X-Men: First Class

Tem três meses que não assisto filme algum (o último foi o ótim Meia Noite em Paris). E bem, eu poderia dizer que é porque agora sou mãe e tenho filho para cuidar, mas a verdade é que o Tuco é um anjo que me dá tempo para minhas coisas (tanto que assisto minhas séries e leio meus livros na boa). Mas aí vem o cinema e eu vejo as opções das novidades e bleargh, não dá vontade alguma de assistir. E vou dizer na maior cara de pau que a vida não está fácil para quem costumava piratear, não. Você tem que esperar um bom tempo até que chegue uma versão de qualidade para ver. E aí no final das contas tudo vai ficando para depois e eu não assisto nadica.

Mas então chegou uma versão boa de X-Men: First Class e eu fui lá matar minha curiosidade mórbida. Porque né, pelo menos considerando imagens da produção, sinopse e afins, não dava para pensar de forma muito positiva sobre o que viria ali. Entretanto, me conte: você tem horror a sangue, vai gastar minutos preciosos da sua vida com filme de horror só para falar mal depois? Não né. Aí vale o mesmo par aos fãs xiitas de x-men. Não adianta dizer qual era a primeira formação do grupo, que algumas situações ali seriam improváveis nas HQs, etc. etc. etc. O que você pode fazer é pensar que trata-se de um “E se…” versão cinematográfica e se divertir. Foi o que eu fiz.

Gostei de ver um Xavier jovem e pegador, confesso. Ok, eu tinha vontade de rir toda vez que o James McAvoy fazia aquela expressão para mostrar que estava usando os poderes telepáticos, mas curti. Curti ainda mais o Magneto, embora a personagem fique meio cansativa com aquela sede de vingança ali para a metade do filme. De qualquer modo, a dupla funciona e foi uma pena que não tiveram mais tempo para mostar momentos de camaradagem dos dois.

Por falar em tempo, também uma pena que o filme não tinha o suficiente para mostrar um desenvolvimento gradual das outras personagens, como o Alex e mesmo o Fera após usar a fórmula e ficar azul. Tudo muito rápido, episódico, e acaba que não tem lá muita unidade, embora eles formem uma equipe. Tanto que na hora que o Magneto chama a galera para o lado dele, você fica lá pensando que pelo menos mais dois do grupo do Xavier provavelmente iriam para aquele lado.

E aí teve a Emma Frost, que foi uma decepção julgando o potencial da personagem e da atriz, January Jones. Ficou de mulézinha do Shaw, em alguns momentos parecia que era a Betty Draper do Mad Men em uma versão com menos roupas. Gente, a Emma é FODA. Vocês conseguiram tirar toda a fodelância dela fazendo uma mulher doce e meiga que por acaso é vilã. Fala sério. Mas tudo bem, um dia, quem sabe um diaaaa alguém terá culhões de fazer um filme baseado na saga da Fênix Negra e aí aparece uma Emma melhor. Vá saber.

Ok, eu disse que era para me divertir e só meti o pau. Mas verdade seja dita, se você deixar essas implicâncias de fã de lado e lembrar que é entretenimento, X-Men: First Class é bem legal. Tem aquela pegada de filme que exibem na Tela Quente mas logo depois reprisa ad infinitum na Sessão da Tarde, saca? Leve, divertido e até bem inocente, vale a pena assistir, mesmo que você termine o filme e fique xingando muito sobre o que fizeram com suas personagens favoritas, hehe.

Em tempo: o ponto alto do filme é a cena do Wolverine.

4 comentários em “X-Men: First Class”

  1. Fábio Kabral – Fábio Kabral é escritor, autor dos romances “Ritos de Passagem” e “O Caçador Cibernético da Rua 13“. Escreve também em seus blogs e redes sociais. Ator formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, estudou Letras na UFRJ e na USP. Um dos fundadores do site “O Lado Negro da Força“. Já trabalhou como ator, dublador, livreiro e analista de mídias sociais. Palestrante de temas relacionados a afrofuturismo, afrocentricidade, candomblé, literatura fantástica, cultura pop e criação literária. Iniciado no candomblé e filho de santo do terreiro “Ilê Oba Às̩e̩ Ogodo“.
    Cabral disse:

    É um filme divertido… e só. É um “E se…” cinematográfico mesmo. Essa Xavier ficou muito legal, essa Rainha Branca ficou ridícula, o Shaw eu nem comento. O resto ficou… ok. É.

    Aff… quando farão um filme digno dos X-Men? Resposta: quando a Fox largar o osso e devolver os direitos para a Marvel Studios… o que só vai acontecer quando eu estiver bem velho.

  2. pode ser um pouco de nostalgia mas eu lembro de ter gostado bastante do primeiro filme. o problema é que sempre fica aquele gosto de “podia ter personagem x, o personagem y não é assim” etc.

    mas eu sonho com um filme com a saga da fênix negra. e aí com uma atriz bacanuda para ser a fênix. =F

  3. Fábio Kabral – Fábio Kabral é escritor, autor dos romances “Ritos de Passagem” e “O Caçador Cibernético da Rua 13“. Escreve também em seus blogs e redes sociais. Ator formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, estudou Letras na UFRJ e na USP. Um dos fundadores do site “O Lado Negro da Força“. Já trabalhou como ator, dublador, livreiro e analista de mídias sociais. Palestrante de temas relacionados a afrofuturismo, afrocentricidade, candomblé, literatura fantástica, cultura pop e criação literária. Iniciado no candomblé e filho de santo do terreiro “Ilê Oba Às̩e̩ Ogodo“.
    Cabral disse:

    Na real, gostei do primeiro e ADOREI o segundo. O terceiro foi uma decepção, embora eu tenha gostado das cenas de ação… mas eles erraram em abordar no mesmo filme dois temas que valeriam até por dois: a “cura” mutante e a Fênix Negra.

    Vou dizer que achei legal a Fênix Negra do universo do filme ser uma Jean Grey com uma telecinese em nível ômega, mas desde o primeiro filme não curti a atriz.

    Aliás, Wolverine com 1,90 não rola, apesar do suspiro das moças.

    Aliás, Wolverine como personagem central é um problema… que está atingindo níveis perigosos nas hq’s, atualmente.

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