Scott Pilgrim Contra o Mundo

Divertidíssimo. Daquele tipo de filme que mesmo que você já tenha noção que meio que já passou da idade para gostar, ainda assim se diverte do começo ao fim sem culpa alguma. Baseado em uma HQ de Bryan Lee O’Malley, Scott Pilgrim Contra o Mundo mostra o garoto que dá título ao filme combatendo os sete “exes” para ficar com aquela que supostamente seria a garota da sua vida, Ramona Flowers.

Michael Cera acaba interpretando o estilo de personagem que ele tem feito desde sempre, embora eu ache que um pouco menos inocente do que o normal. Scott Pilgrim não é exatamente um garoto bobo, embora o efeito de Ramona sobre ele o deixe meio assim (a cena com ele esperando a entrega da Amazon é impagável). Mas ainda assim, a personagem tem aquele jeito meio loser como as outras de Cera: ele mora com um amigo gay num cubículo na frente da casa em que costumava viver, começou a namorar uma colegial e tem uma banda que ainda busca o sucesso.

A história da batalha de bandas, aliás, lembrou os bons tempos dos filmes da Sessão da Tarde. Mas ao contrário daqueles nostálgicos filmes, em Scott Pilgrim o ritmo é frenético, a história parece não amornar em momento algum. Somando a isso efeitos especiais, fica como se estivéssemos acompanhando um jogo, com Scott subindo de nível, ganhando moedas quando vence um ex, etc. A ideia do visual de video game foi muito legal, combinou perfeitamente.

A edição também é muito legal. Scott passa de uma loja de discos para a rua (dando a ideia de que o tempo passou) em um piscar de olhos, mas não de um modo abrupto. Considerando que foi adaptado dos quadrinhos, vamos usar as HQs para explicar: é quase como se a personagem continuasse na mesma posição, e o que mudasse fosse apenas o fundo de um quadro para outro. Enfim, tem que ver para entender melhor, mas caiu bem para manter o ritmo da história.

A trilha sonora também é excelente. Mesmo que a maior parte das músicas que embalem o filme sejam da banda de Scott e tenham letras meio abobalhadas, o ritmo é muito legal, rock mesmo. E talvez justamente por ser a banda de Scott acabe casando tão bem com o filme, dando o tom em cenas de luta (como o confronto com os guarda-costas de Gideon, por exemplo). Não é o tipo de música que me faria comprar um cd, mas que valeu mesmo para o filme.

E a história em si se for pensar não é tão bobinha assim. É uma metáfora meio escancarada, mas ainda assim lida com um problema real no início de qualquer relacionamento, o passado das pessoas, a “bagagem”, digamos assim. Extrapola um pouco a ideia de que “ex bom é ex morto”, digamos assim. É um jeito divertido de falar de uma situação que eventualmente todo mundo já teve que enfrentar.

Gostei bastante, embora não ao ponto de correr atrás da HQ para ler, a não ser que alguém me diga aquele básico de que o original é muito melhor que a adaptação, completamente diferente, etc.etc.etc. Mas do que eu vi, acho que o filme cumpriu bem o propósito: divertiu um monte, perfeito para relaxar e fechar o dia.

4 comentários em “Scott Pilgrim Contra o Mundo”

  1. Bom, então como uma fã da HQ vou ter que dizer: o original é muito melhor que o filme.

    Não que o filme fuja muito da HQ. O filme é extremamente fiel no que diz respeito a caracterização dos personagens e cenários, assim como as falas (embora MUITAS falas estejam fora de lugar). No geral, o “feeling” é o mesmo da HQ para o filme, até porque os efeitos especiais traduzem perfeitamente as cenas de ação e as cenas cômicas da HQ.

    Entretanto, no filme, (como era de se esperar) é contada somente metade (ou menos) da história da HQ. Muita da história dos personagens e da motivação dos mesmos fica de fora do filme. Então se você se cativou pela história e/ou pelos personagens, recomendo ler a HQ para entender melhor a história. Posso te afirmar com certeza que as risadas são garantidas na HQ tanto quanto no filme. 😀

  2. Simmmmmmmmmmm leia a HQ!! Comprei no original em ingles e ando viciadinha em Scott Pilgrim. O wallpaper do meu PC do trabalho é essa foto aí de cima e a musica do ‘The Clash at the Demonhead’ NAO SAI da minha cabeça.

    E q se dane: te amo Michael Cera (l)

  3. Anica!

    Concordo em muito do que disse sobre o filme – a proposta do paralelo entre o filme e o mundo dos videogames/quadrinhos, o ritmo frenético fazem o filme valer muito a pena. Principalmente pra geeks, haha.

    A princípio também achei a trilha sonora meio boba (acho que não fui a única a rir ao ouvir Ramona), mas, pesquisando, vi que na realidade a trilha sonora foi toda produzida pelo Nigel Godrich e o compositor de Ramona é o Beck. A música tocada por The Clash at the Demonhead foi feita pelo Metric, também.
    Nesse link tem vários detalhes sobre a trilha sonora, faixa por faixa. http://tinyurl.com/2f7w6c
    Uma grande soundtrack pra quem gosta de música indie/alternativa!

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