Poeirinha básica

Como os mais assíduos devem saber, há uns dois anos que eu faço uma Filmes que tenho vergonha de não ter assistido ainda. A maioria dos títulos são clássicos do cinema, dos quais muito se fala. Se fosse só pelo que falam, eu até nem chegaria no ponto da ‘vergonha’. Mas invariavelmente, quando corto assisto um filme dessa lista, penso CARACA, POR QUE DIABOS NÃO VI ISSO ANTES E GASTEI MEU DINHEIRO COM TOMB RAIDER, VELOZES E FURIOSOS E VAN HELSING?!!

Não que Cinema só valha a pena quando é inteligente, bem feito e bem, arte de fato. Eu gosto do entretenimento também. Mas que dá um peso na consciência ter passado tantos anos sem ver alguns filmes, dá. Por isso elaborei um top 5 especial esse mês, é o top5…

POR QUE DIABOS NÃO VI ISSO ANTES??
5. Solaris (Solyaris/1972)

Na verdade eu só ouvi falar desse filme em dois momentos: quando saiu aquela versão nova com o George Clooney mostrando o traseiro, e quando em um episódio de Felicity a Julie estava saindo com um cinéfilo que fez ela assistir o tal do filme e bem, ela dormiu no meio. Além disso, tinha as diversas insistências do senhor meu quase marido, o Fábio.

Por conta dessas insistências acabamos assistindo em um domingo qualquer essa versão do Tarkovsky. Não sei se o fato de já ter assistindo outro filme dele colaborou (Tarkovsky tem fama de fazer filmes ‘lentos’ e ‘difíceis’), mas a verdade é que fiquei abobalhada com o filme. Então, se você tem medo de achar o filme boooooooring saiba desde já: não, não é. E vale muito a pena.

4. Um Corpo que Cai (Vertigo/1958)

Honestamente, não sei por qual motivo não vi esse filme antes. Eu gosto de Hitchcock, tanto que já vi alguns filmes dele que não costumam ser muito comentados, como por exemplo Rebbeca. De qualquer forma, passaram cerca de 24 anos até que eu pudesse conferir James Stewart contracenando com Kim Novak, nesse que virou meu filme preferido do gênero.

Hitchcock é gênio em fazer reviravoltas surpreendentes (e que não subestimam a inteligência de quem está assistindo ao filme). Mas nesse filme ele se supera, vai muito além. E só pelos culhões que ele teve de fazer AQUELE final NAQUELA época (hehe, sem spoilers!), já é bom o suficiente para estar nesse top5.

crepúsculo3. Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd./1950)

Billy Wilder é um gênio, Gloria Swanson é espetacular. E essa história que marca a decadência de uma era de ouro do cinema é simplesmente perfeita, em todos os sentidos. Não só pelo modo como foi filmada, pelas atuações ou o roteiro impecável (como momentos memoráveis como “I *am* big. It’s the *pictures* that got small.” , mas porque é o tipo de trabalho que dá o título de ‘arte’ para o cinema.

É realmente maravilhoso. Na verdade, sinto que preciso assistir novamente (aliás, eu sei que um filme é bom quando eu não só QUERO assistir novamente como não durmo enquanto estou assistindo pela segunda vez, he he).

2. A Malvada (All About Eve/1950)

Sempre quis assistir esse filme porque a tal da Eve é barbada em qualquer lista de maiores vilões do cinema, na frente de gente conhecidíssima (incluindo o Salieri, hehe). E eu pensava “Caramba, por que será que essa mulher é tão ruim? Será que mata alguém com pó de vidro?” mas no final das contas nunca assistia ao filme.

Eis que finalmente vejo e… caramba, é IMPOSSÍVEL não ODIAR a tal da Eve. E a história é conduzida de um jeito tão legal que você vai percebendo as maldades dela aos poucos, junto com a Margo Channing (que por acaso, eu achava que era a ‘Eve’, vendo a capa do dvd). Mas não é só por ter uma personagem tão… ruim? hehe. O filme é ótimo, cheio de sacadas maravilhosas. Aliás, desnecessário dizer que todos dessa lista tem roteiros totalmente brilhantes, e não os tais dos roteiros com ‘momentos brilhantes’ como vemos hoje em dia, não?

1. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot/1959)

(Caramba, a década de 50 foi mesmo boa, heim?) Enfim, eu não conhecia Billy Wilder, eu não conhecia Marilyn Monroe, eu não conhecia Jack Lemmon e nem o Tony Curtis. Na verdade, eu não conhecia uma comédia realmente boa antes de ver Some Like it Hot (aqui deixando o humor nonsense de Monty Python de lado, é claro!).

