Tropa de Elite (e o fazer o certo)

tropadeelite.jpgOk, eu finalmente faço parte do grupo daqueles que assistiram ao filme Tropa de Elite. Eu sinceramente estava até com um pé atrás para ver o filme, porque achava que acabaria me decepcionando. Mas vi e não me decepcionei, é realmente muito bom. E dói ter que concordar, mas é bom principalmente pela razão que a Veja estampa na capa daquela edição que comentei dias atrás: bandido é tratado como bandido.

O que acontece é que mesmo um cara truculento como o Capitão Nascimento, que diante qualquer pessoa de “consciência social” pensaria tratar-se de um verdadeiro vilão, vira então um herói. Herói porque acredita basicamente em fazer o certo.

Não é exatamente uma escolha fácil, o fazer o certo. Porque a questão não gira só em torno de alimentar o sistema corrupto do tráfico de drogas achando que sua droguinha diária não influenciará em nada. O fazer o certo é a ausência de corrupção, a ausência de “jeitinho”. E já estamos há tanto tempo nessa vida de jeito que o retorno para essa ausência implica em abrir mão de muita coisa que já achamos comuns.

De qualquer modo, o filme tem méritos não só por levantar questões como essa, mas por ser um prato cheio do que o Umberto Eco fala em Seis Passeios no Bosque da Ficção, sobre você poder recortar uma obra (literária, cinematográfica ou o que for) e aplicá-la à qualquer contexto. Basicamente as frases que estão na boca do povo e que tanto estavam me irritando porque eu era a única que não entendia do que estavam falando, hehe. PEDE PRA SAIR, PEDE PRA SAIR!!

(Juro que fiquei morrendo de vontade de usar o método da granada com aluno que dormisse em sala de aula…) 

4 comentários em “Tropa de Elite (e o fazer o certo)”

  1. Aqui no aeroporto de BSB, pegou tanto o “pede para sair”, que quando alguém pede ajuda no motorola (aquele radinho que a gente sempre usa), sempre algum engraçadinho solta antes “PEDE PRA SAIR! PEDE PARA SAIR”

  2. Na minha sala, o que o professor fez foi levar um copo – daqueles de plástico – cheio de café quente. Mas ninguém deu por isso, afinal, era primeira aula, quando ninguém se importa com muita coisa. Então quando inevitavelmente um dormiu, o professor o acordou, mandou erguer o braço e, buscando o copinho, deu na mão do aluno e fez a citação com as devidas alterações.
    Naturalmente, a turma adorou, e o piá riu bebeu o café e ficou de boa, acordado.

  3. Eu fui num casamento sábado e sempre que alguem dava um bocejo, alguem já emendava com um “Capitão, o Sr 25 está dormindo”.

  4. zuleica – Vinte e tantos anos foi assim, minguados fins-de-semana para encontros pessoais. Os livros, jornais e revistas eram os dedicados amigos substitutos, dispostos a me acompanhar sem queixas à qualquer lugar. Os fins-de-semana agora estam mais extensos, estou mais disponível, mas mantenho em parte o hábito e não desejo modificá-lo. Por isso Veríssimo, para mim, é íntimo. David Coimbra, indispensável. Carnegie meu conselheiro. Lowen, Estés, Gibran, Bonder, Verne, Clark, Andrews, A. Rochais e outros são parceiros na mesa de debates que existe em meu mundo mental e emocional. Recorro a eles ao tomar decisões, em busca de inspiração, afinal “amigos assim” se pode ocupar tranqüila e serenamente. Neste espaço compartilho com você as pérolas desta convivência. Confira e opine
    kuinzytao disse:

    […]E já estamos há tanto tempo nessa vida de jeito que o retorno para essa ausência implica em abrir mão de muita coisa que já achamos comuns.[…]
    Também sinto assim. Vai para a minha lista de compras “Seis passeios…”

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