111230677216165224

Ah, finalmente consegui ler Os Filhos da Candinha, do Mario de Andrade!! Estou correndo feito louca atrás dessa reunião de crônicas desde que o Benito comentou de uma em questão, chamada “Esquina”.

Li por causa de uma crônica mas me encantei por todas as outras. São todas atualíssimas, fantásticas. O texto flui deliciosamente, como se ele estivesse falando sobre coisas do cotidiano em uma mesa de bar. Experiência maravilhosa mesmo.

Como não quero encrenca para meu lado, vou respeitar as leis de direitos autorais e postar só um trechinho de “Esquina” aqui. Na verdade é *o* trechinho, já que é justamente o que o Benito comentou na aula e que tanto sentido fez para mim. Não é maravilhoso quando você lê alguém que parece ler seus pensamentos? O Mário me conquistou para todo o sempre com esse livro.

Sem enrolações, segue o trecho:

(…) Gasto mais da metade do meu ordenado em veneno contra as baratas. Vivo sem elas, mas só eu sei o que isto me custa de energia moral. Altas horas, quando venho da noite, há sempre uma, duas baratas ávidas me esperando. Se abro a porta incauto, perdido nos pensamentos insolúveis desta nossa condição, isso elas dão uma corridinha telegráfica, entram e tratam logo de esconder, inatingíveis. Eu sei que, feito de novo o escuro no apartamento, elas irão morrer se banqueteando com os venenos que me custam metade do ordenado. Mas me vem uma saudade melancólica dos meus ordenados inteiros, dos livros que não comprei, dos venenos com que não me banqueteei. Pra dar banquete às baratas. Às vezes me pergunto: por que não mudo desta esquina?…
Mas sempre o meu pensamento indeciso se embaralha, e não distingo bem se é esquina de rua, esquina de mundo. E por tudo, numa como noutra esquina, eu sinto baratas, baratas, exércitos de baratas comendo metade dos orçamentos humanos e só permitindo até o meio, o exercício de nossa humanidade. Não é tanto questão de mudança. Havemos de acabar com as baratas, primeiro.”

111220368178939637

Então, saca o Toby? Poisé.

***

Dia desses estava chocada com o que uma songa monga postou lá no orkut (na verdade, estava chocada com o jeito que ela postou), e aí combinando meus parcos conhecimentos de Lingüística e aberrações como o tal do Cyber Movie, começo a ver coisa nova nessa história toda do “ixcreve axim”.

Então, quando fiz (?!) Latim nós estudávamos o que seria um latim reconstruído, certo? No caso, os lingüistas iam atrás de registros escritos da língua para supor qual seria a pronúncia de determinadas palavras.

Mais ou menos assim: sujeito pega um caderno e vê escrito “caza”, ao invés de “casa”, vê pichado em um muro “quero caza!” ao invés de “quero casa!”, etc. e saca que apesar de escrevermos com ‘s’, a pronúncia é a do ‘z’ na palavra ‘casa’. Sacaram?

Ok, voltando às minhas pirações. Vocês já imaginaram que vergonha se daqui uns séculos as pessoas forem seguir um método semelhante para supor como se falava o Português no Brasil no ano 2000 (-il, -il) e aí concluem que, por exemplo, escrevíamos “assim” mas a pronúncia do ‘ss’ era ‘x’, ou seja, que falávamos como songos mongos?

Cruzes!

Ok, é só pira, hehe.

111211644837184014

Chego em casa e lá está minha irmã (que recentemente descobriu as maravilhas da internet) fuçando uma loja virtual de perfumes. Eu fui dar uma sondada e achei lá no saldão (saldão de perfume importado é uma coisa bizarra, não?) esse aqui:

Eu já conheço esse e não curto muito (tem cheiro de velha, etc.), mas não pude deixar de registrar aqui a história do produto. Não pelo nome, hehe. É que é o tipo de coisa que você lê e pensa “Que mundo louco!”:

Com a quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929, Jean Patou criou a fragrância Joy, para exorcisar a depressão das mulheres ricas da América. Desenvolvido com o mesmo cuidado de um vestido da alta costura, Joy possui uma concentração única de flores raras: 10.600 flores de jasmim e 28 dúzias de rosas são o coração da fragrância.

É isso aí. 10.600 flores de jasmim e 28 dúzias de rosas para as ricas não se sentirem deprimidas com a crise geral. Que desequilíbrio.

111204763939535116

Assim. Eu ia escrever um post citando Fight Club*, falando de como é uma merda você precisar conversar e não ter com quem fazer isso porque as pessoas da sala de jantar estão ocupadas demais com seus próprios problemas, mas seria injusto com o Frank.

Ahn, obrigada, Frank. DE NOVO.

__________________

*Narrator: When people think you`re dying, they really, really listen to you, instead of just…
Marla Singer: – instead of just waiting for their turn to speak?

