True Blood S03E09: Everything Is Broken

Quando falei do episódio anterior (Night on the Sun), fiz uma comparação com Crepúsculo (obviamente não aceita pelos odiadores da série da Stephenie Meyer, hehehe). Bom, desta vez, assistindo Everything is Broken (S03E09) em alguns momentos eu tive a nítida sensação que estava vendo uma daquelas novelas do Manoel Carlos, cheia de merchandising social, discutindo estupro, aborto e afins. Seriously, só faltou a gente descobrir que aquele laguinho da Sookie era o Leblon e que o nome dela era Helena.

Assim, eu acho que foi o primeiro episódio da terceira temporada que eu mal via a hora que acabasse. Eu realmente não gostei. Não dá para entender como a série estava indo tão bem, chegando a um dos melhores episódios de todas as temporadas (I Got a Right to Sing the Blues) para então começar a decair. Desse jeito dá até medo de pensar o que serão os três últimos episódios, se bobear vão esculhambar tudo.

Para começar: V-Feds, patético. Vergonha alheia total daquela cena, embora a personagem Nan Flanagan pareceu bem legal, a coisa toda se provou completamente pointless. “Eric, se ferrou, você é nosso bode espiatório.” para depois “Opa, Eric, faz o favor de sumir com o Russell que fica tudo bem”. Blé. E então o Russell observando do telhado e concluindo que estão protegendo aquele que matou Talbot – naquele momento só consegui pensar que estragaram a melhor personagem da temporada, mas calma que já falo mais do Russell.

Quando foca em outras personagens, muito tempo para as subtramas chaaaatas e esquecem coisas como: para onde foi a Deb? E Sophie-Anne, o que está fazendo? Nesse caso eu acho que eles não tinham grana para pagar a Evan Rachel Wood para todos os episódios, hehe. O fato é que ao invés de desenvolver decentemente as consequências dos atos do Eric, ou mesmo a descoberta “do que” é Sookie (wtf o Bill no laguinho, heim) ficamos lá um bom tempo no momento Manoel Carlos (Tara se recuperando do trauma, Arlene num momento O Bebê de Rosemary), a parte do Jason vai de sem graça para extremamente chata (eu não aguento mais aquela Crystal), Jesus e Lafayette não parece chegar a lugar nenhum (será que Jesus é um werejaguar? Única coisa interessante que vejo saindo disso) e hum, é claro que eles tinham que mostrar mais de Sam lidando com a família Buscapé dele, nesse caso o Tommy.

Na margem do mais ou menos ficou ali a Jessica com o Hoyt, que bem, já está meio que se repetindo – até naquela situação de ela mostrar as presas quando fica nervosa. Mas é bonitinho, então ainda não chega a incomodar. Teve a Hadley também, ela será importante para tramas de temporadas futuras, só achei desnecessária a inclusão do piá com poderes iguais ao da Sookie, a relação dela com Sophie-Anne já dava conta do que está por vir, acho.

A combinação dessas duas subtramas só valeu porque acabou rendendo a cena do surto do Sam, completamente impensável para quem lembra do sujeito sempre bonzinho e camarada desde a primeira temporada. Outro momento legal, apesar de afetado por toda aquela parte mal feita do depoimento de Eric, foi a relação dele com a Pam. E aí chegamos aos minutos finais.

Primeiro, Franklin reaparece. Eu juro que fiquei feliz, pensei “ok, isso salva o episódio ruim!”. E lá está ele tocando o horror na Tara, e uou, a moça acaba lembrando os bons momentos do dia da fuga da casa do Russell e reage muito bem para então chegar o Jason e esculhambar tudo. PORRA, JASON! Sério, se o Franklin reaparecer agora vou achar que tem roteirista da Marvel trabalhando em True Blood.

E então temos Russell aparecendo no telejornal. ISSO fez o episódio valer totalmente a pena. Aquele discurso dele com um pedaço da espinha do cara na mão foi ótimo, e a conclusão “Agora vamos para a previsão do tempo. É com você, Tifanny” – simplesmente perfeita. Eu fico aqui pensando que se fosse só o Russell contra os vampiros que querem viver na boa entre os humanos, teria sido muito mais interessante. Acrescentar essa história de vingança do Eric acabou deixando a coisa toda meio rocambolêstica e a consequência só poderia ser aquele momento ridículo do depoimento.

