111108328668018083

(Para ler ouvindo: Ahn, qualquer coisa. Duvido que vocês leiam hehe)

Então. Comecei a ler outra vez o Teoria da Literatura: Uma Introdução do Terry Eagleton. Eu sei que tenho um porrilhão de coisas da faculdade para ler e não deveria ficar relendo o que já li, hmkay. Mas o fato é que quis ler esse que foi o primeiro livro de Teoria Literária que li na faculdade e sentir o que mudou de 2001 para cá.

(Eu não deveria ficar anunciando em que ano entrei, morro de vergonha, hehe)

Bom, deixando isso de lado, indo para o ponto no qual queria chegar. Eu não sei se foi por descuido ou falta de conhecimento, mas na época sequer dei trela para o que Eagleton escreveu já na introdução (“O que é Literatura?”), e agora quando li novamente fiquei chocada. Segue o trecho:

“(…) Com essa ressalva, a sugestão de que “literatura” é um tipo de escrita altamente valorizada é esclarecedora. Contudo, ela tem uma consqüência bastante devastadora. Significa que podemos abandonar, de uma vez por todas, a ilusão de que a categoria “literatura” é “objetiva”, no sentido de ser eterna e imutável. Qualquer coisa pode ser literatura, e qualquer coisa que é considerada literatura, inalterável e inquestionavelmente – Shakespeare, por exemplo -, pode deixar de sê-lo.”

Isso dá medo. Eu não tenho muita fé na Humanidade e seus juízos de valor. Há toda uma ode à ignorância rolando solta por aí, digamos que um “é bonito ser burro”. Um exemplo, quando aqui no meu blog uma desocupada qualquer veio me chamar de “nerd” porque comentei sobre os Shakespeares que tinha comprado.

“Nerd” como algo pejorativo, incluiu a figura também que eu era “fútil” por comprar esses livros. “Ahh, Anica, dá um desconto! É só uma adolescente”, vocês poderiam dizer.

Justamente por isso que perdi a fé. Uma adolescente, a geração que vem aí. E ela não é a exceção, é a regra. Do jeito que os valores estão trocados, não levaria muito mais do que cinqüenta anos para que um Vinícius virasse um nada e letras de Charlie Brown Jrs. da vida se transformassem em pura poesia.

Desculpem o blablabla preconceituoso (?), mas é complicado sair da minha esfera ‘nérdica’ e perceber que existe uma maioria imbecil aí fora que não dá valor algum para algo que amo tanto.

Manja filme de zumbi? O mocinho tentando fugir das criaturas a qualquer custo, porque se for mordido virará um deles?

Poisé.