Constantine (S01E01 e S01E02)

Quando começaram a sair as primeiras notícias sobre a adaptação das histórias de John Constantine para a TV, fiquei um tanto descrente de que o projeto realmente daria em algo. Aquela coisa de gato escaldado – ouço boatos sobre adaptação de Sandman para a TV há anos, então acabou que senti que seria só mais um caso de muito barulho por nada.

E então veio o nome do ator escolhido, Matt Ryan (who??). Depois vazou essa imagem dele já caracterizado:

constantine

E eu fiquei bem empolgada porque, convenhamos, ficou perfeito (ainda mais quando você pensa em Constantine, fecha os olhos e salta uma imagem do Keanu Reeves hehe).  O negócio é que mesmo com essa imagem ainda não tinha certeza de que a série realmente aconteceria (sim, sou bem cética sobre meus personagens do coração finalmente chegando às telas). E então apareceu um trailer:

 

IEIIII, é real! Está acontecendo!!! AHHHHHHH << sons de uma Anica feliz. Foram aí mais alguns meses até o primeiro episódio finalmente estrear – no meio do caminho chegou até a vazar o piloto, que não assisti porque veio mais ou menos junto com o Augusto, há. Tudo isso só para dizer que: já vi dois episódios e por enquanto estou curtindo (mas com ressalvas).

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Penny Dreadful S01E01 (Night Work)

Quando falamos de alguns títulos da literatura do século XIX, pensamos nas histórias já em seu formato fechado, em um único livro (ok, às vezes mais de um livro). O negócio é que era bem comum naquela época as histórias serem publicadas aos poucos em periódicos. Fazendo uma comparação com a tv, o periódico seria seu canal favorito e algumas histórias seriam novelas ou séries que você costuma acompanhar. Charles Dickens? Vários romances saíram capítulo por capítulo no Household Words. Sir Arthur Conan Doyle? vários contos de Sherlock Holmes apareceram primeiro na Strand Magazine. E isso para citar os dois mais conhecidos.

Nesse formato em série existiam também os penny dreadfuls, publicações que contavam histórias de horror e eram vendidas por, ahnnn… um penny (dona Wikipédia pede para diferenciar e dizer que é o “old penny“). Muito embora eu goste muito de assuntos relacionados à Inglaterra do século XIX, a primeira vez que ouvi falar dos penny dreadfuls foi através da Kika, enquanto ela pesquisava para escrever o livro Construindo Victoria.

Enfim, a ideia era de entretenimento barato para quem gostava de histórias com monstros e sangue, muito sangue. Para ter uma ideia, a primeira vez de Sweeney Todd no mundo da literatura foi em The String of Pearls: A Romance, publicado originalmente como um penny dreadful. Caso queira saber mais sobre o assunto, recomendo esse link aqui. E se eu estou falando tudo isso é um pouco para que você possa entender o espírito da nova série do canal Showtime, chamada (sim, você adivinhou) Penny Dreadful.

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How I Met Your Mother (Series Finale)

Eu acho que ninguém que acompanha um show por algum tempo fica lá muito satisfeito com um final de série. Porque nunca atenderá nossas expectativas, já que temos uma ideia própria do que seria o desfecho ideal. Além disso, o óbvio: se você acompanha há tempos, é evidente que você gosta, então aquele sentimento de despedida de personagens queridas pode descer meio mal. Isso se encaixaria com o finale de How I Met Your Mother? Não sei. A sensação geral que eu tive, pelo menos para os minutos finais da série, foi que o que estragou tudo foi a nona temporada (que, por incrível que pareça, eu adorei).

Vamos lá, aos poucos: se você está lendo esse post deve já ter percebido que comentarei o episódio, portanto spoilers rolarão soltos aqui, a começar pelo que  (para mim) foi o problema da conclusão. Tem um post meu aqui de julho do ano passado em que listei não-casais favoritos, onde dá para ler a seguinte descrição para o casal número três:

Aqui o azar é tão grande que a última temporada será toda sobre o final de semana do casamento da Robin com… o Barney. E então que eu estou quase querendo acreditar numa teoria louca de fãs que tem rolado por aí de que na realidade a mãe morreu e Ted está contando para os meninos como a conheceu, mas agora está com a Robin. Gente, que troço triste, melhor não.