Considerando que esses foram, sei lá, os dois últimos minutos de um episódio de uma hora, sinto muito, o saldo final é negativo. Com alguma sorte foi só uma má fase e para o próximo eles já voltam ao ritmo normal. O que espero que realmente aconteça, já que por enquanto considerando season finale o placar está empatado com um ruim (primeira temporada) e um bom (segunda temporada). Blé.

6 comentários em “True Blood S03E09: Everything Is Broken”

  1. Fábio Kabral – Fábio Kabral é escritor, autor dos romances “Ritos de Passagem” e “O Caçador Cibernético da Rua 13“. Escreve também em seus blogs e redes sociais. Ator formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, estudou Letras na UFRJ e na USP. Um dos fundadores do site “O Lado Negro da Força“. Já trabalhou como ator, dublador, livreiro e analista de mídias sociais. Palestrante de temas relacionados a afrofuturismo, afrocentricidade, candomblé, literatura fantástica, cultura pop e criação literária. Iniciado no candomblé e filho de santo do terreiro “Ilê Oba Às̩e̩ Ogodo“.
    Ka Bral disse:

    Caramba… eu gostei MUITO do episódio!

    Bom, não assisto mesmo novela, então nem fiz comparação.

    Gostei da entrada da Flanagan e todo aquele blá-blá-blá burocrático de política vampírica imbecil; gostei do Eric e Pam se consolando na desgraça; da indiferença dos “figurões” perante o caso, lavando as mãos e mandando o Eric se virar.

    Só eu não acho over as cenas do laguinho? Acho adequado, sei lá. XD

    Hoyt me enche o saco. Preferiria que a Jess pegasse o irmão mané do Sam.

    Deixa o Lafayette se divertir com o enfermeiro lá… se bem que se ele for um licantropo jaguar seria bem interessante, hein?

    Haha, Tara; HAHA, Franklin; achei desnecessário ele voltar pra morrer “de novo” assim tão rápido, mas agora espero que esteja morto mesmo.

    Foda-se a Arlene.

    Foda-se a Crystal.

    HAHAHA, Sam Berserker espancando quase até a morte. ADOREI.

    MWAHAHAHA, Russell. Nem falo nada.

    Olha, a vingança do Eric serviu para fazer o Russell surtar. Achei isso ÓTIMO – personagens insanos não suportam fingir elegância e sutileza por muito tempo, fica aí a verdade.

    Enfim, curti o episódio, nem queria que acabasse. XD

    1. Sobre a parte do Eric concordo com você. Se o Russell não estivesse surtado, não renderia aquele momento na conclusão.

      E acho que minha reação ao que aconteceu com o Franklin foi meio que isso que você falou: para que fazer retornar a personagem para já matar? Por alguns segundos achei que era mais uma alucinação/sonho (já que usaram tanto o truque nessa temporada).

      E o laguinho é brega =P Necessário para o que querem representar, mas brega, hehe

      E eu não vejo novela, mas volta e meia qdo sai novela do manoel carlos os jornais “globais” batem nos temas apresentados na novela, tipo aquela última com os cadeirantes e talz. Tem coisa que por mais que você queira ignorar, acaba tendo contato eventualmente hehehe

  2. nanigga – Fã de Neil Gaiman, Douglas Adams e livros de mistério, fantasia e terror. Viciado em filmes e séries sabe tudo que está passando no momento e queria que seu dia tivesse pelo menos 30 horas pra conseguir absorver tudo que pudesse de cultura pop. Ainda arranja tempo para postar seus desenhos no www.pixeletinta.com.br
    Marco disse:

    Esse episódio foi bem decepcionante. E realmente só houve dois momentos de climáx mesmo: a briga do Sam e o discurso do Russel na TV. Ri muito com o “E agora a previsão do tempo. É com vc Tiffany”.

