O lado bom da vida

lado-posterO leitor é um adivinhador. Inconscientemente enquanto lemos estamos sempre tentando antecipar o que vem a seguir: qual a próxima ação da personagem, quando o autor explicará alguma condição dessa e assim vai. Mesmo quando os temidos “spoilers” são revelados, ainda assim o processo de adivinhação continua: ok, você sabe que “x” acontecerá – mas quais os eventos que levarão até “x”? Muitos autores construíram suas maiores obras partindo justamente dessa dinâmica do leitor com o texto, buscando inclusive romper com as expectativas mais óbvias. Outros, criam a expectativa através dos famosos “ganchos” que finalizam um capítulo o outro.

Porém, há os que buscam de certa forma colocar o leitor na mesma condição de seus protagonistas. Aquela sensação de pegar “o bonde andando” e ter que se atualizar sobre o que andou acontecendo, a estranheza ao estar em um ambiente que deveria ser familiar mas que não é mais. É exatamente o que Matthew Quick faz em seu romance de estreia, The Silver Linings Playbook (publicado lá fora em 2008 e chegando no Brasil agora pela Instríseca como O lado bom da vida). Situando a história no momento em que o protagonista Pat está deixando um hospital psiquiátrico, e fazendo com que essa personagem seja também o narrador da história, revivemos um sentimento de termos que primeiro encaixar peças de nosso passado para então partir para a brincadeira de adivinhação sobre o que virá a seguir.

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