Alice no País das Maravilhas

Então que finalmente assisti Alice no País das Maravilhas, e não, não vi em 3D. E talvez isso tenha feito toda a diferença entre acabar o filme com a sensação de um bom entretenimento ou extasiada com a experiência (que aparentemente parece estar acontecendo com quase todos que assistem ao filme em 3D). Nesse sentido, de filme que não funciona tão bem quando volta à “normalidade”, pode ser um demérito se pensar em tudo que Tim Burton já conseguiu trazer para o cinema sem o auxílio de imagens saltando sobre você. Mais ou menos assim: fica um filme bonitinho, mas ordinário.

A começar pelo desenvolvimento das personagens. Se em filmes como Peixe Grande somos apresentados a um Ed Bloom apaixonante até pelos elementos de seu passado, em Alice o ritmo do filme não permite desenvolver muito sequer a protagonista. Ok, temos lá a menininha com uma relação muito bacana com o pai, salta para a jovem prestes a se casar com um sujeito desagradável, salta para Alice chegando a Underland (etc.). Enfim, tudo rápido demais, o que não permite de fato que você se importe com a personagem principal. A simpatia maior fica para o Chapeleiro Louco, talvez a única personagem que conseguiu se destacar com a correria do roteiro.

Ok, é Disneeeey. Mas também é Tim Burton, e eu adoraria ver a história recebendo um tratamento um pouco mais próximo aos trabalhos anteriores dele. A começar pelo fato da escolha de apresentar uma Alice mais velha, que esqueceu que já estivera naquele lugar, que já conhecia aquelas personagens. Esse tipo de detalhe permitiu uma primeira hora que pula de um evento para o outro sem muita preocupação com uma coesão, porque afinal de contas, “ela já esteve lá e é só uma repetição daquilo que vocês já viram nos livros”.

Bom, eu gostaria de ver mais daquilo que eu já tinha visto nos livros. Sinto que um dos poucos momentos que o roteiro chega próximo aos jogos de palavras de Lewis Carroll são nas conversas com a Lagarta. Eu tenho noção que certas coisas são difíceis de passar do livro para o cinema, mas ainda assim, se levarem em conta a obra que adaptaram, dava para ter tirado algo melhor.

Resumo da ópera: é um filme ruim? Não. Diverte daquele jeito meio levinho que um Crônicas de Nárnia tambem o faz, digamos assim. Mas foca tanto na ação acontecendo o tempo todo que não consegue ser mais do que isso, o que é uma pena, já que tinha todo o potencial para ser.

4 comentários em “Alice no País das Maravilhas”

  1. Eu vou esperar esse filme sair em DVD, sinceramente. Já ouvi tanta coisa negativa (ou mais ou menos) sobre ele que nem tenho mais muita vontade de ver.

    Sobre o 3D, também não ouvi boas coisas. Dizem que são poucas as cenas em que ele realmente faz a diferença (provavelmente deve ser a cena em que a Alice cai na toca do coelho). Já não tive uma experiência muito feliz com Avatar (baita dor de cabeça, hein), então não iria acabar com meus olhos de novo vendo um filme em 3D que nem ao menos foi filmado com essa tecnologia. Sem falar que também não acabo com meu bolso huhuhu

  2. Alexandre Esposito – Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Mas trago na cabeça uma canção do rádio em que um antigo compositor baiano me dizia "tudo é divino, tudo é maravilhoso".
    Alexandre Esposito disse:

    Não precisava ter visto em 3D não. Ele é inútil e nem é uma experiência tão interessante como em Avatar, por exemplo.

    Não passa de uma ou outro coisa voando em nossa direção.

  3. Não perdeu muita coisa vendo em 2D. O 3D é bem feito mas não salva o filme do que ele não é (nem Alice, nem Tim Burton). Já deu pra ver o quão abaixo ele ficaria do livro na sequencia em que ela cai pela toca do coelho e precisa arranjar um jeito de passar pelas portas. Mas ainda assim é divertido.

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