O Mês da Marmota (Ou: o que assisti em fevereiro)

Tinha muitas esperanças de ver todos os filmes do Oscar, ou pelo menos os principais, mas aí dei de cara com a dura realidade: não tenho saco nem tempo para isso. Por exemplo: toda vez que ia colocar American Sniper, pensava em como tenho uma má vontade tremenda com filmes de guerra pós-11 de setembro e ok, com o Bradley Cooper, e aí acabaria assistindo só para falar mal. Perda de tempo.

E o pior é que aí nessas de tentar seguir a promessa relacionada ao Oscar, quase não vi nada, há. Então vou deixar o registro para o ano que vem: Anica, não seja monga.

Ok, registrado, vamos para os filmes de fevereiro.

O Abutre (Nightcrawler, 2014): Este é o melhor exemplo como escolher os filmes para ver a partir da lista de indicados do Oscar pode ser um problema. Por quê? Porque O Abutre mal aparece na lista (só uma indicação para roteiro original). E é um filme muito, muito bom. Jake Gyllenhaal está perfeito, desenvolvendo uma personagem que é uma mistura de bizarro com assustador. Tem uma cena em especial, quando ele olha para o rival sendo levado numa maca depois de um acidente de carro que ó, deu arrepio. A troca de olhares entre as personagens diz tudo – inclusive o quanto a personagem de Gyllenhaal é perigosa. E por causa de momentos assim O Abutre é tenso, mesmo quando é engraçado ainda mantém aquele tom do mais completo “WTF?!!!” (como quando a personagem vem com conversas motivacionais para cima do empregado). 

Dois Lados do Amor (The Disappearance of Eleanor Rigby, 2014): Eu falei sobre o filme em um post separado, mas só para lembrar que foi realmente uma experiência interessante, ver três filmes diferentes sobre a mesma história. Ok, foi um final de semana meio o dia da marmota, de qualquer forma foi uma ótima surpresa ver o quão diferente um filme ficou do outro, especialmente no caso de Him e Her – o Them é um apanhado geral dos dois primeiros, então ficou no mais do mesmo, mas a diferença entre os pontos de vista dele e dela é enorme. Uma pena que é pouco provável que qualquer cinema por aqui tope passar assim, os dois diferentes – acho que a opção será pelo Them mesmo. Perde um pouco o propósito principal, de ver como lidamos com a dor de formas diversas.

Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (Foxcatcher, 2014): Vou ser sincera: a história não me prendeu. Há um clima tenso ali do começo ao fim, porque a relação entre as personagens de Steve Carell e de Channing Tatum é meio que uma bomba relógio pronta para explodir. Mas faltou algo, um catalisador, não sei dizer. Aí para mim os maiores méritos do filme são mais sobre atuação do que qualquer outra coisa. Mark Rufallo está perfeito. Não sei se porque estou com a atuação dele em Begin Again ainda fresca na memória, mas fiquei com a impressão de que o trabalho de “transformação” dele dependeu muito menos da maquiagem do que o de Carell.

Será Que? (What If, 2013): Na minha dose de comédia romântica do mês, aproveitei que Será Que? estava no Netflix nacional e fui dar uma conferida, mais por causa desse post aqui do que qualquer outra coisa. Deve ser o primeiro filme com o Daniel Radcliffe fora os Harry Potter que ele parecia realmente à vontade no papel, vale dizer. É um filme bonitinho, mas fiquei meio presa na ironia de que justamente a Zoe Kazan acaba interpretando o tipo de personagem feminina que o filme Ruby Sparks critica. De qualquer forma, vale a diversão. Eu deveria estar num dia especialmente bocó, porque ri até sair lágrimas na sequência do jantar em que Wallace conhece o namorado da amiga.

A Entidade (Sinister, 2012): Filme de terror é algo cada vez mais raro nas minhas listas porque desde o nascimento do Arthur (sim, o Coisa 1) ficou mais difícil assistir algo nas condições normais de temperatura e pressão (aka: à noite, sem barulho de criança e com o Fábio porque tenho medo de ver sozinha). Então que Sinister ficou teeeempos no meu HD, e só agora fomos ver. E olha como filme de terror é bom. Cada vez que a gente achava que estava indo para os lados do clichezão, acontecia algo que fazia a gente fechar a boca. Sim, ele acaba se valendo bastante do velho truque do barulho mais alto e dos lugares escuros (meu deus, não dava para saber se era dia ou noite naquela casa!!), mas mesmo assim, tem lá seu toque de originalidade. Ah, sim. E pontos extras pela coragem na conclusão.

2 comentários em “O Mês da Marmota (Ou: o que assisti em fevereiro)”

    1. Comecei a ler esta semana XD Não foi amor instantâneo como com o Harry August mas vai melhorando. Estou na metade agora, vamos ver no que vai dar.

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