Pá-pum cinéfilo (parte II)

Ontem eu comecei uma lista com breves comentários sobre os filmes que assisti agora em janeiro (férias, iei!), mas resolvi dividir a lista em duas partes para que não ficasse um texto muito longo (daqueles que ninguém lê, menos a Roberta para quem sempre dedicarei meus posts mais compridos). Se você chegou agora através de Google ou algo que o valha, a primeira parte dos comentários está aqui. Então sem mais enrolações, vamos lá para o Pá-pum cinéfilo parte II.

Um Beijo Roubado (2007): Sabe aqueles filmes bonitinhos em que nada realmente relevante acontece, mas mesmo assim você vai até o fim e acha bem bacana? Poisé. Porque em Um Beijo Roubado temos Norah Jones como Elizabeth, uma garota que viaja o Estados Unidos trabalhando como garçonete, conhecendo pessoas que mudam sua vida e blablabla. Se for pensar bem, é tipo um Na Natureza Selvagem de menina, mas sem mato e sem bocó morrendo de fome no final. Gostei muito de alguns diálogos, embora outros fossem ahn… sabe daqueles que o cara fala um monte de coisa de uma forma cool mas no final não disse nada com nada (Wait, what?)? Poisé. A metáfora da torta de blueberry, por exemplo, eu ainda não saquei, para ser bem sincera. Aquilo era para ser algo para animar o humor da menina? Era uma cantada? Era só um treco para estabelecer uma relação entre o rapaz e Elizabeth? Se alguém souber explicar, por favor, é só usar os comentários abaixo. Mas sim, é um filme bem legal. E tem a Cat Power, iei.

Um Estranho no Ninho (1975): McMurphy é um malandrão que acredita que se passar por louco e ficar preso em um hospício é melhor do que ficar na cadeia. Ao chegar lá, logo ganha a amizade dos internos, por trazer um pouco de vida para o ambiente, que é dominado pela enfermeira Ratched que é tipo assim, o diabo vestido de branco. A história parece bastante inocente, e em alguns momentos lembra até filme de Sessão da Tarde como aquele com o Dudley Moore e a Daryl Hannah. E talvez essa inocência faz de momentos mais pesados (suicídio, tratamento de choque, assassinato) algo ainda mais… ahn.. palatável? Não sei se seria esse o termo. E de qualquer forma, quando chegam esses momentos, você realmente sente pela personagem. No final das contas é um filme excelente. O único problema é que as pessoas elogiavam TANTO Um estranho no Ninho que eu assisti cheia de expectativas e bem, nunca é bom assistir algo assim. Quando terminei de ver ainda fiquei pensando porque ele está em 8º na lista dos melhores de todos os tempos do IMDb, na frente de filmes como Casablanca que achei muito melhor quando assisti, blé.

Pagando Bem que Mal Tem? (2008): Eu gosto do Kevin Smith. Ele dirigiu dois filmes que até hoje guardo no fundinho do meu coração, Dogma e Procura-se Amy. O problema é que de uns tempos para cá, ele babaqueou, digamos assim. Pagando bem que mal tem é o maior exemplo disso: você não diria que é um filme do Kevin Smith, a não ser talvez pela presença do ator Jason Mewes (que antes aparecia como Jay, o inseparável amigo do Silent Bob). A sensação que dá é que você pegou sem querer uma daquelas comédias imbecis ao estilo American Pie, que tentam fazer graça usando situações com alguém defecando na cara de outra pessoa (sim) ou um cara que ensina para outro técnicas novas de masturbação. É idiota. Acho que um dos poucos momentos que ri foram nas referências nérdicas que ok, também indicam um filme do Smith. A história? Bom, o título já conta tudo né? Zack e Miri são amigos de longa data qu agora estão na pindaíba e resolvem fazer um filme pornô para levantar algum dinheiro. Adivinha quens descobrirão que estão apaixonados e blablabla? Meu conselho sobre o filme é que é melhor esperar chegar na Tela Quente.

Milk: A Voz da Igualdade (2008): Indicado para oito Oscar (melhor filme, melhor direção, melhor ator principal, melhor ator coadjuvante, melhor roteiro original, melhor edição, melhor trilha sonora original e melhor figurino), está aí um dos oscarizáveis que vale a pena conferir. Trata-se da história de Harvey Milk, primeiro político americano assumidamente homossexual que foi assassinado enquanto no cargo de supervisor de São Francisco. Ok, a parte da política americana é uma bagunça que até hoje eu não entendi muito bem, então nos momentos de contagem de votos e afins era meio que yadda yadda yadda para mim, mas felizmente eles sempre deixam bem claro quem ganhou ou quem perdeu, hehe. Sean Penn está mais uma vez perfeito, especialmente se você for comparar Milk com o Jimmy Markum de Sobre Meninos e Lobos. Nem parece que é o mesmo ator, sério. Chega nos cinemas brasileiros agora no dia 06 de fevereiro, então aproveite e vá conferir porque esse é um dos casos de filmes que realmente fazem a diferença.

