O Melhor Filme de Cada Ano Em Que Estive Viva (III)

E láááá vamos nós para a parte final da minha lista, que vai de 1999 até 2007. Sim, eu estou vivona aqui em 2008, mas estou deixando a data de fora até porque não vi muitas estréias esse ano (lista da vergonha nérdica: Indyana Jones, Homem de Ferro, Batman e devo estar esquecendo de outros).  Fica valendo o que eu colocar naquele meu top10 básico de fim de ano.

Por falar no top10 básico de fim de ano, eu o publico desde 2004, o que significa que terminar essa lista não seria muuuuuito difícil. O problema é que às vezes revendo filmes, ou simplesmente com o tempo mesmo, o que era o melhor filme que eu tinha assistido naquele ano passa a ser um filme muito bom, mas hum, segundão digamos assim. Então por favor, não usem o pesquisar para dizer que sou incoerente com meu gosto, já dou a resposta aqui: sim, eu sou. =P

1999: Magnólia (Magnolia)

Na primeira vez que eu assisti eu dormi no meio, lembro que acordei com os berros da Julianne Moore para o farmacêutico (SHAME ON YOUUUUUUU! SHAME ON YOUUUUU!). Hoje em dia é o tipo de filme que posso ver e rever sem piscar os olhos. Aliás, eu não tenho certeza se foi um dos primeiros do tipo, mas logo depois saíram vários filmes com histórias de pessoas que aparentemente nada tinham em comum sendo costuradas ao longo da história, mas ninguém conseguiu fazer isso tão bem quanto o Paul Thomas Anderson nessa história. É ver a cena do Wise Up para entender.

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2000: Amnésia (Memento)

“Todos nós precisamos de espelhos para lembrarmos quem somos, eu não sou diferente”. O charme da história para algumas pessoas fica por conta do mistério insolúvel sobre o assassinato da esposa do protagonista Leonard Shelby. Para outros, pela forma não convencional da narrativa. Para mim, é o principal, é como para falar de memórias Christopher Nolan usa todos os elementos que tem em mão (incluindo aí a construção da narrativa) para mostrar o que já sabemos: memórias são só uma interpretação, não um registro dos fatos (nas palavras do Shelby).

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2001: A Espinha do Diabo (El Espinazo del Diablo)

De longe uma das melhores histórias de fantasma que já vi no cinema. Não só pelo arremate perfeito entre o início e a conclusão (“O que é um fantasma?”) mas porque quando você vai ao cinema ver filme de fantasma, normalmente isso significa que você quer levar sustos. E não sustos baratos e fáceis, mas aqueles de arrepiar mesmo, certo? É o que acontece com esse filme do Guillermo del Toro. Por causa dele buracos de fechadura são uma das coisas que mais me assustam atualmente hehehe

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2002: Cidade de Deus (Cidade de Deus)

Demorei um monte para assistir a esse filme porque, infelizmente, eu tenho lá um resto de preconceito com cinema nacional e sempre acabo deixando para a fila do “assistir depois”. Mas enfim, eu finalmente assisti. E não é nem pelo blablabla oscarizável do filme, a questão é que é realmente top. Embora os temas favela, drogas, crime, probreza etc. sejam extremamente manjados no Brasil, a história foi contada de um jeito diferente e mais: muito, muito cativante. Tá aí um filme que não deixou a desejar para o que saiu lá fora no mesmo ano (haha, agora pensei numa versão Cidade de Deus da Cell Block Tango).

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2003: Dogville (Dogville)

O pulo do gato aqui é você ficar preso de tal forma à história que a questão da ambientação ter todas as limitações que um palco de teatro tem, você esquece disso e se prende aos acontecimentos. E você vai acompanhando os horrores que a cidade vai fazendo com Grace, até que chega o final (que obviamente não direi aqui =P ) e você está celebrando uma coisa horrível e nem se dá conta. Até por todo esse monte de sensações que o filme provoca, ele não poderia ficar de fora dessa lista.

