonite, mas sobre isso falamos logo mais. O fato é: esse primeiro momento da narrativa é fofo, embora não passe nenhuma ideia de onde é que vai dar (será uma história em que nada acontece? algo acontecerá? o foco será o poder de Rose?, etc). Mas assim que Rose começa a crescer, ela começa a ficar amarga e a narrativa também azeda. E juro que a partir de agora vou para com os termos relacionados ao paladar para falar de A peculiar tristeza guardada num bolo de limão, sério.

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