A arte perdida de fazer agenda

Ganhei minha primeira agenda em 1993, era uma de capa dura com uma ilustração fofa do Garfield que logo transformei em diário (talvez o que eu mais evite reler, porque quem é que não tem vergonha da sua própria versão aos 12 anos?). Mas a primeira vez que fiz agenda foi no ano seguinte, depois de ganhar uma do Fido Dido de amigo secreto na escola. Era ainda uma mescla, eu escrevia diário, mas começava ali um hábito que seguiu comigo por muitos anos.

Mesmo na época eu já via o ato de “fazer agenda” como uma espécie de registro do tempo que estava vivendo, para além das coisas que contava no diário – letras de música que ouvia, recortes de gibis que eu lia, propagandas legais de revistas, fotos de ídolos, bilhetes de amigos, convites para festas e, depois de uma certa idade, rótulos de bebidas, propagandas de shows e eventos, camisetinhas feitas com caixa de Marlboro. Reabri-las hoje em dia é como abrir uma cápsula do tempo, muita coisa do que tinha lá não existe mais (cinema por R$2,50, por exemplo). É um pouco codificada, um punhado de coisa sem o menor sentido para quem não viveu o momento, como por exemplo: Continue lendo “A arte perdida de fazer agenda”