Vida e arte

Eu não cheguei a assistir aquele filme como a Gwyneth Paltrow (edeusabençoe o ctrl c), então não posso dizer se é uma boa fonte para ficar sabendo um pouco mais sobre a vida da Sylvia Plath – que hoje eu apresentei para a Sol, e resolvi comentar aqui com vocês também. Na verdade, acredito que ela seja mais um daqueles casos injustiçados de vida sobrepondo carreira: você fala de Sylvia Plath e a pessoa ligada nas Caras literárias diz “Ahhh, sim. Aquela que deu o leitinho para as crianças, ligou o gás do fogão e se matou, né?”

Sim, ela se suicidou, e a idéia do suicídio aparece em alguns poemas – o que colabora na interpretação de alguns trabalhos. Mas reduzir o que ela escreveu a isso, ou ao fim do casamento com Ted Hughes, é bobagem.

É o mesmo tipo de bobagem que faz com que as pessoas peguem O Retrato de Dorian Gray do Wilde, por exemplo, e vejam ali a história dele e do Bosie (uma quantidade absurda de leitores traça esse paralelo: Lord Henry seria Wilde, e Dorian seria Bosie). Não tem nada a ver, mas mesmo assim as pessoas perpetuam o erro, como se a leitura por si só não bastasse, e só um autor com muito escândalo seria um autor bom.

Voltando à Plath, se você AINDA quer saber mais sobre ela do que a obra dela, clica aqui. Mas se você quer dar uma conferida em uns poemas MUITO bons, clica aqui. E termino o post com um Poetry from the Strange, que faz tempo que eu não faço :dente:

I thought that I could not be hurt

I thought that I could not be hurt;
I thought that I must surely be
impervious to suffering-
immune to pain
or agony.

My world was warm with April sun
my thoughts were spangled green and gold;
my soul filled up with joy, yet
felt the sharp, sweet pain that only joy
can hold.

My spirit soared above the gulls
that, swooping breathlessly so high
o’erhead, now seem to to brush their whir-
ring wings against the blue roof of
the sky.

(How frail the human heart must be-
a throbbing pulse, a trembling thing-
a fragile, shining instrument
of crystal, which can either weep,
or sing.)

Then, suddenly my world turned gray,
and darkness wiped aside my joy.
A dull and aching void was left
where careless hands had reached out to
destroy

my silver web of happiness.
The hands then stopped in wonderment,
for, loving me, they wept to see
the tattered ruins of my firma-
ment

(How frail the human heart must be-
a mirrored pool of thought. So deep
and tremulous an instrument
of glass that it can either sing,
or weep).

9 comentários em “Vida e arte”

  1. O que tem de gente que sofre com esse tipo de coisa não é brincadeira. A maioria das pessoas “marca” a vida de alguem por alguns poucos atos e deixa o resto de lado, perdendo muita coisa interessante simplesmente por não saber distinguir as coisas..

Deixe um comentário para Fabiano Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.