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Dan: I fell in love with her, Alice.
Alice: Oh, as if you had no choice? There’s a moment, there’s always a moment, “I can do this, I can give into this, or I can resist it”, and I don’t know when your moment was, but I bet there was one.

Do filme Closer.

O que mais me emputece em situações assim é que são aquelas em que simplesmente não se pode fazer nada. Você pode controlar o que sente, mas não pode controlar o que os outros sentem. No máximo, lamentar.

A questão toda não é nem a de a pessoa que está com você resistir ou não. A partir do momento que ela sente por outra pessoa o que deveria sentir por você, não faz muita diferença partir para finalmentes.

Uma de minhas fobias, acredito eu. Enfim, continuo devendo a história a respeito de ladrões, medo do escuro e chaves escondidas embaixo de ursinhos de pelúcia.

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Ontem não teve prova mas a aula da Sandra rendeu absurdamente. Eu não penso duas vezes antes de me matricular em disciplina com ela porque é sempre um deleite a viagem cultural que ela é capaz de fazer durante as aulas.

O fato é que estávamos trabalhando com um texto pentelhérrimo do Frye a respeito dos tipos de Comédia, e eis que quando chegamos no último tipo, a Comédia Irônica, concluímos que esses são os tempos da comédia irônica: parodiamos tudo, rimos de tudo e, como conseqüência, banalizamos tudo.

O exemplo mais cru disso é fazermos piadas a respeito de balas perdidas no Rio de Janeiro. Um outro, citado pela Sandra, é o do quadro do Munch, O Grito. Segundo ela o quadro representaria o horror do Homem ao se reconhecer como agente das barbáries da Guerra. Era algo carregado de sentido, mas que no nosso tempo de paródias virou isso, isso, isso ou isso.

A banalização da Arte, assim como o esvaziamento do sentido das coisas. Pior, a paródia, a repetida paródia. Se for pensar bem, o que há novo de fato nos dias de hoje? Aqui não só no campo da Literatura, que sim, é um dos que mais sofrem com a desculpa da paródia (ou da ‘homenagem’, como diria Mick Jagger). Afinal, tudo que tinha que ser criado já está aí ou esse negócio todo é só uma acomodação mesmo?

Em tempo, fui pesquisar sobre o motivo d’O Grito e achei isso aqui. Não tem nada a ver com o que a Sandra disse, mas como gostei das conclusões a respeito da paródia, resolvi deixar os fatos reais para o fim, he he.

***

Eu ia contar uma história a respeito de ladrões, medo do escuro e chaves escondidas embaixo de ursinhos de pelúcia mas acho que já blablazei demais hoje.