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True Detective (ou: Porque o finale foi tão bom)

(O título já deveria ser bem explicativo, mas né, vale o aviso: se você é fresco de spoiler e ainda não viu a série, volte depois)

Foi mais ou menos assim: começo de ano, eu ainda empolgada com o retorno de Sherlock, e começam a aparecer ali e aqui notas comentando sobre uma nova série que era a grande promessa da HBO, chamada True Detective. Por coincidência, a curiosidade falou mais alto exatamente na semana em que saiu o primeiro episódio, então comecei a acompanhar logo que começou, sem aquela desconfiança que todos nós sentimos sobre séries que do nada começam a ser muito comentadas. Cheguei meio perdida, sem saber qual era a proposta, o formato e a fins – só sabia que tinha um crime da década de 90 investigado por uma dupla de policiais, que seria ligado com outro na década de 00. Hmkay, é o tipo de coisa que pode ser interessante, vamos conferir.

Negócio é que terminei o primeiro episódio (The Long Bright Dark) com o queixo no chão. A forma como a história é construída, com três linhas temporais principais (2012, 2002 e 1995), funciona muito bem porque instiga nossa curiosidade ao mesmo tempo que vai cozinhando as personagens em fogo baixo, digamos assim. Em 2012 vemos um Rustin Cohle (Matthew McConaughey) comentando sobre certa investigação da qual fizera parte em 1995. Há um abismo tão grande entre o Rust de 90 e o de 10 que você não consegue deixar de se perguntar: o que diabos aconteceu com esse sujeito? Por outro lado o Martin Hart (Woody Harrelson) que também está prestando depoimento é um sujeito engomadinho que obviamente “subiu na carreira” dentro da polícia desde 95. O que dividiu o caminho desses homens? Por que não são mais uma dupla? Mais além, por que tanto tempo depois outros investigadores chegam até eles querendo saber sobre um crime do passado?

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Les revenants

A primeira vez que ouvi falar sobre Les revenants lembro que a definição era “série de zumbis francesa”.  Antes de começar a assistir de fato fui atrás de outras informações e então descobri que ainda conta com só uma temporada (oito episódios iniciados em 2012), que a segunda temporada tem previsão de estreia para a segunda metade de 2014 e que a série é uma espécie de remake de um filme de 2004 dirigido Robin Campillo. Hum, sim, também vi esta imagem aqui da publicidade:

E achei que tinha tudo para gostar e lá fui eu, dar uma olhada nessa primeira temporada. Já no primeiro capítulo já fiquei bastante interessada, até porque fugia do que já é mais conhecido nas histórias de zumbis: você não via cadáveres se decompondo andando de um lado para outro, mas pessoas normais. Até por causa disso, acho que a nota principal de Les revenants acabou ficando com o drama ao invés do terror, apesar da história central. Esta primeira temporada é muito mais sobre como os vivos se relacionarão (ou ainda, lidarão) com os mortos-vivos do que com sustos causados por comedores de cérebro, digamos assim.

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Breaking Bad: Felina (Series Finale)

Caro leitor que ainda não assistiu aos outros episódios de Breaking Bad: é evidente que se o título fala de Felina, este post será sobre Felina, portanto recheado de spoilers. Não seja bobo de continuar lendo isso aqui para depois sair xingando que tomou spoilers. Eu avisei: SPOIIIIIIIIIIIIILERS, SPOILERS MIIIIIIIL. Dica para quem quer começar, Netflix tem todas as temporadas (aqui no Brasil a quinta vai até o episódio 8, no Netflix UK eles já colocaram o episódio 16). E agora você, que já assistiu ao finale, pega na minha mão e vem comigo.