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2004: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind)

É um dos favoritos de todos os tempos, daqueles que eu decorei falas inteiras e pelo menos uma vez por ano revejo, hehe. A história é tão doce e com personagens daquele tipo que quando acaba o filme você fica com saudades (e eu que achava que só me apegava à personagens de livros, hehe). Se ainda não viu, vá prestando atenção em pequenos detalhes que são deixados como dicas do que aconteceu antes do começo (ok, ficou estranho, mas eu não quero estragar surpresa de ninguém e tal).

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2005: Sin City (Sin City)

Robert Rodriguez é um doido e Planet Terror está aí para comprovar. E eu não se se por ter trabalhado junto com o Frank Miller, ou por eu simplesmente ter ficado menos chata sobre adaptações depois de um tempo, sei que é uma das minhas adaptações favoritas de HQ. Eu fiquei tão, mas tão empolgada com o filme que cheguei a escrever um top5 de porque ele era o filme mais cool do semestre (e agora, do ano!).

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2006: Boa Noite e Boa Sorte (Good Night, and Good Luck)

Não tinha lido nada sobre ele, acabei vendo só porque estava bem cotado para o Oscar e nós estávamos com a mania de ver todos os “bem cotados” para fazer o bolão e tudo o mais. Enfim, foi uma ótima surpresa. A forma como se constrói uma crítica aos acontecimentos atuais usando uma história de outros tempos é fantástica. Cheguei a falar sobre isso aqui no Hellfire, lembrando do Miller com a peça As Bruxas de Salem. Imperdível mesmo.

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2007: Onde os fracos não têm vez (No Country for Old Men)

Ok, já que o que vale é o ano do IMDb, então Stranger than Fiction fica de fora e dá lugar para esse filme genial dos irmãos Coen. Merece um lugar até por ter criado um dos vilões mais fodas de todos os tempos, o Chigurh (interpretado por Javier Bardem). É aquela história: se só ao ver um sinal que indica a presença do vilão já é o suficiente para levar a tensão da cena lá para o alto, imagina a personagem que eles não fizeram. Isso para não falar do ótimo momento com o Woody Harrelson, como Wells, em um dos diálogos mais legais que vi nos últimos tempos.

Então, com esse eu fecho minha listinha. O Phantom Lord está fazendo a dele aqui nos comentários mesmo, mas fica aí a dica para vocês escreverem em seus blogs também. Dá trabalho, não dá dinheiro, mas wtf, pelo menos é divertido.

4 comentários em “O Melhor Filme de Cada Ano Em Que Estive Viva (III)”

  1. olá

    eu também fiz uma pequena lista

    E ah, a espinha do diabo é um filmão; você acredita que assistia 1º vez no SBT.

    Nunca masi Largo um filme do Guilherme del Toro, e esse ano ainda tem a estréia do Helboy. hehehehe

  2. Esta última parte da sua lista só veio me lembrar novamente que preciso assistir Dogville.
    E concordo plenamente com você Ana,Brilho Eterno…também é um dos meus favoritos de sempre,provavelmente seria Top 10 de todos os tempos.

    Terminando minha lista:

    1999:Toy Story 2(John Lasseter)
    2000:Amores Brutos(Alejandro González Iñárritu)
    2001:Donnie Darko(Richard Kelly)
    2002:Adaptação(Spike Jonze)
    2003:Kill Bill(Quentin Tarantino)
    2004:Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças(Michel Gondry)
    2005:Marcas da Violência(David Cronenberg)
    2006:Perfume:A História de um Assassino(Tom Tykwer)
    2007:Sangue Negro(Paul Thomas Anderson)

    Foi bem divertido fazer estas listas,mas ao mesmo tempo me deixou bastante angustiado,pois ao fazer a pesquisa dos anos,percebi a grande quantidade de filmes que ainda não vi e que gostaria de ter visto.
    Enfim,ficou uma lista enorme de títulos a serem vistos,espero diminui-la em breve.

  3. Dessa última parte eu conheço pouquíssimo, assisti apenas o “Boa Noite e Boa Sorte”, e achei legal, tem um clima bem opressivo, com aquela perseguição paranóica dos norte-americanos contra os supostos simpatizantes do comunismo. É um filme com muito conteúdo.
    Até mais.

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