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E prosseguimos com Swift…

“Resoluções para quando envelhecer”

Não casar com uma mulher jovem.
Não andar com os jovens, a menos que eles realmente queiram.
Não ser rabugento, nem mal-humorado, nem desconfiado.
Não menosprezar o jeito de ser, o humor, a moda, os homens e as guerras de hoje.
Não ser “coruja” com as crianças.
Não contar a mesma história mais de uma vez para a mesma pessoa.
Não ser pão-duro.
Não deixar de lado a decência e a limpeza para não ser desagradável.
Não ser muito severo com os jovens, mas deixar que cometam suas bobagens e fraquezas juvenis.
Não ser influenciado e nem dar ouvidos às pessoas velhacas e fofoqueiras.
Não dar conselhos para quem não os quer.
Pedir para alguns bons amigos me alertarem quando deixar de cumprir alguma destas resoluções, e entrar na linha novamente.
Não falar demais. Também não falar de mim mesmo.
Não me gabar da minha antiga beleza, força, ou sucesso com as mulheres.
Não dar atenção aos bajuladores, nem acreditar que posso ser amado por uma jovem; evitar quem quiser me aplicar o golpe do baú.
Não ser categórico nem enxerido.
Não acreditar que cumprirei todas estas regras, para não correr o risco de não cumprir nenhuma.

Sujeito batuta esse Swift.

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Porque tudo depende do contexto…

Ok, vamos supor que uma pessoa que está lendo um blog o está fazendo por ter muuuuito tempo disponível (assim como a pessoa que está escrevendo, mas sobre isso a gente fala outra hora). Levando em conta que você, caro leitor, dispõe desse tempo, vamos fazer um exercício de leitura.

Leiam esse texto aqui:

A Modest Proposal

Modesta Proposta (versão tecla sap pra quem não lê em Inglês nem sob ameaça.)

Tempo!!!!!!

Leu?

Ah, tá. Vou esperar mais um pouco…

Hmmm… acho que agora já deu, né? Ok, vamos continuar o exercício. E aí, o que achou do texto? Ficou revoltadão? “Caraleo, como alguém pode ter sugerido uma coisa dessas?!!”

Pois sim, agora leiam isso:

David Cody fala de ‘Modesta Proposta’

Agora eu pergunto: e quanto do que é escrito/dito não pode ser distorcido por não se entender o contexto, ou ainda, a real intenção da pessoa que escreveu/falou? Eu levanto essa pergunta porque ela não diz respeito só à Literatura, isso está aí, no nosso cotidiano também.

Seja crítica, seja piada, seja um mero comentário. Parece que estamos pré-dispostos a tomar a defensiva em qualquer situação, interpretando o que poderia ser um conselho ou brincadeira como um ataque, baseados unicamente do nosso conhecimento de mundo, ignorando o fato de que pode existir uma razão por trás do que se falou.

Eu tenho a sensação que as pessoas não sabem mais conversar. A falar elas ainda não desaprenderam, mas a trocar informações, crescer, aprender a partir de um diálogo, me parece cada dia mais difícil, justamente por causa dessa postura defensiva.