Que final. Que final. Como eu tinha comentado no post anterior, não tinha como ter “final feliz”, até porque Walt arrastou todo mundo para o fundo do poço. Eu me sentiria bastante lograda caso o último capítulo da história de Walt fosse, sei lá, com a personagem inventando uma mentira que livrasse sua pele, e aí todo mundo vivendo feliz e contente como se nada tivesse acontecido. Porque não foi só a metanfetamina que aconteceu, muito foi dito e feito e por causa disso para o protagonista sobrava apenas uma vaga redenção. Então veio como um alívio o fato de não termos Walter Jr. abraçando o pai e dizendo que o perdoa, ou qualquer outra variante do tipo.

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Breaking Bad: S01E01 até S05E15

Não é como se eu nunca tivesse ouvido falar de Breaking Bad, conhecidos elogiavam bastante, e até despertavam minha curiosidade. Mas é que eu sofro de TdSBCnF (Trauma de Série Boa Cagada no Final) e aí quando láááá na primeira temporada já tinha gente dizendo “É foda, é foda”, eu pensava se não valeria a pena esperar chegar até o fim para ter certeza que não ia ficar ruim no meio do caminho.  Só que aí no começo do mês eu li este artigo aqui, e ficou complicado ficar adiando aquele primeiro episódio (aliás, uma dica, se quiser convencer a assistir algo, não diga “É foda, é foda”, fale como esse cara do post). E então foram duas semanas vendo Breaking Bad em qualquer horário que aparecia disponível, não só para conseguir ver tudo antes do finale, mas porque esse negócio é viciante. O engraçado é que enquanto eu ia comentando uma coisa aqui e acolá do que estava vendo, fui percebendo que eu não era a única pessoa que começou a assistir perto do fim, muito menos a única viciada. E a partir daqui é evidente que os comentários serão spoilers para quem não assistiu Breaking Bad do S01E01 até o S05E15, então não seja bobo de continuar perdendo tempo lendo isso aqui, vai lá ver. É foda, é foda, etc.

Enfim, primeira temporada passou voando (até porque por conta da greve dos roteiristas, ela só teve 7 episódios). Uma questão importante: sempre que vejo um começo de série dou uma chance de três episódios para ela engrenar porque normalmente noto uma estranheza no elenco, seja em “vestir” suas personagens ou mesmo se relacionar com as outras. Vou usar um exemplo bem nada a ver mas que para mim é emblemático: o primeiro episódio de Supernatural chega a dar vergonha alheia. Se você comparar os irmãos Winchester do piloto com os de temporadas mais avançadas, não dá para acreditar que são os mesmos atores nos mesmos papéis. É considerando esse tipo de coisa que criei a regra dos 3 (exemplos de séries que não engrenaram depois do 3 para mim: Girls, Once Upon a Time, Revenge). Enfim, comecei o primeiro episódio de Breaking Bad já sabendo que teria que dar essa chance, o negócio é… não precisou. Fiz um monte de julgamentos sobre situações e personagens que mais para frente revi como completamente errados (sim, a Skyler do primeiro episódio é uma pentelha), mas desde o início tudo parece funcionar tão bem, como se aquele não fosse um primeiro episódio, mas sei lá, algo de uma terceira ou quarta temporada.

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True Blood: Sexta temporada

Hmkay. Será um post estranho, porque até o ano passado eu ainda costumava comentar os episódios de dois em dois, e este ano acabei preferindo deixar um comentário para o começo e outro para o fim da série e bom, deu no que deu. Vamos ver o que dá para fazer com isso. Considerando que este post comentará todos os episódios da temporada, acho que não preciso dizer que isso aqui está cheio de spoilers, certo? Ok, brulululur viagem no tempo, aqui temos as impressões sobre o primeiro episódio da temporada:

Mas divago. Importante é que eu estava com medo do que representaria a saída do Alan Ball para a série, mas aparentemente foi bom. Mas ok, meio cedo para comemorar. Mas relendo aqui o que escrevi sobre os primeiros episódios das temporadas anteriores, esse é by far o melhor de toda a série. Aliás, entrou na seleção de um dos melhores episódios da série como um todo, não só como inicial. Negócio é torcer para que o ritmo continue bom e que por favorzinho com queijo, sejam infundados esses boatos que andam se espalhando por aí de que essa temporada seria a última. Muita sacanagem acabar logo quando fica bom.

