Dilema musical

A pessoa que tenha lido meu perfil aqui no blog deve lembrar de um dos meus desejos mais profundos (ó, ó!), que consiste, basicamente, em “assistir Chico Buarque ao vivo antes que ele bata as botas“. Eis que estou lá, no busão, toda serelepe e feliz (mentira, no ônibus estou sempre ranzinza, mas enfim)… eis que vejo na rua um anúncio de show do Chico Buarque :susto:

Siiiiiiiim, eu finalmente terei a oportunidade. La la la la, alegria, alegria. Mas eis que vem a hora da brecinha. Chico, que nem é estranja, vai cobrar 280 realitos por cabeça para fazer a banda passar (cantando coisas de amor, la la la). Repito: 280 reais, 140 reais a meia entrada. Aí entra naquela coisa: pagar CARO para correr o risco do cara só tocar música do cd novo (que eu nem ouvi direito) e não tocar nenhuma das minhas favoritas? Ah, não. Dá licença, vou ali na livraria torrar 140 reais no super combo Zadig, Pigmaleão,Orgulho e Preconceito, Flush Memórias de um Cão, Uma Longa Queda e Esperando Godot, sim? Obrigada.

O problema nem é tanto sobre “o que se pode comprar com o preço do ingresso”. É ver que, quando o pessoal da indústria fonográfica alertou que a pirataria e conseqüentemente a queda das vendas de CD faria com que os artistas buscassem novas maneiras de terem o trabalho “pago”, eles não estavam brincando…
Só não precisava meter a faca, ô Chi-co!

10 comentários em “Dilema musical”

  1. Mas um show internacional, por exemplo, de uma banda vinda lá dos cafundos da alemanha está mais barato do que o chico. Mas ele sempre cobrou isso, não foi?

  2. O Show em São Paulo foi satisfatório, ele tocou todas as que eu queria. E seu medo é real, porque ele toca todas as músicas do novo cd no show. Mesmo assim vale a pena para ouvir: A Rita, Samba do Grande Amor, Sem Compromisso, Deixa a Menina, Sambando no Toró, entre outras. Ver ele de perto é o que vale mesmo.

  3. Eu quase paguei R$160 em 2 entradas para um show da Maria Rita que teve aqui ano passado, mas foi um caso especial.

    Especial por que música de qualidade NUNCA vem tocar por aqui.

  4. preços abusivos em shows sempre existiram no brasil. alias, pratica constante.
    só que estão usando de desculpa a pirataria para meter a faca mais fundo ainda.
    daqui a pouco é a flutuação da bolsa.

  5. Olá, Anica!
    A interface do seu blog é surrealista. E o seu avatar sugere meiguice, ao contrário de “estranheza”.
    Por ventura, seria delírio meu afirmar que além de dois gatos dependurados há outra imagem?
    Cheguei ao se blog após uma pesquisa, no Google, sobre Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos.
    Sucesso!
    Emmanuel

  6. zuleica – Vinte e tantos anos foi assim, minguados fins-de-semana para encontros pessoais. Os livros, jornais e revistas eram os dedicados amigos substitutos, dispostos a me acompanhar sem queixas à qualquer lugar. Os fins-de-semana agora estam mais extensos, estou mais disponível, mas mantenho em parte o hábito e não desejo modificá-lo. Por isso Veríssimo, para mim, é íntimo. David Coimbra, indispensável. Carnegie meu conselheiro. Lowen, Estés, Gibran, Bonder, Verne, Clark, Andrews, A. Rochais e outros são parceiros na mesa de debates que existe em meu mundo mental e emocional. Recorro a eles ao tomar decisões, em busca de inspiração, afinal “amigos assim” se pode ocupar tranqüila e serenamente. Neste espaço compartilho com você as pérolas desta convivência. Confira e opine
    Kuinzytao disse:

    É doloroso! Nada melhor que assistir ao vivo. Ri com seu post, mas aquele riso triste 🙁 Faz tempo que faço o mesmo. Percorro a lista dos livros, esfrego as mãos, caminho impaciente, volto, passo a mão na testa e no final resisto a tentação de ir ao show, compro os livros. O pessoal por aqui (RS) diz que é desculpa de intelectual – não é não, senão não doia.

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