Os heróis e a morte na Ilíada

Observação: A Ilíada está entre os livros que mais me traumatizaram em uma primeira leitura. Eu nunca me senti tão burra na minha vida quanto no momento em que comcei a ler os versos “Canta-me a cólera – ó deusa! – funesta de Aquiles Pelida,/causa que foi de os Aquivos sofrerem trabalhos sem conta/e de baixarem ao Hades as almas de heróis numerosos”.
Ler a tradução em versos é um verdadeiro exercício, mais além: um desafio. Por volta do Canto III ou IV a pessoa já se acostuma com a linguagem e aí segue mais tranqüilo. Mas o começo é pesado *mesmo*.
Eu sempre sugiro a tradução do Carlos Alberto Nunes, que saiu pela Ediouro. O trabalho de tradução dele é excelente, sem cair nos “Auroras rosidáctilas” do Odorico Mendes.
Com relação a história, gosto muito mais da Odisséia do que da Ilíada. Porém, é com a Ilíada que temos as várias cores da cultura grega. É realmente um espelho do comportamento, credos e conceitos da época. É a partir disso que tracei esse paralelo entre os conceitos de Morte e de Heroísmo na Ilíada.

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O Eterno Despertar

Eu já comentei por aqui do lance das vezes que eu durmo tão pouco que acho que nem acordei, não? Pois é. Isso me lembra muito o primeiro arco de histórias de Sandman escrito pelo Neil Gaiman, o Prelúdios e Noturnos.

Resumindo para quem não conhece: Um mago aprisiona Morpheus por engano, uma vez que tentava aprisionar a Morte. Sonho fica preso durante anos, tempo suficiente para que esse mago morresse e o filho do mesmo continuasse mantendo Sandman preso. Eis que o Lorde Moldador consegue escapar e qual providência ele toma tão logo se recuperou? Vingança.

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Mathom

Então… eu estava arrumando meu quarto ontem (dia de faxina ^^) e enquanto tirava o pó das coisas das minhas prateleiras lembrei de um negócio:

“(…)pois qualquer coisa que os hobbits não fossem utilizar imediatamente, mas que não quisessem jogar fora, eles chamavam de mathom. Suas moradias podiam vir a ficar cheias de mathoms, e muitos dos presentes que passavam de mão em mão eram desse tipo”

EU SOU UMA HOBBIT!!! =D

Por falar em organização de quarto e tal, preciso urgentemente de achar um abrigo para o Sr. Abobrão. O quarto tá pequeno demais para nós dois ¬¬

O Retrato de Dorian Gray

(Aquela citação sobre A Insustentável Leveza do Ser me deu idéia para isso…)

SÉRIE: LIVROS DA MINHA VIDINHA

Livro: “O Retrato de Dorian Gray”
Autor: Oscar Wilde
Se gostar, leia também: “O Marido Ideal”

Único romance de Oscar Wilde, já reconhecido como clássico, O Retrato de Dorian Gray desde o início revela a marca fundamental do autor: seu sarcasmo. Esse tom é fácil de ser percebido em suas diversas frases paradoxais, outras de humor cáustico, em sua grande maioria proferidas pelo personagem Lorde Henry Wotton.

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O Retrato de Dorian Gray

(Aquela citação sobre A Insustentável Leveza do Ser me deu idéia para isso…)

SÉRIE: LIVROS DA MINHA VIDINHA

Livro: “O Retrato de Dorian Gray”
Autor: Oscar Wilde
Se gostar, leia também: “O Marido Ideal”

Único romance de Oscar Wilde, já reconhecido como clássico, O Retrato de Dorian Gray desde o início revela a marca fundamental do autor: seu sarcasmo. Esse tom é fácil de ser percebido em suas diversas frases paradoxais, outras de humor cáustico, em sua grande maioria proferidas pelo personagem Lorde Henry Wotton.

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Mário de Sá-Carneiro

Fui mal na prova de Literatura Portuguesa. Em comemoração, um trechinho de Mário de Sá-Carneiro:

“Tenho 22 anos e não acredito em coisa alguma, olho em volta de mim e não vejo nada que me atraia, nada que me encante, nada para que viva…”

(Felicidade Perdida)

Se…

Estive pensando bastante em um trecho do livro A Insustentável Leveza do Ser, do Milan Kundera. Quem me conhece sabe que esse é um dos livros da minha vida, volta e meia algum trecho cai como uma luva para definir um momento pelo qual estou passando, o que faz as citações ao livro algo inevitável. Sobre o trecho:

“(…)Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se o ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida sempre pareça um esboço. No entanto, mesmo “esboço” não parece a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é nossa vida não é esboço de nada, é um esboço sem quadro.”

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Anica por Gregório de Matos

Estou me divertindo com umas poesias do Gregório de Matos que eu encontrei. Olha só:

Não te posso ver, Anica,
por mais que Amor me desperte,
que tu és muito tirana,
e serás ingrata sempre.
Se foras compadecida,
não cessara de querer-te,
pois a beleza humanada
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Os Argonautas

Como eu tinha prometido, vou explicar a relação entre Os Argonautas do Caetano Veloso e o Mensagem, do Fernando Pessoa. Para começar, aí vai a letra da música do Caetano:

Os Argonautas

o barco, meu coração não aguenta
tanta tormenta
alegria, meu coração não contenta
o dia, o marco, meu coração
o porto, não
navegar é preciso
viver não é preciso
o barco, noite no teu tão bonito
sorriso solto perdido
horizonte, madrugada
o riso, o arco, da madrugada
o porto, nada
navegar é preciso
viver não é preciso
o barco, o automóvel brilhante
o trilho solto, o barulho
do meu dente em tua veia
o sangue, o charco, barulho lento
o porto silêncio

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Do Alta Fidelidade (de Nick Hornby)

…Somente pessoas com uma determinada inclinação têm medo de ficar sozinhas para o resto da vida aos vinte e seis anos de idade; nós tínhamos essa inclinação.

Troca 26 por 22…