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Mais uma piração sobre o Dia dos Namorados…

namorados Engraçado. Tantos relacionamentos de indas e vindas, brigas e dúvidas, e eu insistia em comprar o presente do Dia dos Namorados em prestações. Às vezes em até 12x, se fosse sem juros, hehe. Isso invariavelmente acabava naquela situação em que eu nem estava mais com a pessoa, mas ainda pagava pelo presente dela.

A ironia é que justamente no menos nebuloso (na verdade, nada nebuloso) dos meus relacionamentos, eu decido pagar à vista. Ah, bem. No final das contas (sacou o trocadilho? hohoho), o importante é estar feliz, né?

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Eu sei que já comentei a respeito do blog do Neil Gaiman por aqui, mas no dia 06 ele escreveu algo tão divertido que eu preciso comentar de novo: The Last Tea Post.

Os amantes do chá vão adorar. Principalmente os que sabem ler em Inglês, hehe. Para quem for lá conferir, deixo aqui a pergunta: vocês já notaram como ele tem um estilo bem diferente de escrever, pelo menos diferente da maioria das pessoas que escrevem em Inglês? O Inglês sempre me soa muito seco, muito direto. Os textos que leio normalmente não tem a fluidez dos textos do Gaiman.

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Seus toscos, nem falaram nada do conto do W W Jacobs!

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Engraçado essa coisa de “Dia dos Namorados”. Eu poderia dizer “É uma data comercial”, mas eu acho que não para só aí. “É uma data comercial para fazer as pessoas que estão sozinhas se sentirem infelizes”. De outro modo, por que quando eu estou em um relacionamento feliz simplesmente não dou a mínima para as propagandas de tv e outdoors cheios de casais se lambendo?

E por falar em datas comerciais, afinal de contas: quantos “Dias da Secretária” temos por ano?!!! Parece que os donos de floricultura preenchem as datas vagas entre o “Dia das Mães” e o “Dia dos Namorados” com o tal do “Dia da Secretária”. Mistéééério…

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Fábio comprou o livro Contos de Horror do Século XIX. Eu nem chequei se ele tem a mesma pira que eu tenho de ter que ler o livro primeiro (shame on me) e acabei lendo o primeiro conto do livro, “A Pata do Macaco”, de W W Jacobs.

Gente!! ISSO é história de terror!!! Muito boa mesmo! Conduzida de um jeito que só tinha visto no Allan Poe, cria um efeito bárbaro quando chegamos no fim da leitura. Vale a pena ler, sério.

“Empresta o livro, Anica?”

Não, né? Mesmo porque não é meu, hehe. Mas como eu sou boazinha eu fui dar uma sondada aqui na internet e achei uma página com o conto. Para vocês, A Pata de Macaco.

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Nós sempre culpamos nossos pais pelo que somos, a dita “educação”. Eu não vou entrar aqui na discussão de quanto hoje em dia os pais legam à tv e à escola a tarefa de criar os filhos, porque não é disso que quero falar. Eu quero falar do momento em que você se dá conta de quanto é igual aos seus pais.

Meu pai morreu quando eu tinha 10 anos de idade. Não foi tempo suficiente para me ensinar tudo o que eu queria saber, eu tenho certeza disso. Mas dele eu herdei o gosto por todos os tipos de arte (ele acreditava piamente que minha paixão pelos caran d’ache dele era artístico, e não gastronômico). Herdei também o amor por Beatles e a irritação ao ouvir barulho de dente batendo em colher quando uma pessoa está tomando sopa.

E eu não sei se por ela ter 14 anos de “vantagem” com relação ao meu pai, mas sinto que é quando olho para minha mãe que me vejo. Ontem, enquanto ela fazia o jantar, conversávamos tomando um vinho, coisa que há muito não fazíamos. Foi impressionante perceber que todas as nossas idéias sobre as coisas ao redor são idênticas, nós só mudamos as palavras ao nos expressar.

Mais do que isso: que tudo o que vemos de errado em nossas vidas nesse momento são mais ou menos a mesma coisa. É um não encontrar o caminho e um desiludir-se com as pessoas que muda de nome de acordo com a situação, mas ainda assim é igual.