111201954930679604

(Para ler ouvindo: Concrete Blonde – Mexican Moon)

Se eu encontrasse um Gênio eu pediria:

1. Uma piscina de Fandangos (não que eu goste horrores de Fandangos, mas é uma pira de infância)
2. MUITO dinheiro
3. A chance de recomeçar toda vez que algo desse errado, sem a lembrança do que deu errado.

Bleh.

111193149248238909

(Para ler ouvindo: Franz Ferdinand – Matinee [é só o que escuto desde ontem]).

Em alguns momentos eu esqueço que as coisas na Informaticolândia (como tudo na vida) têm prazo de validade. É, meu monitor foi um grande batalhador durante esses três anos de vida, mas finalmente chegou o momento de visitar o médico. Os tons vermelhos simplesmente não aparecem mais para mim. Tem noção do que é isso para uma pessoa que tem todos os links no blog em #FF0000? Que m*

Isso para não falar que ontem cheguei em casa e meu computador estava infestado de vírus, cortesia das pessoas que mexem aqui quando não estou presente. Não tenho idéia se consegui limpar tudo, mas resolvi que agora é o momento certo de gravar todas as porrinhas dos meus arquivos em cds, antes que algo pior aconteça.

Tipo, “Coelhinho da Páscoa o que trazes pra mim? Problema no monitor, vírus e coisas assim!” Bleh.

Ah, bom.

(Pelo menos ganhei o já tradicional Talento roxo da minha mãe)

111187885648305211

(Para ler ouvindo: Lou Reed – Perfect Day)

Sexta: Frank, Syrah, cebola não ralada, nhoque grudento, molhos mó bons, café com torta de limão, cervejas, videos engraçados, pepino com bolinhas, mais cervejas, menino sem um pedaço do cérebro, sonho.

Frank sugere: nhoque, molho, vinho, cerveja, cu.

Tudo devidamente registrado pela CARAS, é claro. O mais difícil é convencer as pessoas de que eu estava sóbria naquela foto. Aff.

Agora, só para não deixar dúvidas a respeito do que o Frank quer dizer com o “cu”, segue link para O Destino de Miguel. Vale a pena baixar, eu ri horrores, hehe.

(Frank, acredite: estava morrendo de saudades, foi muito bom rever você )

111161289937651340

(Para ler ouvindo: Rolling Stones – Time is on my Side)

***

Eu estava procurando por comerciais dos anos 80 quando achei esse aí. Logo depois, acabei esbarrando em uma página chamada Nostalgia 90. É simples e ainda não tem muito material porque a onda é falar dos anos 80 (já leram o Almanaque Anos 80?).

Enfim, sobre o ‘Nostalgia 90’. Impressionante, é bater os olhos na propaganda de um produto e fazer uma verdadeira viagem no tempo. Como as canetas Playcolor, ou o Frutilly Splod. Ou ainda, a seção O que surgiu, o que sumiu.

Aiai. Eu com meu pé no passado. Cada dia que passa mais me convenço de que deveria ter cursado História.

111159340641543231

Não que eu queira imitar o Kado (que aparentemente nunca ouviu falar de permanent link), mas é que eu precisava deixar registrado. Há uns dias eu tinha encasquetado que existia uma receita de um trequinho de batatinha assada, mas não achava em lugar nenhum. Hoje cedo eu resolvi fazer meio que inventada a coisa, para ver se dava certo. E tipo, deu!

Eu não vou passar a receita com medidas exatas porque eu sempre cozinho na loca, hehe.

Você vai precisar de:

* Batatas (doh!)
* Margarina (eu usei a deliciooosa Doriana Yofresh)
* Creme de leite
* Queijo Ralado
* Cebolinha
* 1 ovo
* sal

Como preparar:

Cozinhe as batatas (sem casca, eu queimei os dedos tentando tirar a casca depois). Amasse as batatas ainda quentes e então misture a margarina e o creme de leite, até formar uma massa homogênea. Coloque o sal, queijo ralado, cebolinha e por último, o ovo e misture bem. Coloque dentro de um saquinho plástico, faça um furinho e distribua pequenas porções da mistura em uma fôrma untada com margarina (tente fazer um formato de suspiro). Não desperdice a Yofresh para untar a fôrma, use uma outra mais ruinzinha. Deixe assar por uns tempos aí, você provavelmente vai sentir a hora certa de tirar do forno, hehe.

Fica assim:

Opinião de quem provou:

Eu mesma: uma delícia, o problema foi a aparência. Faltou pincelar uma gema antes de colocar para assar, e ter um biquinho daqueles de confeiteiro para deixar num formato mais bonitinho.

Minha irmã: parece um cocozinho, mas é muito bom.

O Puck: não quis comer, porque só come carne.

***

Eu ainda não achei a receita certa disso na internet, então também não sei o nome da coisinha. Então por enquanto vou chamar de “Batatinhas da Anica”. Nhó!