Sim, inverno, estamos vivos*

isoldeohlbaumcats1Começo dizendo que é só uma fase, que um dia eu volto ao normal e escrevo posts longos e detalhados sobre cada livro que estou lendo. Mas entenda: há um ser humano novo em folha aqui em casa que depende quase que totalmente da minha atenção (e dos meus peitos). Tenho lembrado muito de uns trechos de Tipos de perturbação da Lydia Davis, especialmente este:

Você se acostuma a não terminar nada. Por exemplo, o bebê está olhando fixo para uma bola vermelha. Você está na pia lavando uns rabanetes bem grandes. O bebê começa a se agitar quando você acabou de lavar quatro e ainda faltam oito.

O que significa que comecei este post já achando que não vou terminá-lo.  Ou que escreverei aos poucos, em pedacinhos. Essa coisa de escrever aos poucos lembra uma história que contam sobre a carta que o Wilde escreveu para o Bosie enquanto estava na cadeia (sim, a que virou o De Profundis), que ele recebia uma quantidade limitada de papel e que tudo que ele escrevia era recolhido no fim do dia, mas mesmo assim ele conseguia manter a coesão do texto, começando um novo trecho da carta no papel novo exatamente onde tinha parado no dia anterior. Moral da história: não sou Oscar Wilde, então espera um post meio sem sentido.

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