Difícil concluir esse tipo de texto. Não vou citar Legião, btw.

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E prosseguimos com Swift…

“Resoluções para quando envelhecer”

Não casar com uma mulher jovem.
Não andar com os jovens, a menos que eles realmente queiram.
Não ser rabugento, nem mal-humorado, nem desconfiado.
Não menosprezar o jeito de ser, o humor, a moda, os homens e as guerras de hoje.
Não ser “coruja” com as crianças.
Não contar a mesma história mais de uma vez para a mesma pessoa.
Não ser pão-duro.
Não deixar de lado a decência e a limpeza para não ser desagradável.
Não ser muito severo com os jovens, mas deixar que cometam suas bobagens e fraquezas juvenis.
Não ser influenciado e nem dar ouvidos às pessoas velhacas e fofoqueiras.
Não dar conselhos para quem não os quer.
Pedir para alguns bons amigos me alertarem quando deixar de cumprir alguma destas resoluções, e entrar na linha novamente.
Não falar demais. Também não falar de mim mesmo.
Não me gabar da minha antiga beleza, força, ou sucesso com as mulheres.
Não dar atenção aos bajuladores, nem acreditar que posso ser amado por uma jovem; evitar quem quiser me aplicar o golpe do baú.
Não ser categórico nem enxerido.
Não acreditar que cumprirei todas estas regras, para não correr o risco de não cumprir nenhuma.

Sujeito batuta esse Swift.

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Porque tudo depende do contexto…

Ok, vamos supor que uma pessoa que está lendo um blog o está fazendo por ter muuuuito tempo disponível (assim como a pessoa que está escrevendo, mas sobre isso a gente fala outra hora). Levando em conta que você, caro leitor, dispõe desse tempo, vamos fazer um exercício de leitura.

Leiam esse texto aqui:

A Modest Proposal

Modesta Proposta (versão tecla sap pra quem não lê em Inglês nem sob ameaça.)

Tempo!!!!!!

Leu?

Ah, tá. Vou esperar mais um pouco…

Hmmm… acho que agora já deu, né? Ok, vamos continuar o exercício. E aí, o que achou do texto? Ficou revoltadão? “Caraleo, como alguém pode ter sugerido uma coisa dessas?!!”

Pois sim, agora leiam isso:

David Cody fala de ‘Modesta Proposta’

Agora eu pergunto: e quanto do que é escrito/dito não pode ser distorcido por não se entender o contexto, ou ainda, a real intenção da pessoa que escreveu/falou? Eu levanto essa pergunta porque ela não diz respeito só à Literatura, isso está aí, no nosso cotidiano também.

Seja crítica, seja piada, seja um mero comentário. Parece que estamos pré-dispostos a tomar a defensiva em qualquer situação, interpretando o que poderia ser um conselho ou brincadeira como um ataque, baseados unicamente do nosso conhecimento de mundo, ignorando o fato de que pode existir uma razão por trás do que se falou.

Eu tenho a sensação que as pessoas não sabem mais conversar. A falar elas ainda não desaprenderam, mas a trocar informações, crescer, aprender a partir de um diálogo, me parece cada dia mais difícil, justamente por causa dessa postura defensiva.

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Descobri um submundo no orkut: o petkut. As pessoas criam perfis para seus bichinhos de estimação, incluindo dados como brincadeiras ou comidas preferidas. Além disso, entram em comunidades como Whiskas ou Eu Amo Meu Humano e discutem questões como “E a ração seca, o que acham?” Não deixa de ser engraçado.

Como descobri esse submundo? Digamos assim, que vinhos e idéias de jerico normalmente rendem esse tipo de descoberta…

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Sabem aquelas plaquetinhas de “meu humor hoje” que as pessoas costumam colocar nos perfis dos blogs? Assim ó:

Pois então. No dia que criarem um Hoje eu estou me sentindo enganada, confusa, cansada e medrosa, eu coloco uma plaquinha no meu perfil também.

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Tic tac, tic tac…