É assim que você a perde (Junot Díaz)

É-Assim-Que-Você-A-Perde-Junot-DíazEu começo com um aviso porque não quero passar uma impressão errada sobre É assim que você a perde, de Junot Díaz. Vamos lá: eu gostei da obra. Há algo na prosa de Díaz que te faz não querer largar o livro, quase como se fosse abandonar alguém no meio de uma conversa, não sei. Mas há algo que me incomodou nos nove contos do escritor (do que falarei mais para frente), e além disso, a verdade é que eu ouvia tanto elogio sobre o cara, especialmente por causa de A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao, que não dá para deixar de pensar que talvez eu tenha escolhido o livro errado para meu primeiro contato com Díaz. Mas ok, vejamos se eu consigo explicar meus incômodos, ou de como apesar desses, ainda assim chego aqui e digo que gostei do livro.

Como já mencionado, É assim que você a perde é uma coletânea de nove contos. Abre com uma epígrafe linda, citando Sandra Cisneros:

Tudo bem, a nossa relação não deu certo e, para ser sincera, nem todas as lembranças são boas.

Mas até que tivemos momentos felizes.

O amor foi legal. Adorei seu sono irrequieto ao meu lado e nunca sonhei com medo.

Deveria haver estrelas para grandes guerras como a nossa.

A epígrafe e o título do livro apontam para o tema principal dos contos, a unidade da coletânea: rompimentos. Certo? Não, calma. Há rompimentos, vários rompimentos, mas não pense que é só sobre isso, ou que segue o estilo comédia romântica de Hollywood, com o mocinho tendo um momento de iluminação e correndo atrás da mocinha para implorar perdão e que fiquem juntos novamente. Díaz finca os pés na realidade, e ao falar desses rompimentos, prefere partir para a pancada seca do que normalmente acontece do que um retrato falso das histórias de amor.

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