Os Homens que Não Amavam as Mulheres (Stieg Larsson)

homensPrimeira história: Em 2004 Stieg Larsson (respeitado jornalista sueco, conhecido por seus estudos sobre movimentos antidemocráticos), deixa os manuscritos de Män som hatar kvinnor e os outros dois livros seguintes da coleção em uma editora.  Pouco tempo depois, no mesmo ano, morre subitamente. O primeiro livro é publicado e torna-se um fenômeno editorial mundial, e tragicamente o autor não pode saborear o sucesso de sua obra.

Segunda história: Final de 2008, Anica fica sabendo sobre o livro Os homens que não amavam as mulheres do escritor sueco Stieg Larsson e resolve ler o livro. Mas logo conclui que a tradução da trilogia para o inglês devem sair mais rápido (e mais barato) do que em português, e resolve comprar o livro em língua estrangeira mesmo. Porém, só encontra os livros The girl with the dragon tattoo e The girl who played with fire. Ela conclui que os livros são o segundo e terceiro da trilogia, e fica esperando o primeiro. Até descobrir que na verdade o título em inglês é mais uma das estripulias editoriais lá de fora: ao traduzir todos os títulos como “The girl…” os editores deixam óbvio para os leitores que hum, trata-se de uma coleção. Ah, tá, então tá.

E é isso. Depois dessas duas histórias finalmente comprei The girl with the dragon tattoo, traduzido aqui no Brasil como Os homens que não amavam as mulheres. Como as férias acabaram, meu ritmo de leitura caiu e eu acabei levando mais de uma semana para ler o primeiro volume da série Millenium, mas ontem à noite eu finalmente terminei (apesar do Fábio pedindo para eu apagar a luz perto de uma da manhã, hehe).

Não acho que o sucesso seja por acaso. Larsson cria duas personagens extremamente carismáticas, Mikael Blomkvist, um jornalista especializado em notícias relacionadas com economia e um dos donos da revista Millenium (entendeu a razão do nome da trilogia?) e Lisbeth Salander, uma hacker completamente desajustada, a última pessoa que você imaginaria como heroína de algum romance, por razões que eu prefiro não comentar aqui para não estragar a surpresa de ninguém.

É um romance no melhor estilo mistério-conspirações-violência. Diz a sinopse:

Os homens que não amavam as mulheres é um enigma a portas fechadas – passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o veelho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada – o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger. E que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados – de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois…. até um momento presente, desconfortavelmente presente.

E o mistério é desenvolvido de forma até bastante interessante, embora dê algumas escorregadas no óbvio em algum momento. Acho que o melhor foi a questão de equilibrar bem nossa vida modernosa atual, com computadores, banda larga e afins: eles aparecem ali como mais um dos elementos da vida das personagens, e não como um elemento do tipo “Olha só como sou moderno, tem até uma hacker no meu livro!”

É certamente uma boa diversão, especialmente para os que curtem o gênero. Não indico para o pessoal que não tem muito estômago, digamos assim, porque alguns momentos de violência são bastante descritivos e muito, muito fortes. No mais, agora vou lá ler a continuação da série, que pelo menos não teve qualquer problema sobre tradução de título muito diferente. Chama-se The girl who played with fire, e chega aqui no Brasil pela Companhia das Letras no dia 16 desse mês com o nome de A menina que brincava com fogo.

15 comentários em “Os Homens que Não Amavam as Mulheres (Stieg Larsson)”

  1. Oi Anica!
    Cai sem querer no seu blog procurando pelo filme el dia de la bestia. Posso dizer que foi uma grata surpresa. Já está devidamente adicionada nos favoritos e acompanharei sempre que possivel. Li boa parte já do blog (Monografia sobre Poe???) e adorei o conteudo.
    Até!

  2. Eu sempre leio seu blog, e vergonhosamente não comento, anica… Só que eu queria pedir que se você souber de algum lugar com um trechinho do livro, eu agradeço. É que gosto de ler pelo menos um parágrafo para ver o estilo e tals. 😀

  3. Olá Anica,

    Achei seu site em uma busca no google (nao lembro o que buscava) e acabei te add aos meus favoritos. Por sua causa resolvi ler Os homens que não amavam as mulheres e ameiiii. Terminei hoje. Agora to com medo do proximo pois ja vi que vc nao gostou tanto ne? Nesse primeiro livro os protagonistas me tocaram e fiquei fascinada por eles. Espero comprar o proximo em junho e assim que ler deixo minha opinião.

    Bjocas

  4. Olá…
    Caí aqui pelo googel, tô procurando o nome dos outros livros da trilogia…
    “Os homens q naum amavam as mulheres” é o primeiro neh?
    O segundo é “A menina que brincava com fogo”?
    O terceiro jah tem no Brasil?

    Ufa, qts perguntas neh?
    heuheuhe
    rsrs

    Ah, jah tah nus favoritos!!
    =D :joy: :joy:

  5. Angelo – São José do Rio Preto - SP – Curioso por natureza, apaixonado pela família, amigos, livros, séries, filmes, viagens e um bom churrasco.
    Ângelo disse:

    Oi Anica,

    Faz anos que costumo dar uma passadinha por aqui pra ver o que você anda lendo e assistindo, (era assíduo no Valinor por um tempo) também estou cadastrado no meia palavra.
    Não sei se você já assistiu, mas esta série saiu em filme, já tem os três, os filmes ficaram muito bons, nunca tinha assistido um filme sueco, adorei.
    Até mais!!!

    1. Oi Ângelo =D

      Só vi o primeiro filme da série, mas gostei. O problema é que aí qdo vc leu os livros não tem ais o fator surpresa que é fundamental para histórias de mistério, né? =S

      (eu não gostei muito do segundo livro, por isso estou me enrolando para conferir os outros filmes hehee)

      =*

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