Ó dúvida

Ah, bem. Estou sem o Adobe e aparentemente sem o Outlook também. E como sou uma criatura patética que desconhece o informatiquês, vou pagar um sujeito que entenda disso para dar um jeito no meu pc.

Mas antes disso vou fazer um treco que já deveria ter feito há muito tempo: gravar minha coleção de HQs em cd. Cortesia do Eudes, hehe.

***

Salário no banco e eu aqui pensando com qual livro que vou me presentear:


Catatau do Leminski ou…


Laranja Mecênica do Burgess?

No final das contas eu sou uma pessoa absurdamente fácil de agradar, não? Me dá um livro e você verá uma Anica feliz e saltitante. Ok, eu costumo ficar alegre até com papel de bala, deixa isso quieto.

***

O lance do emprego em São Paulo não rolou mesmo, mas eu meio que já sabia que não ia rolar, senão eu nem teria arriscado. Sabe como é, sou meio medrosa. Mas eu estou bem insatisfeita com esse negócio do Projeto.

Não é nem pelo salário, que pagam atrasadíssimo. Mas… Mas… Eu realmente odeio Inglês. Eu tenho que saber, porque por alguma coincidência bizarra meus escritores preferidos são os de Língua Inglesa. Mas eu não quero continuar ensinando uma coisa pela qual não tenho paixão alguma.

Como vou despertar isso nos meus alunos se eu não sinto? E eu acho fundamental despertar a paixão no aluno, é por isso que insisto tanto em querer dar aulas de Literatura. Porque amo isso, e amo ainda mais falar disso.

Enfim, eu tenho medo de que essa situação “temporária” se prolongue muito. Por isso estou procurando outras coisas (como o lance de São Paulo). Agora achei mais uma coisa diferente, aqui em Curitiba mesmo. Obviamente vou arriscar.

***

Meu ego mandou eu colocar isso aqui:

1 Anica, o que me quereis,
que tanto me enfeitiçais,
uma vez quando cantais,
e outra quando apareceis:
se por matar-me o fazeis,
fazei esse crime atroz
de matar-me sós por sós,
para que eu tenha o socorro,
que vendo, que por vós morro,
viva de morrer por vós.

2 Matar-me eu o sofrerei,
mas sofrei também chegar-me,
que ter asco de matar-me
jamais o consentirei:
fugir, e matar não sei,
Ana, como o conseguis?
mas se a minha sorte o quis,
e vós Ana, o intentais,
n�o podeis matar-me mais,
do que quando me fugis.

3 Chegai, e matai-me já;
mas chegando estou já morto,
causa, que me tem absorto
matar-me, quem não me dá:
chegai, Ana, para cá
para dar-me essa ferida,
porque fugir de corrida,
e matar-me dessa sorte,
se o vejo na minha morte,
o não vi na minha vida.

4 Não sei, que pós foram estes,
que n’alma me derramastes,
não sei, com que me matastes,
não sei, o que me fizestes:
sei, que aqui aparecestes,
e vendo-vos com antolhos,
topei com tantos abrolhos
na vossa dura conquista,
que me tirastes a vista,
e me quebrastes os olhos.

Gregório de Matos

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