Frost/Nixon (2008): Indicado para cinco Oscar (melhor direção, melhor edição, melhor filme, melhor ator principal e melhor roteiro adaptado) você pensa que ei, lá vem outro filmão bão. E o estranho é que Frost/Nixon é um filme bom. Mas ele não te empolga como o Milk, por exemplo. A história que narra como o apresentador de tv britânico David Frost conseguiu uma entrevista com Richard Nixon após o escândalo de Watergate tem um quê de documentário, com “depoimentos” das personagens principais. Mas a primeira hora do filme é arrastada, sendo que só quando começam de fato as entrevistas é que a história fica mais interessante. A tagline do filme é “400 milhões de pessoas estão esperando a verdade”. Talvez o fato de eu não ter feito parte dessas 400 milhões de pessoas tenham feito o filme soar meio sem graça para mim, porque não me indentifiquei com a busca do grupo de Frost pela “verdade” de Nixon. Retomando o que disse no começo: filme bom, competente, mas frio.

E é isso, garotada. Continuarei assistindo meus filmes e provavelmente ainda farei um Pá-pum cinéfilo (parte III) antes que acabem minhas férias., hehe.

8 comentários em “Pá-pum cinéfilo (parte II)”

  1. fico muito feliz em saber dos textos cumpridos XD
    vamos la
    Acho que a coisa que mais me chama a atenção no primeiro é como “my bueberry nights” ficou se chamando “Beijo roubado” XD

    2. gostei da estória do terceiro. tenho uma quedinha por filmes com loucos 😛

    3. eu não gosto de filmes idiotas que tentam fazer graça com alguém defecando XD

    4. simpatizei com o filme. verei!

    5. Eu meio que gosto de documentários. talvez nao fique sem graça pra mim. mas o problema dos filmes é que são mto variaveis.
    Tenho um filme pra te recomendar: Vidocq
    o filme é ótimo. a historia, os personagens, o cenário, o figurino
    o pecado é o roteiro, faz do filme um pouco tedioso
    mas todas as outras coisas são maravilhosas
    a produção esá de parabens

    =)

    Bjos e até a próxima!

    5

  2. é uma pena, o trailer do Zack and Miri prometia, ainda não vi o filme mas pelo visto não é grandes coisas. Pra falar a verdade, tirando o Clerks original e Procura-se Amy, nenhum dos filmes do Smith é grandes coisas… nem de Dogma eu gostei tanto assim…

  3. Também preciso de férias pra tentar diminuir minha lista de filmes 🙁

    E Anica,tente assistir Slumdog Millionaire antes de acabar suas férias,acredito que irá gostar.

    p.s.-adorei a referência ao filme do Dudley Moore e Daryl Hannah no texto do Um Estranho no Ninho. :g:

  4. Olá, peço que, se possível, divulgue o site do poeta Ulisses Tavares (www.ulissestavares.com.br) em seu blog.
    Mandando um email para nós você concorre a um livro por semana do escritor!
    Desde já agradeço a gentileza.

    Abraços! 😛

  5. olha, assisti ao Beijo Roubado, também, agora em janeiro por indicação de um casal de amigos. Até comprei o filme naquelas cestas de 9,00 das americanas. Gostei muito, e gosto tanto da cena em que ele explica a questão da torta de blueberry. Acho que não é cantada, não é pra colocar o astral da garota pra cima, nem pra baixo rs, é simplesmente um pacto com a realidade nua, crua e simples.
    As pessoas fazem escolhas, simplesmente. Optam por um caminho e não por outro por nem um motivo em especial. Cést la vie. Ela se sentia mal por ter sido rejeitada, sentia como se ela fosse o problema do final da relação e talvez não fosse nada disso. Surgiu um novo caminho na vida do namorado e ele fez uma opção.
    A torta era uma delicia, mas as pessoas simplesmente não a escolhiam. Até que um dia alguém a escolheu. Simples assim. Ou seja, talvez nós é que deixamos as coisas mais complexas do que realmente são. Sofremos mais do que deviamos por excesso de apego e de necessidade de justificativa objetiva para tudo.
    Uma filosofia bem oriental…taoista, zen budista… talvez não seja coincidência a origem do diretor 😉

    vichiii falei demais (rs) espero não ter viajado muito

    beijos

  6. vc nao achou que a cena da lanchonete, em que a portman dialoga com a norah jones, eh constrangedora? a portamn da um show de atuacao, e a jones continua com a cara de bunda de sempre. vc notou que a ate a camera evita olhar pra jones?

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