Mama (2013)

Começou de uma indicação da Nina lá no twitter, aí vi o trailer e fiquei morrendo de vontade de assistir. Problema era o de sempre: não vejo filmes de terror com crianças se estiver sozinha desde que o Arthur nasceu (por motivos mais ou menos explicados no post sobre Atividade Paranormal 2). Mas acabou que ontem conseguimos dar uma escapada e fomos ao cinema conferir o filme (que já está nos cinemas nacionais desde o dia 05 deste mês). Com um selinho de qualidade Guillermo de Toro (produtor), acho que não preciso nem dizer que estava com altas expectativas, certo?

E o filme até que respondeu bem. Na questão susto/tensão Mama é realmente muito bom, talvez até por ser uma história de fantasma onde o fantasma não é uma presença sutil, mas na realidade bem física, digamos assim. Já nos minutos que antecedem os créditos iniciais podemos ver a Mama e do que ela é capaz – o diretor (Andy Muschietti) não fica guardando o ouro, e talvez por isso mesmo em determinado momento do filme só com uma risadinha de Lilly você já sente calafrios, porque você já sabe o motivo do riso.

Mas vamos retornar ao ponto de partida, certo? Mama conta a história de duas garotas que foram abandonadas em uma cabana no meio da floresta, e sobrevivem porque são “criadas” por um fantasma que habita o lugar. Quando são finalmente encontradas, ficam sob custódia do tio em uma casa emprestada pelo psicólogo que está cuidando do caso e logo fica evidente que elas não vieram sozinhas daquela cabana: Mama é uma presença constante e, o pior, tem ciúmes das meninas e não permite que outras pessoas se aproximem delas.

Falando desse jeito nem parece tão horrível, eu sei. Mas pense em um fantasma que lembra muito aqueles dos filmes de terror orientais (com os cabelões e o corpo todo desconjuntado) e que pode matar uma pessoa em questão de segundos (e o matar não é “de susto”, é torcendo o pescoço mesmo). Algumas cenas assustam só pela sugestão da presença de Mama, como as em que Annabel está em um cômodo e você consegue ver o quarto das meninas, e percebe que Lilly está brincando com alguém (e você pensa que é a irmã Victoria) mas então a irmã mais velha aparece no mesmo cômodo que Annabel. E se isso assusta, a tensão cresce exponencialmente quando de fato vemos a Mama. Porque né:

‘nuff said

E vai tudo muito bem, mas aí o filme começa a dar algumas derrapadas. Primeiro é com a linha narrativa do Tio Luke. Ok, ele é necessário na história porque é por causa do tio Luke que as meninas vão para a casa e blablabla. Mas aí o cara simplesmente vira a personagem mais inútil de todos os tempos, além do que, a cena em que ele vê o irmão apontando para uma ponte – para que serviu isso? Porque se for pensar bem, ela não ajuda em nada: Annabel descobre por conta própria tudo que tem para saber sobre o fantasma. Achei completamente dispensável e, para piorar, esculhambou um pouco o clímax da história. Eu construiria de um jeito em que ou ele participasse ativamente do processo (como Annabel) ou ele simplesmente não existisse dentro da história.

Outra coisa que ainda não digeri muito bem foi o final. Eu estou meio desacostumada com o estilo Winchester de lidar com fantasmas (só ficava pensando “taca logo fogo nessa caixa aí”), mas dá para sentir que claramente alguém errou a mão ali (e oi, spoilers, então acho melhor pular para o próximo parágrafo caso não tenha visto o filme ainda) porque: 1) presença desnecessária de Luke; 2) Por que Mama resolveu naquele momento matar as meninas, se por cinco anos ela não fez isso? e 3) Por que Mama simplesmente não matou Annabel, já que ela mostrou ao longo do filme que tinha uma facilidade incrível para fazer isso?. Enfim, não é que eu esperasse um final feliz com todos se abraçando e tudo o mais, mas é mais o modo como aquilo foi feito (embora a cena em que o corpo de Mama bate num galho e vira um monte de mariposa tenha ficado visualmente muito bonita).

É assim: não chega a estragar o filme, até porque quando chega no desfecho você já deu uns bons pulos de susto, e eu acho que a intenção de um filme de terror é justamente essa, assustar, certo? E pensando bem, foi um dos melhores filmes de terror (terror mesmo) que vi nos últimos anos. Tudo bem que tenho visto pouco, mas acho que isso de alguma forma deve pesar favoravelmente, certo? Para quem ficou curioso, tem o curta Mamá de 2008 que foi a base do longa. Acho que passa uma boa ideia do filme, até porque tudo o que tem no curta aparece no longa:

3 comentários em “Mama (2013)”

  1. Vi o anúncio do filme no Filmow mas não me interessei em clicar, de imediato. Quando soube que o Del Toro era o produtor, mudei de ideia, assisti o trailer e o curta… Preciso ir assisti-lo antes que saía de exibição ou vire apenas sessão dublada.

    Beijos!

    1. Maura, dependendo da cidade onde você mora é melhor correr mesmo – aqui em Curitiba estou achando um milagre o filme ainda estar em cartaz. Parece que coisa bacana nunca dura muito tempo no cinema =/

  2. Pode comentar 3 anos depois? Eu guardei a indicação e só consegui ver o filme ontem hehehe.
    Achei ok no quesito sustos, não tenho muito medo dessas coisas. Mas concordo com você que o final foi de doer… muito estranho. E o Jaime Lannister só aparece no filme pra dizer que tem ator famoso na história, neh, pq ele aparece 5x no filme todo e nenhuma cena é relevante.
    Sempre fico pensando em como o caso foi solucionado na prática… teve várias mortes (a tia, o psicólogo, a menina) e eles vão falar pra polícia que foi um fantasma? (sim, me apego a esse tipo de coisa).
    Mas achei divertido.

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