São Bernardo (o livro, não o cachorro)

Nossa! A feira de cursos foi muito legal! A começar por poder fazer o comercial do curso (apaixonada que sou, acho que acabo sendo uma das pessoas mais indicadas, hehe…). Uia, até convenci uma menina que Letras é mais legal que Medicina! Bem, teve mais: passar o dia todo conversando com os professores foi ótimo!

Na verdade foi uma oportunidade para conhecer melhor aqueles que eu via só em sala de aula, saca? Conversei com o Benito, ri um monte com a Sandra, falar de gatos com a Clarissa, Lígia tirando sarro da nossa cara porque ficamos babando no menino de Engenharia Elétrica… Muito bom.

Eu estava louca de vontade de voltar lá amanhã e domingo. Máááás… siiiim, dessa vez eu vou sair do Paraná. Para falar bem a verdade eu nem acredito ainda, mas tá. Dessa vez eu vou.

Pasqualinni e Dan, né Jô?

***

Eu comecei a ler Serafim Ponte Grande, do Oswald de Andrade. Veio em bom momento o livro, acabei o Restaurante no Fim do Universo e o São Bernardo.

Sobre o primeiro, é hilário e quero comentar alguns pontos, mas deixo para outra oportunidade. Acho que esse é o mal de não escrever todo dia, os assuntos de acumulam, hehe.

De qualquer forma, quero falar um tico sobre São Bernardo, porque estou muito impressionada. Eu já conhecia outro trabalho do Graciliano Ramos, o Angústia. Mas a experiência com São Bernardo foi algo completamente diferente do que eu esperava.

Graciliano trabalha tão bem seu personagem narrador, que faz com que a obra seja um reflexo das ações do mesmo. A narrativa é concisa, precisa, de linguagem simples. Tal como Paulo Honório, que me fez lembrar muito uma pessoa mas isso já é outro assunto.

O mais bacana ainda em São Bernardo é a crítica sutil (e ao mesmo tempo evidente) é burguesia. O personagem, de acostumado com as negociações envolvendo sua propriedade, acredita que da mesma forma pode ter uma pessoa. São diversos signos deixados como pistas, que saltam aos olhos sem nem precisar de uma leitura mais atenta.

É simplesmente fantástico, e tao cheio de detalhes que merece ser lido. E, ao contrário do que as pessoas que têm preconceito com relação à Literatura Brasileira insistem em afirmar, não é exatamente um livro difícil. Só pode ser considerado difícil por aqueles que têm preguiça de ler, pensar e tirar suas próprias conclusões de uma leitura.

O inferno é saber que essas pessoas são a maioria.

2 comentários em “São Bernardo (o livro, não o cachorro)”

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