12 anos de escravidão (12 Years A Slave, 2013)

o-12-YEARS-A-SLAVE-POSTER-570Como acontece com esses filmes em temporada de premiação, já tinha ouvido falar bastante sobre 12 anos de escravidãoFalaram que era o filme definitivo sobre os horrores da escravidão e que, justamente por isso, era bastante difícil de assistir. Não por ser um daqueles filmes obscuros com significados ocultos, simplesmente pelo que faria você sentir. Eu não posso falar nada sobre ser definitivo ou não porque, assumindo aqui, assisti pouco ou nada de histórias semelhantes. Mas concordo sobre como ele te faz sentir. Não é fácil, ainda mais se for pensar que aquele é apenas um recorte, e que existiram milhares e milhares de Solomons e Patseys não só nos Estados Unidos, mas aqui também – onde o horror de apagar a identidade de uma pessoa e coisificá-la também aconteceu.

O filme é baseado em um relato real de Solomon Northup (interpretado por Chiwetel Ejiofor), nascido livre e que vivia bem com mulher e filhos em Nova York, até que em uma noite foi sequestrado e vendido como escravo. Não há muita informação sobre o passado de Northup, mas a noção que se tem é que vive de sua música e é respeitado em sua região. Mas, após o sequestro, começa o período de sofrimento da personagem. Eu sei que parece ser pior se pensarmos que ele ocupava uma posição de relativo prestígio dentro da sociedade, mas calma, não se apresse. Apesar de um caso atípico (se considerarmos que a maior parte dos escravos era de pessoas que só tiveram a oportunidade de se dizer livres enquanto estavam em sua terra natal), a história de Northup revela um processo vivido por todos os escravos. É embarcar nesse pesadelo em que nada que você fale vale como verdade, a entrada em uma realidade distorcida em que você é pouco a pouco despido de de sua identidade e transformado em coisa.  

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