    Eu até postei no Twitter ontem mas eu achei esse episódio esquisito. Não sei se é porque eu estava com enxaqueca quando assisti, mas achei tudo tão iluminado, mesmo as cenas noturnas, os atores mesmos estavam diferentes. Até a Holly, que tava me-do-nha no episódio anterior, agora parecia menos feia devido a quantidade de luz utilizada. Outro ponto fraco que também envolve luz é que a maioria das cenas foram diurnas. isso me incomodou muito.

    As câmeras, ou filmagem, ou sei lá o termo técnico estavam diferentes, tudo com muita profundidade, os planos não estavam tão fechados no atores. Achei que também causou estranheza.

    Mas o que mais me incomodou realmente foi o melodrama do episódio. True blood meio que perdeu aquela comicidade, aquele nçao se levar a série e virar uma paródia de si mesmo, que estava deixando os episódios anteriores tão legais. Não sei se teve mudança de direção ou roteiro, o que exatamente, mas parece que esse episódio foi muito diferentes dos anteriores.

    Minha esperança é que com a proximidade dos fim o embate Eric x Russell, que agora virou pessoal para ambos os lados, se torne mais interessante. Estou ansioso pra ver agora as reações dos humanos e dos vampiros. Histeria coletiva humana? Alianças malignas do lado dos vampiros pra quem for Team Russell? Se souberem trabalhar isso agora vai ficar bem legal caso estoure uma guerra.

    1. entoncis, a troca de roteirista e diretor de um episódio para outro é bem comum em séries, e rola mesmo em true blood. nesse episódio tem o scott winant como diretor e o alexander woo como roteirista. o que me surpreende é que vendo os episódios em que eles trabalharam anteriormente, alguns são daqueles acima da média. de qualquer forma, ainda acho que nesse não deu certo. eu não reparei a questão da luminosidade (pelo menos não me incomodou tanto qto vc), mas o desenvolvimento da história em si não desceu bem =/

      1. Fábio Kabral – Fábio Kabral é escritor, autor dos romances “Ritos de Passagem” e “O Caçador Cibernético da Rua 13“. Escreve também em seus blogs e redes sociais. Ator formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, estudou Letras na UFRJ e na USP. Um dos fundadores do site “O Lado Negro da Força“. Já trabalhou como ator, dublador, livreiro e analista de mídias sociais. Palestrante de temas relacionados a afrofuturismo, afrocentricidade, candomblé, literatura fantástica, cultura pop e criação literária. Iniciado no candomblé e filho de santo do terreiro “Ilê Oba Às̩e̩ Ogodo“.
        Ka Bral disse:

        Pô, só eu tô curtindo esse troço. Apesar do clímax do s03e06, estou achando decentes os episódios posteriores. A iluminação não me incomodou e eu prefiro mais as cenas noturnas mesmo. Só me irritam os personagens que detesto sempre – Arlene, Hoyt, Crystal, etc, mas fora isso estou apreciando os rumos da estória e aguardo por um desfecho decente. XD

  3. A piração do Russel é adorável, ele está sendo um vilão sensacional. Sentirei MUITA falta dele.

    Quando ele observa o Fangtasia do topo de um prédio com as entranhas do Talbot num pote e o vira em 180º graus para que seu amante falecido pudesse “ver”, rindo maniacamente logo em seguida… é o tipo de cena que seria insuportavelmente brega com QUALQUER outro personagem, as relevamos por ser Russel, hehe.

    Os últimos minutos do episódio foram um tremendo game-changer. Acho, inclusive, que esta foi uma das finalidades de trazerem o Mott de volta: mostrar que, por mais antigo e badass o vampiro seja, ele ainda é vulnerável a armas com a munição apropriada – o outro é permitir à Tara confrontá-lo e “get over it” – tornando a ameaça de organizações como a Fellowship of the Sun muito mais plausível.

    E é impressão minha ou aquela nova garçonete é uma fada/feiticeira? Normal que ela não é. Tampouco Jesus. A série é boa em muitas coisas, mas subtexto não é uma delas, haha.

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