Pride and Prejudice and Zombies (Seth Grahame-Smith)

“É uma verdade universalmente reconhecida que um zumbi, possuidor de um cérebro, deve estar em busca de mais cérebros.” É dessa forma que Seth Grahame-Smith abre seu Pride and Prejudice and Zombies (ainda não publicado no Brasil). O pastiche de Jane Austen fez tamanho sucesso lá fora que já aparece na lista de mais vendidos do New York Times e traz rumores de adaptação Hollywoodiana com nomes como Natalie Portman no elenco, além de possível publicação em português para o ano que vem. A questão é: ele agradará a legião cada vez maior de fãs dos comedores de cérebro?

Pelo menos da parte dessa que escreve, não. Infelizmente Pride and Prejudice and Zombies é uma decepção. É fato que as expectativas eram altíssimas, não só considerando o fato de ser bem sucedido no exterior, mas também por ter gostado muito de outro título do mesmo autor (How to Survive a Horror Movie). O problema é que o livro não agrada muito quem o procura pelo humor.

Pouco há para se dizer sobre ele. É todo o Orgulho e Preconceito de Jane Austen recontado com a inclusão do elemento zumbi (o que fica bem óbvio só pelo título, certo?). A questão é que as (poucas) piadas não funcionam, e a repetição de certos elementos chegam a ser cansativos – como a competição entre a Elizabeth e o Darcy para saber quem é o mais fodão nas artes do extermínio de zumbis.

Sobre os fãs do romance da Austen, as reações podem ser bem contraditórias. Os mais puristas odiarão, com certeza. Mas Pride and Prejudice and Zombies pode agradar aqueles que conhecem o romance de cor, e reconhecerão passagens favoritas e o que Grahame-Smith fez delas incluindo os mortos-vivos. De minha parte acho que foi apenas chato, e talvez justamente por não ser tão apaixonada pela obra original.

Na verdade dessas “realidades alternativas” que andam pipocando por aí envolvendo Mr. Darcy e companhia, acredito que Mr. Darcy, Vampyre agrada muito mais, por não transcrever a história simplesmente, mas ir além – contando o que aconteceria depois do casamento entre Darcy e Elizabeth se o “herói” fosse na realidade um vampiro.

De qualquer forma, o negócio é torcer para que se realmente exista uma adaptação de Pride and Prejudice and Zombies como estão comentando, ela seja boa o suficiente para permitir versões cinematográficas de outros ótimos livros de zumbis, como por exemplo World War Z (que ainda está só na base dos rumores) e mesmo a série da Anita Blake.

(Post originalmente publicado no Blog do Meia Palavra dia 12/12/09. Sim, ando preguiçosa e relapsa com minhas atualizações aqui.)