Alma e Sangue: O Pacto dos Vampiros (Nazarethe Fonseca)

O maior problema das séries literárias é que bem, elas são séries. Como tal, por mais que você se divirta em saber um pouco mais das personagens que gostou no primeiro livro, começa então a sentir aquela sensação de que seria melhor parar, antes que a trama desande. Foi o que eu senti ao ler O Pacto dos Vampiros, da brasileira Nazarethe Fonseca. Dando continuidade aos eventos de O Despertar do Vampiro e O Império dos Vampiros, vemos a personagem Kara Ramos enfrentar novos desafios na complicada sociedade vampiresca criada por Fonseca, cheia de regras, proibições e punições.

É preciso adiantar: O Pacto dos Vampiros não é ruim, é talvez o que tem mais ação dos três livros e finalmente resolve o problema com o qual eu implicava, daquela parte dedicada a um flashback bem no clímax da história. Ele ainda conta com pontos bastante favoráveis se comparar com o que tem saído de histórias de vampiros atualmente, como por exemplo o fato de a protagonista não ser uma mocinha indefesa que fica sentadinha esperando seu amor a salvar, ou ainda de a trama principal se sustentar só na melação do amor de uma mortal por um vampiro (a saber, Kara já é uma vampira desde o segundo volume).

Mas… lobisomens?! Aqui é uma questão pessoal, tenho certeza que há um grupo de leitores que vibrará com a notícia de que O Pacto dos Vampiros traz os eternos rivais dos vampiros, os lobisomens. Mas de todos os livros de apelo sobrenatural que li nos últimos tempos (como a série Anita Blake ou série Sookie Stackhouse), se tem um tipo de personagem que eu não suporto são os lobisomens. Não gosto dessa coisa de rivalidade, não acho que combinem com o universo vampírico. Não sei explicar exatamente o motivo pelo qual desgosto tanto dos lobinhos, mas a verdade é que só de saber que eles estariam no livro eu já torci o nariz.

E a realidade é que era algo completamente desnecessário no universo de Alma e Sangue, porque Nazerethe Fonseca conseguiu criar uma sociedade vampírica bastante complexa, que por si só já traz uma série de conflitos para a narrativa. E ao lembrar do primeiro livro, com Jan Kman descobrindo tantas coisas sobre o mundo novo ao despertar, fico com a sensação que se a série tivesse tomado o rumo de desenvolver a adaptação de Kman ao novo mundo teria sido um caminho infinitamente melhor do que o do pacto com os lobisomens.

De qualquer forma, como já dito antes, o terceiro livro da série não é ruim – eu é que fiquei extremamente incomodada com a inclusão dos lobisomens. É interessante ver o crescimento de Kara, que é feito de modo que não distorça as principais qualidades da protagonista conforme apresentadas no começo. Também a relação dela com o rei Ariel, que empresta outras cores para a história até porque muito do que eles estão passando está justamente baseada nas regras da sociedade vampírica que eu já mencionei.

Fonseca também continua boa em desfechos, o clímax do terceiro livro é bem surpreendente e, o melhor de tudo, dessa vez não é cortado por um flashback. Muitas personagens novas chegam, criando diversas subtramas e tornando tudo muito maior do que o amor de Kara e Jan. Assim, é óbvio que haverá continuidade, com o quarto livro chegando ainda esse ano. Para os que não se incomodam com lobisomens, provavelmente este será um dos melhores da série. Para mim, o primeiro ainda é meu favorito.

25 comentários em “Alma e Sangue: O Pacto dos Vampiros (Nazarethe Fonseca)”

  1. Ola…
    Estou louca a procura deste livro… lol.. anciosissima… será que poderia me enviar este livro???
    Ficarei muito Grata
    Deixe-me saber se puder ajudar em alguma coisa…
    obrigada!!!
    V.

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