Negócio é: considerando todas as temporadas de True Blood, todas MEEEEESMO, esta tinha sido a melhor. Acho que foi um episódio mais ou menos para todos os outros bem legais, cheios de momentos marcantes, wtfs, e tudo o mais. De fazer você se empolgar mesmo com a história, e cada episódio ter um cliffhanger digno de season finale. Único ponto negativo era o drama Alcide/Sam, mas convenhamos, foi tão rápido que nem deu tempo de pensar “Ei, peraí, o Sam acabou de perder o amor da vida dele e já tá apaixonado de novo? O que colocam na água de Bon Temps?!”. Ok, deu tempo, mas eu sou chata com o plot dos lobisomens e shifters, então deixa pra lá. No final das contas, não cheirou e nem fedeu e, o mais importante, o tempo de tela foi beeeeeeeem mais breve do que costumava ser.

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Black Books

Eu sei que o esqueminha de sugestões do Netflix normalmente não funciona (ou você acha que um perfil assim surgiu por nada?), mas logo que acabei The IT Crowd sugeriram Black Books, também uma série cômica britânica. E vendo a premissa básica (o dia a dia de um dono de uma loja de livros super mal humorado), meu lado book nerd falou mais alto e lá fui eu conferir. Criada por Dylan Moran (que também interpreta o protagonista Bernard Black) e por Graham Linehan (um dos nomes por trás de The IT Crowd), a série foi ao ar em 2000 e terminou em 2004, com um total de três temporadas, com seis episódios de cerca de 25 minutos cada.

Confesso que achei os dois primeiros episódios engraçadinhos, mas não via muito bem onde aquilo poderia parar. Neles são apresentados além de Bernard os outros dois personagens principais, Manny Bianco (um contador que um dia surta e passa a trabalhar para Black) e Fran Katzenjammer, dona da loja ao lado da Black Books. Hmkay, nada espetacular, fui para o terceiro por pura teimosia. E aí que começou a ficar bom, “Grapes of Wrath” é simplesmente hilário.

O negócio é que como quase sempre acontece em sitcoms, Black Books não nos prende por causa de algum segredo não revelado ou uma trama elaboradíssima: é porque vamos nos apegando às personagens, começando a prever reações e, no caso dessa série em específico, saber que o negócio é realmente esperar o inesperado. O estilo de humor é completamente nonsense, com mini-bares embaixo de mesas de restaurantes até um funcionário sendo contratado por uma empresa e quase chegar em cargo de gerência sem ter a menor ideia do que tinha que fazer lá. Ah, sim, ao contrário do que se imagina, não é o mundinho literário que é o principal foco de zoação, mas simplesmente o cotidiano em uma cidade grande.

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(MTV) A menina sem qualidades

Já tem mais de um mês que o primeiro episódio de A menina sem qualidades estreou. Chegou junto com uma série de notícias nebulosas anunciando o que seria o fim da MTV, é verdade, mas naquela segunda-feira de estréia não se falava de outra coisa nos cadernos culturais. Se era mesmo o fim da MTV, a adaptação de Felipe Hirsch para o livro da alemã Juli Zeh seria o canto do cisne. Confesso que nem tanto a premissa mas mais o nome de Hirsch que fizeram com que eu ficasse bastante curiosa. Sabe como é, o sujeito ganhou meu coração para toda a vida com as peças da Sutil, então eu tinha que ver o que ele faria na tv. Anunciaram a estreia para às 23h, fiquei lá esperando, ansiosa e… e aí que meio em cima da hora jogaram o horário para meia noite e meia. Fuééém… Esse negócio de ter que acordar cedo no dia seguinte estraga um pouco as coisas.

Mas, felizmente, a MTV faz um negócio bacana (e que contraria completamente o argumento de que ela está acabando porque não soube acompanhar a “revolução digital”): no dia seguinte, na página do canal, lá estava disponível bonitinho o primeiro episódio para quem perdeu poder assistir. Comecei a acompanhar, episódio por episódio (bastante curtos, diga-se de passagem, cada um não passava de 20 minutos) e terminei a primeira semana já completamente encantada, procurando lista de músicas que tocaram e, principalmente, as referências literárias (falo disso mais adiante).

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