O filme é… é… encantador. Não tem outro termo para usar. É leve, é gostoso e tem piadas que hoje em dia beiram à inocência. Mas caraca, é uma jóia. E a Marilyn cantando… ai ai…

10 comentários em “Poeirinha básica”

  1. Já stava sentidno saudades dos tops, então, vamos lá:

    Solaris: eu não assisti, mas um pessoal awere of cinema que eu conheço disse que é bom, inteligênte, blá bá; umdia acabo assistindo.

    Vertigo: eu já dei minha opinião várias vezes sobre Hitchcock, sobre ele cer meu cineasta favorito e tal. O melhor desse filme foi notar, depois da TERCEIRA VEZ QUE ASSISTI, que o filme inteiro é psicologicamente programado pra me eletrizar.

    Sunset Boulevard: é o melhor filme da história. Além de ser todo ginial, tem momentos geniais que conseguem se destacar. A única vez que eu quase morri num filme de emoção foi quando a maravilhosa da Gloria desxeu as escadas, naquela famosa cena, blá lá blá.

    A Malvada: me disseram a lot sobre esse filme, de um modo ou de outro. I must see.

    Quanto mais quente melhor: essa, se não me engano, foi eleita pela Mundo Estranho a melhor comédia da história. Só por isso que eu fiquei ser ver o filme.

    Já Vanelsing nem merece comentário 😮

    já pegou algum dos antigões do Hitch? Digo, “O Pensionista” ou “O Ringe”, por exemplo? Vale a pena.

  2. Vertigo tb tem todo um lance visual bem legal, ele tomou muito cuidado tb com a fotografia, cenografia, figurino e tudo mais, portanto ele é cheio de detalhes, se vc parar p/ prestar atenção vai perceber q além da abertura os cenários estão cheios de mandalas ou coisas q lembre a forma espiral (no hotel tem várias), além da persongem principal sempre vestir cores complementares ao resto do cenário, o filme foi gravado em São Francisco por causa das “subidas e descidas” q a cidade tem (mais “vertigem”), parece q foi ele q descobriu aquele lance da câmera na escadaria da torre (zoom afastando a câmera, alias, parece q aquela torre pegou fogo e etc).

    Não sou cinéfila, mas todos esses detalhes (entre muitos outros) me deixaram impressionada.

  3. SOLARIS é decente, mas um dos piores do Tarkovsky, IMO.

    VERTIGO é o meu segundo Hitchcock preferido, quase empatado com OS PÁSSAROS.

    SUNSET BLVD. é talvez o melhor do Wilder que eu vi (eu até tenho o DVD). Eu também gosto bastante de THE APARTMENT. Não vi o que todo mundo vê em DOUBLE INDEMINITY, no entanto.

    ALL ABOUT EVE eu preciso rever.

    SOME LIKE IT HOT é legal, principalmente a segunda metade, mas é outro do Wilder que eu acho meio superestimado. Talvez ele tenha empalidecido em comparação com os outros filmes de 1959 que eu vi: dois deles estão no meu top 20 de todos os tempos (O MUNDO DE APU e ANATOMIA DE UM CRIME), e ainda tem INTRIGA INTERNACIONAL (outra obra-prima do Hitch), RIO BRAVO (provavelmente o melhor western do Hawks?), OS OLHOS SEM ROSTO, etc.

    É, 59 foi foda.

  4. Eu gostei mais do Some do que do Apartment, embora tenha gostado MUITO do segundo. Acho que Some é sempre lembrado e citado porque é de fato *a* comédia – do jeito que todos adoraríamos que fosse nos tempos de hoje. Não é estupidamente inocente, mas também não parte para o humor escatológico de um American Pie.

    E vc tá doido, velozes e furiosos é ruim pra danar. Van Helsing pelo menos tem os 3s de tanquinho do Jackman :uhu:

  5. SOME LIKE IT HOT tem umas cenas muito sem graça, principalmente na primeira metade. A parte do trem, por exemplo, chega a ser irritante.

    A melhor comédia hollywoodiana clássica é HIS GIRL FRIDAY, do Hawks. A segunda melhor é BRINGING UP BABY, também do Hawks. Aliás, Hawks >>>>>>>> Wilder.

    E qual é o problema com VELOZES E FURIOSOS? “Ruim pra danar”? Pra mim isso soa como reação pré-estabelecida. 🙄

  6. Mas você não pode culpar o filme por isso, certo? Ainda mais dizendo que é “ruim pra danar”.

    “Não faz o meu gênero” seria mais justo e etc. O que você está fazendo é comparável a alguém assistindo um filme do Tarantino e reclamando que “tinha muita violência”. Ou a alguém vendo um show do Metallica e reclamando que “as guitarras estavam muito altas”.

    Tipo, duh.

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